Juca de Oliveira
José Juca de Oliveira Santos (São Roque, 16 de março de 1935), mais conhecido como Juca de Oliveira, é um ator, diretor, escritor, pecuarista e dramaturgo brasileiro. Juca se tornou conhecido por interpretar personagens que marcaram a dramaturgia, como João Gibão de Saramandaia, Professor Praxedes de Fera Ferida, Doutor Albieri de O Clone e o Santiago de Avenida Brasil.[1]
Juca de Oliveira | |||
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Juca no 26º Prêmio da Música Brasileira, em 2015. | |||
Nome completo | José Juca de Oliveira Santos | ||
Nascimento | 16 de março de 1935 (89 anos) São Roque, SP | ||
Nacionalidade | brasileiro | ||
Cônjuge | Débora Duarte (c. 1965–69) Cláudia Mello (c. 1970–71) | ||
Ocupação | |||
Período de atividade | 1951–presente | ||
Prêmios |
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Página oficial | |||
http://www.jucaoliveira.com.br/ |
Biografia
editarFilho de Antônio de Oliveira Santos, Juca estudou em São Roque e posteriormente se mudou para a capital do estado, onde entrou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Fez também um teste vocacional, em que ficou sabendo que sua inclinação era ser ator. Aquilo o empolgou tanto, que ficou sabendo da existência da Escola de Arte Dramática de São Paulo e nela ingressou. Mas, foi apenas mais tarde que ele desistiu de Direito, para se dedicar à profissão de ator. Conheceu ali Aracy Balabanian, Glória Menezes, e vários outros, que seguiram com ele a profissão que escolheram.
Carreira
editarComeçou a atuar pelo teatro. Entrou logo para o famoso TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), onde fez inúmeras peças, como: "O Semente" , "O Pagador de Promessas", "A Morte do Caixeiro Viajante" . Passou para o revolucionário Teatro de Arena onde trabalhou com Augusto Boal, Flávio Império e Paulo José, e ali fez: "Eles não Usam Black-tie" , "O filho do cão", de Gianfrancesco Guarnieri, entre outras. Na época militava politicamente, Era de esquerda comunista, e por isso se auto-exilou na Bolívia. Na volta, se ligou à TV Tupi de São Paulo. E começou a fazer inúmeros TV de Vanguarda e TV de Comédia, na época dirigidos por Benjamin Cattan. Fez "Essa noite se improvisa" , "Em moeda corrente do país", tendo como parceira Vida Alves. E aí aconteceu o sucesso extraordinário da novela "Nino, o Italianinho" de Geraldo Vietri. Em 1984, encarnou o personagem Sérgio na peça "De braços abertos", de Maria Adelaide Amaral.[2]
Passou para a Rede Globo, onde recebeu consagração nacional como um dos maiores atores do País. Porém, jamais deixou de fazer teatro, sua grande paixão. Montou companhia própria e aí descobriu sua outra grande vocação, a de autor teatral. As casas estiveram sempre lotadas, quando Juca montou "Meno Male", "Hotel Paradiso", "Caixa Dois". Essas são comédias, o que não era esperado, pois como ator, Juca é dramático.[1]
Nas 60 peças em que atuou como ator, fez quase sempre o papel central, aquele que dá a linha mestra à história encenada, e que por isso sempre são os personagens mais pesados. Casado pela segunda vez, na primeira com Cláudia Mello e na segunda com Maria Luiza, há 23 anos. Sua filha Isabela estuda Biologia e também é fazendeira e cantora. Juca diz que adora a "tribo artística", que pode ser "estigmatizada", como ele diz, mas à qual tem muito orgulho de pertencer. E agora está pensando em entrar na sua "essência caipira", e a transportar para o teatro.
Na televisão deu vida a personagens célebres, como o misterioso João Gibão em Saramandaia, eternizado pela cena emblemática de seu voo sobre a cidade de Bole Bole. Em 2001 Juca de Oliveira trabalhou na novela O Clone que falou sobre a Clonagem um tema muito importante. Ele interpretou o médico Doutor Augusto Albieri, que é o mais importante da carreira dele na Televisão. O Doutor Albieri ganhou bastante destaque em O Clone.
Em 2012, após anos ganhou grande destaque em novelas como o cruel vilão Santiago Moreira, que parecia bem intencionado no início da trama ao ponto que a máscara caiu e ao fim todos descobriram que ele era o pai e mentor da vilã Carminha (Adriana Esteves) na novela Avenida Brasil de João Emanuel Carneiro.
Em 2013, viveu na novela de Walther Negrão Flor do Caribe o pobre senhor judeu Samuel Schneider, que viveu na Europa na época do nazismo e que por isso vive traumatizado e atormentado com sombras do passado.
