Copa Rio


Copa Rio é um campeonato promovido pela FERJ desde 1991 para definir times participantes dos Campeonatos Cariocas da Série B1, Série B2, Série C e que não participam do Brasileirão Série A para a Copa do Brasil do ano seguinte. Desde 2008, o campeão escolhe se quer a vaga na Copa do Brasil ou no Campeonato Brasileiro da Série D do ano subsequente, ficando o vice-campeão com a competição que o vencedor não escolher.
Copa Rio | |||||||||
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Dados gerais | |||||||||
Organização | FERJ | ||||||||
Edições | 26 | ||||||||
Local de disputa | ![]() | ||||||||
Sistema | Mata-mata | ||||||||
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Em 27 edições realizadas, houve 17 clubes campeões. O Volta Redonda é o maior vencedor da Copa Rio, com cinco títulos, seguido pela Portuguesa-RJ, com três conquistas.
História editar
Antes da Copa Rio, a Taça Guanabara, em edições independentes (1965 a 1971; 1980), exerceu o papel de competição secundária em relação ao Cariocão.
1991–1995 editar
A Copa Rio foi criada em 1991, na gestão Eduardo Viana, para definir um dos representantes da FERJ na Copa do Brasil do ano seguinte (o outro seria o campeão do Campeonato Carioca), não recebendo aceitação pelos clubes grandes. Segundo o pesquisador Roberto Assaf, no entanto, o torneio possuía uma motivação obscura: "Na verdade, a premissa desse torneio era uma vergonha. Ele foi criado para ver se o Americano [time ao qual Viana torcia] era campeão".[1]
Caso o campeão estadual também conquistasse a Copa Rio, o representante seria o segundo colocado do Carioca. Curiosamente, o campeão das 3 primeiras edições também ganhou o campeonato estadual, Flamengo em 1991 e Vasco em 1992 e 1993, sendo que aquele desistiu de disputar a Copa do Brasil.[1][2][3]
No primeiro quinquênio da disputa, os participantes eram divididos em Campeonato do Interior e Campeonato da Capital: os dois primeiros colocados de cada qual disputavam um mata-mata final, em que jogavam o primeiro de um contra o segundo do outro. A fórmula dos "campeonatos internos" variou nas edições.[1]
Nas 3 primeiras edições contou-se com a participação dos quatro grandes sem nenhum abandono, sendo que apenas na segunda edição houve um clássico na final, com vitória vascaína diante do Fluminense.[2]
Foi na edição de 1993, a primeira e ao momento única final em que o Vasco venceu o Flamengo após a decisão do Campeonato Carioca de 1988, não considerando jogos decisivos de turnos.[1]
Em 1994, houve a primeira desistência de um dos grandes clubes. Na fase final do Grupo da Capital, após o empate de 2 a 2 entre America e Vasco da Gama pela "partida de volta", o América queria a prorrogação, mas o Vasco da Gama se negou a disputá-la, alegando que vencera a não-realizada "partida de ida" por w.o. do adversário.[4] No dia seguinte, o Vasco desistiu de pleitear a vaga, alegando já estar classificado à Copa do Brasil de 1995.[5] Neste ano, a competição foi pela primeira vez conquistada por um clube de menor investimento e também do interior, o Volta Redonda, que bateu o Fluminense, garantindo assim a sua vaga para a Copa do Brasil de 1995.[6] A decisão do Campeonato da Capital desta edição foi a última entre Fluminense e America na história do clássico (vitória tricolor por 4 x 1).
No início de 1995, a CBF anunciou que aumentou em 4 o número de vagas na Copa do Brasil, indo uma destas vagas para o Rio de Janeiro, mais especificamente para o Flamengo, vice-campeão carioca de 1994. A partir de então, o vice-campeão carioca passaria a ter vaga na Copa do Brasil. Vice-campeão carioca também em 1995, o Flamengo tinha vaga assegurada na Copa do Brasil de 1996, e por isso, com o calendário apertado, decidiu abrir mão da disputa da Copa Rio de 1995, abandonando-a no meio da competição.[7] Teve-se uma inédita final do interior, vencida pelo Volta Redonda sobre o Barra de Teresópolis, não tendo o tricolor do aço, porém, ganhado vaga na competição nacional de 1996.
Campeões do Campeonato da Capital: Flamengo (1991, 1993), Vasco (1992), Fluminense (1994) e Botafogo (1995).
