Eleições estaduais no Piauí em 1954

As eleições estaduais no Piauí em 1954 ocorreram em 3 de outubro assim como as eleições no Distrito Federal, em 20 estados e nos territórios federais do Acre, Amapá, Rondônia e Roraima.[1][2] Foram eleitos o governador Gaioso e Almendra, o vice-governador Ferreira de Castro, os senadores Leônidas Melo e Matias Olímpio, além de sete deputados federais e trinta e dois estaduais.[nota 1]

1950 Brasil 1958
Eleições estaduais no  Piauí em 1954
3 de outubro de 1954
(Turno único)
Candidato Gaioso e Almendra Lustosa Sobrinho
Partido PSD UDN
Natural de Teresina, PI Gilbués, PI
Vice Ferreira de Castro Antônio Crisipo de Aguiar
Votos 101.689 76.119
Porcentagem 57,19% 42,81%

Titular
Pedro Freitas
PSD

Natural de Teresina, Gaioso e Almendra iniciou sua carreira militar em 1918 ao sentar praça na Escola Militar do Realengo, chegando a primeiro-tenente em 1922. Chefe de polícia durante o governo Matias Olímpio, foi alçado à patente de capitão ao deixar o cargo.[nota 2] Chefe do estado-maior da 3ª Divisão de Cavalaria em Bagé, comandou a 2ª Divisão de Cavalaria em Uruguaiana e trabalhou na 10ª Região Militar em Fortaleza, além de cursar a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e a Escola de Estado-Maior do Exército.[3]

Membro de entidades como o Jockey Clube do Piauí, Clube dos Diários, Associação Comercial do Piauí, da Associação Industrial do Piauí e da Academia Piauiense de Letras, presidiu o Instituto Histórico e Geográfico do Piauí. Fundou a Associação dos Criadores Piauienses e a Associação dos Criadores do Brasil, além de ter presidido a Agroindústria Piauí.[4] Voltou ao cargo de chefe de polícia e comandou a Polícia Militar do Piauí durante o governo Landri Sales.[5] Líder de um pelotão enviado para combater durante a Revolução Constitucionalista de 1932, elegeu-se deputado estadual em 1934, contudo teve seu mandato extinto em razão do Estado Novo três anos mais tarde. Retornou à vida partidária no PSD e foi candidato a governador do Piauí em 1947 sendo derrotado por Rocha Furtado (UDN).[6] Com a eleição de seu cunhado Pedro Freitas para governador em 1950, Gaioso e Almendra foi secretário-geral do estado antes de sua eleição para governador em 1954, lembrando que "na sucessão de Pedro Freitas, formaram-se, no estado, as primeiras coligações partidárias posteriores à redemocratização do país" (SANTOS, 1988; p. 44).

Advogado nascido em Floriano e graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1948, Ferreira de Castro é genro de Osvaldo da Costa e Silva, eleito vice-governador pela Assembleia Legislativa do Piauí em 1947 no governo José da Rocha Furtado. Por influência familiar, Castro ingressou na UDN e foi eleito deputado estadual em 1950 e após migrar para o PTB elegeu-se vice-governador do Piauí na chapa de Gaioso e Almendra em 1954.[7][8][9][1][nota 3]

Resultado da eleição para governador

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Conforme o Tribunal Superior Eleitoral 189.119 eleitores compareceram às urnas, havendo 177.808 votos nominais (94,02%), 6.643 votos em branco (3,51%) e 4.668 votos nulos (2,47%).[1]

Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Gaioso e Almendra
PSD
Ver abaixo
-
-
Coligação Democrática Trabalhista
(PSD, PTB)
101.689
57,19%
Lustosa Sobrinho
UDN
Ver abaixo
-
-
Aliança Democrática Progressista
(UDN, PSP, PL)
76.119
42,81%
  Eleito

Resultado da eleição para vice-governador

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Conforme o Tribunal Superior Eleitoral 189.119 eleitores compareceram às urnas, havendo 174.472 votos nominais (92,26%), 9.991 votos em branco (5,28%) e 4.656 votos nulos (2,46%).[1]