Em 2017, Juca interpretou o diabólico e renomado advogado Natanael na novela O Outro Lado do Paraíso, de Walcyr Carrasco. Na trama, o personagem detestava a nora Beth (Glória Pires) por causa de sua origem simples e chegou a chantageá-la e fazê-la simular a própria morte para mantê-lá longe do seu filho e da neta. O autor mandou um recado emocionante para o veterano. “Foi maravilhoso trabalhar com você, Juca e como autor, agradeço imensamente a contribuição que deu à novela’. Ainda vamos nos encontrar em muitos outros ‘Paraísos'”, disse. A trama bateu recorde de audiência com a morte do Natanael, que sofreu um ataque fulminante e morreu em uma última tentativa de se livrar da nora.
Filmografia
editarTelevisão
editarAno | Título | Papel | Nota | Emissora |
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1964 | Gutierritos, o Drama dos Humildes | Jorge | TV Tupi | |
Quando o Amor É Mais Forte | — | |||
1965 | A Outra | Vicente | ||
O Cara Suja | Valdemar | |||
1966 | A Ré Misteriosa | Sílvio | ||
A Inimiga | Maurício | |||
1967 | Estrelas no Chão | Horácio | ||
Paixão Proibida | — | |||
Angústia de Amar | Ronald | |||
1968 | O Homem que Sonhava Colorido | — | ||
1969 | Nino, o Italianinho | Nino | ||
1971 | A Fábrica | Fábio | ||
1972 | Camomila e Bem-me-Quer | Bruno | ||
1973 | O Semideus | Alberto Parreiras | Rede Globo | |
1973 | Caso Especial | Júlio | (Eps: "As Praias Desertas") | |
1973 | Caso Especial | Sérgio | (Eps: "O Silêncio e o Grito") | |
1973 | Caso Especial | Ribamar | (Eps: "Gente Pobre, Gente Rica") | |
1974 | Fogo sobre Terra | Pedro Azulão | ||
1975 | Cuca Legal | Diego Pappalardo | ||
1975 | Caso Especial | Primo Argemiro | (Eps: "Sarapalha") | |
1976 | Saramandaia | João Evangelista Viana (João Gibão) | ||
1977 | Espelho Mágico | Jordão Amaral | ||
1978 | Pecado Rasgado | Renato/Jofre Santana | ||
1982 | Ninho da Serpente | Dr. Almeida Prado | Rede Bandeirantes | |
1983 | Parabéns pra Você | Volber | Rede Globo | |
1984-86 | Programa de Domingo | Várias personagens | Rede Manchete | |
1990 | Brasileiras e Brasileiros | Alceu Orion | SBT | |
1993 | Fera Ferida | Professor Praxedes | ||
1995 | As Pupilas do Senhor Reitor | Padre Antônio | SBT | |
1995 | A Idade da Loba | Jordão | Rede Bandeirantes | |
1997 | Os Ossos do Barão | Egisto Ghirotto | SBT | |
1998 | Torre de Babel | Agenor da Silva | Rede Globo | |
2000 | Vidas Cruzadas | Comendador Aquiles Machado | Episódio: "20 de novembro" | Record |
2001 | O Clone | Dr. Augusto Albieri (Albieri) | Rede Globo | |
2005 | Mad Maria | Stephan Collier | ||
2007 | Amazônia, de Galvez a Chico Mendes | José de Carvalho | ||
2008 | Queridos Amigos | Alberto | ||
2010 | A Cura | Otto Vieira | ||
S.O.S. Emergência | Dr. Isaac Rosenberg | Episódio:
"Hoje é dia de Isaac" | ||
2011 | Araguaia | Gabriel dos Anjos Cortez (Cabo de Esquadra) | ||
2012 | A Grande Família | Dr. Romero | Episódio: "Enquanto Lineu Dormia" Episódio: "Os Fantasmas" Episódio: "Ligações Perigosas" | |
Avenida Brasil | Santiago Moreira | |||
2013 | Flor do Caribe | Samuel Schneider | ||
2015 | Os Experientes | Napoleão Roberto Junqueira da Costa | Episódio: "O Primeiro Dia" | |
Além do Tempo | Conde Alberto Castellini / Alberto Navona | |||
2017 | O Outro Lado do Paraíso | Dr. Natanael Montserrat |
Cinema
editarAno | Título | Personagem |
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1967 | O Caso dos Irmãos Naves | Sebastião Naves |
1972 | O Jogo da Vida e da Morte | Cláudio |
1976 | À Flor da Pele | Marcelo Fonseca[3] |
1982 | Deu Veado na Cabeça | Bilheteiro[4] |
Perdida em Sodoma | Siqueira | |
1983 | A Mulher, a Serpente e a Flor | Ernesto Lima |
1999 | Outras Estórias | Escritor |
2001 | Bufo & Spallanzani | Prof. Ceresso |