Campeões do Campeonato do Interior: Americano (1991, 1992, 1993) e Volta Redonda (1994 e 1995).
1996–1997 editar
No início de 1996, a CBF aumentou novamente o número de participantes da Copa do Brasil, incluindo não só o campeão e vice cariocas do ano anterior (Fluminense e Flamengo, respectivamente), mas também Botafogo e Vasco da Gama. Com a vaga na Copa do Brasil doravante assegurada, a Copa Rio perdeu prestígio junto aos grandes clubes. Com o pouco interesse dos clubes da capital, houve apenas o Campeonato do Interior. Em 1996, o Rubro Social foi o campeão ao bater na final o Mesquita. No ano seguinte foi a vez do Duquecaxiense, vencer o Rodoviário na final, após a desistência de Volta Redonda e Americano de disputar um quadrangular contra os dois primeiros.
1998–2000 editar
A partir de 1998, houve uma nova tentativa de reestruturação do torneio, mas sem classificação para a Copa do Brasil. Contudo, esta empreitada durou apenas três anos. Os quatro grandes abandonaram a competição, decidindo não mais disputá-la. As exceções foram as presenças de Flamengo e Fluminense em 1998 e do Botafogo em 2000. O Fluminense foi campeão nesta participação esporádica, sendo o último grande a vencer o certame, em final de campeões estaduais, tendo o vice sido o São Cristóvão.[2]
Em 1999, o Volta Redonda tornou-se o primeiro time a vencer pela terceira vez, garantindo desde então o posto de maior ganhador. Em 2000, verificou-se o primeiro time de menor investimento da capital a ser campeão, a Portuguesa.
2005 editar
Em 2005, a Copa Rio foi recriada, continuando sem a participação dos quatro maiores clubes cariocas, havendo o triunfo do Tigres, da cidade de Duque de Caxias. Não houve vaga para a Copa do Brasil.
2007–atualmente editar
Em 2007, o torneio foi mais valorizado e passou a oferecer vagas à Copa do Brasil de 2008 ou o Campeonato Brasileiro da Série C de 2008. Em 2008, o campeão Nova Iguaçu, desistiu de disputar a Copa do Brasil de 2009 . O Americano foi o convidado e, por sua vez, cedeu a vaga no Campeonato Brasileiro da Série D ao Madureira, terceiro colocado na competição.
Em 2010, o Sendas ficou com o título ao vencer na decisão o Bangu, optando por disputar a Série D em 2011. O Bangu disputou a Copa do Brasil. Em 2011, o campeão foi o Madureira ficando com a classificação para a Copa do Brasil de 2012, pois a equipe já disputava a Série C. O Friburguense, vice-campeão, ficou com a vaga para a Série D de 2012.
No ano de 2012, o Nova Iguaçu conquistou o bicampeonato ao bater o Bangu e, em 2013, o Duque de Caxias conquistou pela primeira vez a competição, ao vencer o Boavista-RJ na grande final.
Em 2014, o Resende ficou com o título pela primeira vez. Após derrotar o Madureira com um gol do goleiro Arthur aos 50 minutos do segundo tempo, a equipe levou a partida para os pênaltis e se sagrou campeã.
Em 2016, a Portuguesa tornou-se o segundo time da capital a ter dois títulos.
A partir do ano de 2017 a Copa Rio mudou de formato, deixando de ter uma fase de grupos e passou a ser disputada apenas em mata-mata, começando nas oitavas de final, em jogos de ida e volta onde um time da Série A enfrentaria um time da Série B1 ou da Série B2 com o mando da partida de volta, a partir das Quartas de Final o mando seria sorteado. Os critérios de classificação foram, seguindo a ordem: Pontos obtidos nos dois jogos; Saldo de Gols; Gol Qualificado; Pênaltis. Foram classificados 16 clubes sendo 8 clubes da Série A, 5 da Série B1 e 3 da Série B2.
Em 2018 o regulamento mudou um pouco, primeiro pelo fim da regra do gol fora de casa e também para dar vagas também aos clubes vindos da Série C e foram acrescentadas mais duas fases, a preliminar, disputada entre o 2° e 3° colocados da Série C do ano anterior e a pré-Oitavas, com 8 jogos em ida e volta disputados por 7 clubes da Série B1, 7 clubes da Série B2, o campeão da Série C e mais o vencedor do Play-Off da fase anterior. Os 6 clubes da Série A, mais os campeões da Série B1 e Série B2 entram direto nas oitavas enfrentando os vencedores da Pré-Oitavas. Os times de divisão superior possuem vantagem do mando do 2° jogo em casa, caso os dois times sejam da mesma divisão o mando é sorteado.