Candidatos a governador do estado
Candidatos a vice-governador Número Coligação Votação Percentual
Ver acima
-
Ferreira de Castro
PTB
-
Coligação Democrática Trabalhista
(PSD, PTB)
99.016
56,75%
Ver acima
-
Crisipo de Aguiar
PSP
-
Aliança Democrática Progressista
(UDN, PSP, PL)
75.456
43,25%
  Eleito

Resultado da eleição para senador

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Conforme o Tribunal Superior Eleitoral 189.119 eleitores compareceram às urnas, mas como eram duas as vagas em disputa, houve 324.803 votos nominais (85,87%), 46.101 votos em branco (12,19%) e 7.334 votos nulos (1,94%) resultando em 378.238 votos apurados.[1]

Candidatos a senador da República
Candidatos a suplente de senador Número Coligação Votação Percentual
Leônidas Melo
PSD
Ver abaixo
PSD
-
Coligação Democrática Trabalhista
(PSD, PTB)
97.612
30,05%
Matias Olímpio
PTB
Ver abaixo
PTB
-
Coligação Democrática Trabalhista
(PSD, PTB)
87.488
26,94%
Adelmar Rocha
UDN
Ver abaixo
UDN
-
Aliança Democrática Progressista
(UDN, PSP, PL)
72.345
22,27%
Joaquim Pires
UDN
Ver abaixo
UDN
-
Aliança Democrática Progressista
(UDN, PSP, PL)
67.358
20,74%
  Eleitos

Resultado da eleição para suplente de senador

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Conforme o Tribunal Superior Eleitoral 189.119 eleitores compareceram às urnas, mas como eram duas as vagas em disputa, houve 242.237 votos nominais (64,04%), 129.349 votos em branco (34,20%) e 6.652 votos nulos (1,76%) resultando em 378.238 votos apurados.[1][nota 4]

Candidatos a senador da República
Candidatos a suplente de senador Número Coligação Votação Percentual
Ver acima
-
Mendonça Clark
PSD
-
Coligação Democrática Trabalhista
(PSD, PTB)
95.674
39,50%
Ver acima
-
João Mendes Olímpio de Melo
PTB
-
Coligação Democrática Trabalhista
(PSD, PTB)
87.033
35,93%
Ver acima
-
Manuel Nogueira Lima
UDN
-
Aliança Democrática Progressista
(UDN, PSP, PL)
29.246
12,07%
Ver acima
-
Walter Alencar
UDN
-
Aliança Democrática Progressista
(UDN, PSP, PL)
30.284
12,50%
  Eleitos

Deputados federais eleitos

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São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[10][11]

Deputados federais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
Sigefredo Pacheco[nota 5] PSD 22.696 Campo Maior   Piauí
Hugo Napoleão PSD 20.538 União   Piauí
Chagas Rodrigues PTB 20.206 Parnaíba   Piauí
José Cândido Ferraz UDN 19.104 Teresina   Piauí
Marcos Parente[nota 6] UDN 16.875 Bom Jesus   Piauí
José Vitorino Correia PSD 16.444 Itapecerica   Minas Gerais
Milton Brandão PSP 11.035 Pedro II   Piauí

Deputados estaduais eleitos

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Foram eleitos 32 deputados estaduais para a Assembleia Legislativa do Piauí.[nota 7][nota 8]