2004 | Onde Anda Você | Felício Barreto |
2007 | O Signo da Cidade | Aníbal |
2007 | Person | Ele Mesmo |
2009 | Flávio Rangel - O Teatro na Palma da Mão | Ele Mesmo |
2011 | O Homem que Nunca Tinha Ido ao Cinema | Narrador |
2016 | De Onde Eu Te Vejo | Afonso[5] |
2017 | Anjos das Marquises | Paiva |
Teatro
editar- 1951: Cala Boca, Etelvina[6]
- 1953: Saudade
- 1957: Devoção à Cruz
- 1958: No Lugar Marcado pela Cruz
- 1958: Os Cegos
- 1960: O Torniquete
- 1960: Frei Luis de Sousa
- 1961: As Almas Mortas
- 1961: A Escada
- 1962: Eles Não Usam Black-Tie
- 1962: A Morte do Caxeiro Viajante
- 1963: O Noviço
- 1963: O Melhor Juiz, o Rei
- 1979: Baixa Sociedade
- 1983: Os Colunáveis
- 1984: De braços abertos
- 1987: Meno Male
- 1990: Qualquer Gato Vira-Lata Tem uma Vida Sexual Mais Sadia que a Nossa
- 1991: Procura-se um Tenor
- 1991: As Atrizes
- 1997: Caixa 2
- 2003: A Flor do Meu Bem-Querer
- 2007: Às Favas com os Escrúpulos
- 2019: Mãos Limpas
Prêmios e indicações
editarAno | Associações | Categoria | Nomeações | Resultado | Ref. |
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1962 | Prêmio Saci — Jornal O Estado de S.Paulo | Melhor Ator Coadjuvante | A Morte do Caxeiro Viajante
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Venceu | [7] |
1966 | Troféu Imprensa | Melhor Revelação Masculina | Indicado | ||
Melhor Ator | Indicado | ||||
1968 | Troféu Imprensa | Melhor Ator | Indicado | ||
1970 | Troféu Imprensa | Melhor Ator | Venceu | ||
1973 | Prêmio Molière de Teatro | Melhor Ator | Um Edifício Chamado 200
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Venceu | [8] |
Prêmio APCA | Melhor Ator — Teatro | Venceu | |||
1975 | Troféu Imprensa | Destaque Masculino | Venceu | ||
1984 | Prêmio Governador do Estado de São Paulo | Melhor Ator | Venceu | [9] | |
1987 | Prêmio Governador do Estado de São Paulo | Melhor Autor | Meno Male
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Venceu | [8] |
1990 | Prêmio APETESP de Teatro | Melhor Autor | Qualquer Gato Vira-Lata Tem uma Vida Sexual Mais Sadia que a Nossa
|
Venceu | |
1997 | Prêmio APETESP de Teatro | Melhor Ator | Caixa 2
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Venceu | [10] |
2001 | Festival de Cinema de Gramado | Kikito de Melhor Ator Coadjuvante | Venceu | ||
2002 | Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro | Melhor Ator Coadjuvante | Venceu | ||
Prêmio Globo de Melhores do Ano | Melhor Ator Coadjuvante | Indicado | |||
2012 | Brazilian International Press Awards | Lifetime Achievement Award | — | Venceu | [11] |
2022 | Prêmio Bibi Ferreira | Homenagem especial (conjunto da obra) | — | Venceu |
Referências
- ↑ a b : Oliveira, Juca de (1935) Enciclopédia Itaú Cultural.
- ↑ De Braços Abertos, uma peça magnífica tabloide digital.
- ↑ Cinemateca Brasileira À Flor da Pele [em linha]
- ↑ «Deu Veado na Cabeça». Cinemateca Brasileira. Consultado em 25 de janeiro de 2017
- ↑ «De Onde eu te Vejo». Consultado em 21 de maio de 2018
- ↑ CALA a Boca, Etelvina. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Site. Acesso em: 28 de Jul. 2020
- ↑ A Morte do Caixeiro Viajante (1° versão). In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Site. Acesso em: 26 de Jul. 2020
- ↑ a b JUCA de Oliveira. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Juca de Oliveira. Acesso em: 26 de Jul. 2020
- ↑ DE Braços Abertos. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: De Braços abertos Acesso em: 26 de Jul. 2020
- ↑ QUALQUER Gato Vira-Lata Tem uma Vida Sexual Mais Sadia que a Nossa. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: site. Acesso em: 26 de Jul. 2020.
- ↑ Marcelo Serrado e Juca de Oliveira recebem prêmio nos EUA
Ligações externas
editar- Juca de Oliveira. no IMDb.