Na edição de 2019, houve a primeira final entre dois times da capital desde 1998, sendo a primeira entre dois cariocas pequenos, com triunfo do Bonsucesso sobre a Portuguesa.
Resultados editar
Por clube editar
Clube | Títulos | Vices | 3º lugar | 4º lugar |
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Volta Redonda | 5 (1994, 1995, 1999, 2007 e 2022) | — | 3 (1998, 2013 e 2015) | 1 (1992) |
Portuguesa-RJ | 3 (2000, 2016 e 2023) | 3 (2015, 2019 e 2022) | — | — |
Resende | 2 (2014 e 2015) | — | — | 3 (2009, 2012 e 2016) |
Tigres do Brasil | 2 (2005 e 2009) | — | — | 1 (2017) |
Nova Iguaçu | 2 (2008 e 2012) | — | — | 1 (2007) |
Vasco da Gama | 2 (1992 e 1993) | — | — | — |
Americano | 1 (2018) | 3 (1991, 2008 e 2017) | 5 (1992, 1993, 1996, 1999 e 2021) | 2 (1994 e 2022) |
Madureira | 1 (2011) | 3 (1999, 2009 e 2014) | 2 (2008 e 2012) | 2 (2010 e 2021) |
Fluminense | 1 (1998) | 2 (1992 e 1994) | — | — |
Boavista-RJ | 1 (2017) | 1 (2013) | 1 (2014) | 1 (2019) |
Flamengo | 1 (1991) | 1 (1993) | — | — |
Audax Rio[SEN] | 1 (2010) | — | 2 (2009 e 2018) | — |
Rubro Social | 1 (1996) | — | — | — |
Duquecaxiense | 1 (1997) | — | — | — |
Duque de Caxias | 1 (2013) | — | — | — |
Bonsucesso | 1 (2019) | — | — | — |
Pérolas Negras | 1 (2021) | — | — | — |
Bangu | — | 2 (2010 e 2012) | 1 (2007) | 4 (1995, 1999, 2011 e 2013) |
Friburguense | — | 2 (2011 e 2016) | — | 2 (2014 e 2018) |
Macaé[BOT] | — | 1 (2005) | 1 (2011) | 1 (1998) |
Itaboraí | — | 1 (2018) | 1 (2016) | — |
Barra-RJ | — | 1 (1994) | — | — |
Mesquita[MES] | — | 1 (1996) | — | — |
Rodoviário | — | 1 (1997) | — | — |
São Cristóvão | — | 1 (1998) | — | — |
Casimiro de Abreu | — | 1 (2000) | — | — |
Cabofriense | — | 1 (2007) | — | — |
Maricá | — | 1 (2021) | — | — |
Olaria | — | 1 (2023) | — | — |
Botafogo | — | — | 3 (1991, 1995 e 2000) | — |
Goytacaz | — | — | 1 (2010) | 1 (1996) |
Gonçalense/Petrópolis[GPE] | — | — | 1 (2022) | 1 (2015) |
America | — | — | 1 (1994) | 1 (2023) |
Coelho da Rocha | — | — | 1 (1997) | — |
Miguel Couto | — | — | 1 (2005) | — |
São Gonçalo EC | — | — | 1 (2017) | — |
Sampaio Corrêa-RJ | — | — | 1 (2019) | — |
Serrano | — | — | 1 (2023) | — |
América de Três Rios | — | — | — | 1 (1991) |
Entrerriense | — | — | — | 1 (1993) |
Heliópolis | — | — | — | 1 (1997) |
Rio das Ostras | — | — | — | 1 (2000) |
Itaboraí Profute[PRO] | — | — | — | 1 (2005) |
Quissamã | — | — | — | 1 (2008) |
- AUD: ^ O Audax Rio chamava-se Sendas em 2010 e possuía sua sede em São João de Meriti até 2019.
- BOT: ^ O Macaé chamava-se Botafogo em 1998.