Deputados estaduais eleitos Partido Votação Percentual Cidade onde nasceu Unidade federativa
Laurentino Pereira PSD 5.388 São João do Piauí   Piauí
Cândido Fernandes de Oliveira PSP 4.539
Constantino Pereira PSD 4.396 São João do Piauí   Piauí
Edison Ferreira PSD 4.212 São Raimundo Nonato   Piauí
José Gaioso Freitas PSD 4.174 José de Freitas   Piauí
Ezequias Costa UDN 4.133 Barras   Piauí
Epaminondas Castelo Branco PSD 3.858 Buriti dos Lopes   Piauí
Clóvis Melo PSD 3.838
Antônio Gaioso PSD 3.686
Antônio Santos Rocha PSD 3.423 Jerumenha   Piauí
Tibério Nunes UDN 3.417 Oeiras   Piauí
João Carvalho PTB 3.403 Santana do Cariri   Ceará
João Clímaco d'Almeida PSD 3.287 Teresina   Piauí
Cleanto Jales de Carvalho PSD 3.188
Valdemar Ramos Leal PSD 3.143 Nazaré do Piauí   Piauí
Milton Lima PSD 3.142
Venceslau de Sampaio UDN 3.105
Milton Aguiar UDN 3.062 Teresina   Piauí
Alcides Martins Nunes PSD 3.035 Valença do Piauí   Piauí
Waldeck Bona PSD 2.981 Campo Maior   Piauí
Caio Damasceno PSD 2.896 Paulistana   Piauí
Alberto Luz PTB 2.892 Jaicós   Piauí
José Severiano da Costa Andrade UDN 2.882 Simplício Mendes   Piauí
Filadelfo Freire de Castro PTB 2.855 Nova Iorque   Maranhão
Heitor Cavalcanti UDN 2.705 Paulistana   Piauí
Petrônio Portela UDN 2.667 Valença do Piauí   Piauí
Raimundo Vaz da Costa Neto UDN 2.657
Paulo Ferraz UDN 2.654 Teresina   Piauí
Waldemar Macedo UDN 2.645 São Raimundo Nonato   Piauí
José Lourenço Mourão PSP 2.640 Teresina   Piauí
Djalma Veloso UDN 2.401 Valença do Piauí   Piauí
Samuel Tupinambá PTB 2.288

Notas

  1. O território federal de Rondônia atendia pelo nome "Guaporé" enquanto Roraima era denominado "Rio Branco" enquanto no Distrito Federal não houve eleição para governador, apenas para o Senado Federal.
  2. O governo Matias Olímpio durou de 1º de julho de 1924 a 1º de julho de 1928. Quanto à Chefia de Polícia, o mesma foi transformada em Secretaria de Justiça e Segurança Pública, desmembrada em duas pastas no primeiro governo Hugo Napoleão.
  3. Entre o fim do Estado Novo e a instauração do Regime Militar de 1964 o vice-governador do estado era eleito em chapa dissociada do titular.
  4. A ordem dos candidatos a suplente de senador, independente da votação obtida por estes, está vinculada à ordem dos candidatos titulares.
  5. A página oficial da Câmara dos Deputados informa que o suplente Moura Santos foi convocado durante a legislatura no lugar de Sigefredo Pacheco.
  6. Faleceu no desastre da Cruz do Cassaco nas proximidades da atual cidade de Demerval Lobão em 4 de setembro de 1958 e em razão disso foi efetivado Carvalho Neto.
  7. O resultado da eleição para deputado estadual é idêntico ao teor de um livro publicado pelo Departamento de Imprensa Nacional em 1958, pois os números do TSE via Repositório de Dados Eleitorais apontam divergências quanto aos votos e a posição de alguns candidatos e embora não haja mudanças na relação dos eleitos, os números finais diferentes na "segunda lista" provocam discrepâncias quanto ao total dos votos nominais e de legenda e em relação ao comparecimento dos eleitores.
  8. Distribuição de deputados estaduais por legenda: quinze para o PSD, onze para a UDN, quatro para o PTB e duas para o PSP.

Referências

  1. a b c d e f BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1954». Consultado em 20 de fevereiro de 2024 
  2. «Banco de dados do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí». Consultado em 22 de fevereiro de 2020 
  3. BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Gaioso e Almendra». Consultado em 12 de outubro de 2019 
  4. «Biografia de Gaioso e Almendra no CPDOC/FGV». Consultado em 23 de fevereiro de 2020 
  5. Almanaque. Polícia Militar do Piauí, Teresina, 1986.
  6. SANTOS, José Lopes dos. Política e Políticos: eleições 86. v. I. Teresina, Gráfica Mendes, 1988.
  7. BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Ferreira de Castro». Consultado em 23 de fevereiro de 2020 
  8. Kruel, Kenard (2018). Chagas Rodrigues - grandes vultos que honraram o Senado. 1 ed. Brasília: Senado Federal. 412 páginas. ISBN 978-85-7018-966-0
  9. PTB esta semana deve decidir quem disputará a eleição (online). Correio Braziliense, Brasília (DF), 01/06/1986. Cidade, p. 46. Página visitada em 23 de fevereiro de 2020.
  10. «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 8 de agosto de 2015. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013 
  11. BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 8 de agosto de 2015