- MES: ^ O Mesquita era considerado de Nova Iguaçu até 1999, ano em que Mesquita tornou-se um município emancipado.
- GPE: ^ O Gonçalense/Petrópolis chamava-se apenas Gonçalense até 2021 e possuía sua sede em São Gonçalo.
- PRO: ^ O Itaboraí Profute chamava-se apenas Profute em 2005.
Por cidade editar
Clube | Títulos | Vices | 3º lugar | 4º lugar |
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Rio de Janeiro | 9 | 13 | 7 | 7 |
Volta Redonda | 5 | — | 3 | 1 |
Duque de Caxias | 4 | — | — | 1 |
Resende | 3 | — | — | 3 |
Nova Iguaçu | 2 | — | 1 | 1 |
Campos dos Goytacazes | 1 | 3 | 6 | 3 |
Saquarema | 1 | 1 | 2 | 1 |
São João de Meriti | 1 | — | 2 | — |
Araruama | 1 | — | — | — |
Nova Friburgo | — | 2 | — | 2 |
Itaboraí | — | 1 | 1 | 1 |
Macaé | — | 1 | 1 | 1 |
Cabo Frio | — | 1 | — | — |
Casimiro de Abreu | — | 1 | — | — |
Mesquita | — | 1 | — | — |
Piraí | — | 1 | — | — |
Teresópolis | — | 1 | — | — |
Maricá | — | 1 | — | — |
Petrópolis | — | — | 2 | — |
São Gonçalo | — | — | 1 | 1 |
Três Rios | — | — | — | 2 |
Belford Roxo | — | — | — | 1 |
Quissamã | — | — | — | 1 |
Rio das Ostras | — | — | — | 1 |
Artilharia editar
Ano | Artilheiro | Time | Gols |
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2007 | Éberson | Portuguesa-RJ | 10 |
2008 | Assumpção | Olaria | 13 |
2009 | Daniel | Sendas | 16 |
2010 | Arthur Costa | Olaria | 8 |
2011 | Wellinton Pimenta | Serra Macaense | 8 |
2012 | Derley | Madureira | 10 |
2013 | Tiago Amaral | Volta Redonda | 9 |
2014 | Gilcimar | America | 8 |
2015 | Douglas Caé | Resende | 6 |
Sabão | Gonçalense | ||
Tiago Amaral | Volta Redonda | ||
2016 | Lohan | Friburguense | 11 |
2017 | Felipe Augusto | Boavista-RJ | 5 |
2018 | Cláudio Maradona | Americano | 7 |
2019 | Lelê | Itaboraí Profute | 7 |
Sorriso | Sampaio Corrêa-RJ | ||
2021 | Di María | Americano | 6 |
2022 | Jonathan Chula | Americano | 6 |
Rhainer | Serra Macaense | ||
2023 | Guilherme Barrozo | Friburguense | 7 |
Xandinho | Olaria |
Notas editar
Referências
- ↑ a b c d Casado, André (5 de abril de 2014). «Título pós-Cocada: a história apagada da Copa Rio 1993, vencida pelo Vasco». globoesporte.com. Consultado em 18 de janeiro de 2021.
Trata-se da Copa Rio, torneio criado pelo ex-presidente da Federação do Rio, Eduardo Viana, e que não foi aprovado pelos clubes grandes.
- ↑ a b c «Memória E. C. » Copa Rio: quarteto de gigantes têm história no torneio » Arquivo». globoesporte.globo.com. Consultado em 22 de maio de 2023
- ↑ Jornal do Brasil, 20/07/1992, página 4 da seção de Esportes; 22/07/1992, página 7 da seção de Esportes; 23/07/1992, página 7 da seção de Esportes.
- ↑ Jornal do Brasil. 27/11/1994. Página 35.
- ↑ Jornal do Brasil. 28/11/1994. Página 3 da Seção de Esportes.
- ↑ Há 20 anos, Voltaço batia o Fluminense e conquistava sua primeira Copa Rio. Super-Gol:18 de dezembro de 2014.
- ↑ Jornal do Brasil, 26/10/1995, página 31.
- ↑ «Friburguense é punido por escalação irregular e perde o título da Copa Rio». GloboEsporte.com. 28 de outubro de 2016. Consultado em 28 de outubro de 2016
- ↑ FERJ. «FERJ cancela algumas competições do seu calendário 2020». Consultado em 25 de março de 2020