Eleições estaduais no Rio Grande do Sul em 1954
As eleições estaduais no Rio Grande do Sul em 1954 ocorreram no dia 3 de outubro como parte das eleições gerais no Distrito Federal, em 20 estados e nos territórios federais do Acre, Amapá, Rondônia e Roraima. Foram escolhidos o governador Ildo Meneghetti, os senadores Armando Câmara e Daniel Krieger, além de 24 deputados federais e 55 deputados estaduais.[nota 1][nota 2][1][nota 3]
← 1950 1958 → | ||||
Eleições estaduais no Rio Grande do Sul em 1954 | ||||
---|---|---|---|---|
3 de outubro de 1954 (Turno único) | ||||
Candidato | Ildo Meneghetti | Alberto Pasqualini | ||
Partido | PSD | PTB | ||
Natural de | Porto Alegre, RS | Ivorá, RS | ||
Vice | Não havia | Não havia | ||
Votos | 386.821 | 356.183 | ||
Porcentagem | 47,08% | 43,36% | ||
Candidato mais votado por município (92):
Ildo Meneghetti (64)
Alberto Pasqualini (27)
Wolfram Metzler (1)
| ||||
Titular Eleito | ||||
Resultado da Eleição Para Senador | ||||
---|---|---|---|---|
Líder | Armando Câmara | Daniel Krieger | ||
Partido | PL | UDN | ||
Natural de | Porto Alegre, RS | São Luís Gonzaga, RS | ||
Votos | 402.438 | 383.010 | ||
Porcentagem | 26,86% | 25,56% | ||
Armando Câmara
Daniel Krieger
João Goulart
Ruy Ramos
| ||||
Titular(es) Eleito(s) | ||||
Natural de Porto Alegre, o engenheiro civil Ildo Meneghetti é formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e antes de estabelecer sua própria empresa trabalhou na construção de ferrovias em solo gaúcho ingressando posteriormente na Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul. Alheio às atividades políticas, estreou na vida pública a convite de Cylon Rosa que o persuadiu a ingressar no PSD e nesta legenda foi eleito vereador na capital gaúcha em 1947. Exerceu o mandato até junho do ano seguinte quando foi nomeado prefeito da cidade pelo então governador Walter Jobim. Afastado do cargo com a posse de Ernesto Dorneles no Palácio Piratini, voltou ao posto ainda em 1951 graças à sua vitória numa eleição direta onde seu maior adversário foi Leonel Brizola e agora Ildo Meneghetti consagrou-se governador do Rio Grande do Sul.
Na eleição para senador a primeira vaga ficou às mãos de Armando Câmara.[2] Nascido em Porto Alegre e formado em Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi professor de Filosofia na referida instituição e reitor da mesma por duas vezes, além de trabalhar como jornalista. Neto do segundo Visconde de Pelotas, ingressou no PL e foi eleito senador. Entretanto apresentou sua renúncia após um ano de mandato sob a alegação de "drama de consciência" e permitiu a efetivação do suplente.[3]
Para ocupar a vaga em aberto foi convocado o jornalista Mem de Sá. Também nascido em Porto Alegre formou-se advogado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e milita no Partido Libertador desde a criação do mesmo. Trabalhou no Diário de Notícias e foi chefe de gabinete de Raul Pilla quando este era secretário de Agricultura do interventor Flores da Cunha. Professor de Economia Política na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, dirigiu o Departamento Estadual de Estatística e o Departamento Administrativo do Serviço Público durante a interventoria de Cordeiro de Farias e retornou à política como deputado estadual em 1947 e 1950.[4]
Gaúcho de São Luiz Gonzaga, o advogado Daniel Krieger obteve a segunda vaga de senador.[5] Correligionário de Getúlio Vargas desde a época do Partido Republicano Rio-grandense, apoiou a Revolução de 1930, mas ao longo dos anos romperia com o antigo aliado. Pouco antes de graduar-se na Universidade Federal do Rio Grande do Sul trabalhou no Banco do Estado do Rio Grande do Sul e uma vez formado atuou como promotor de justiça em Porto Alegre e Santo Antônio da Patrulha, além de prestar consultoria jurídica para o Instituto de Previdência do Rio Grande do Sul. Eleito deputado estadual pela UDN em 1947, falhou ao buscar um mandato de deputado federal na eleição seguinte, mas agora tornou-se senador.
Resultado da eleição para governador
editarCom informações extraídas do Tribunal Superior Eleitoral que certificou 821.583 votos nominais.[6][7]
Candidatos a governador do estado |
Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
---|---|---|---|---|---|
Ildo Meneghetti PSD |
Não havia[nota 3] - |
(PSD, UDN, PL) |
|||
Alberto Pasqualini PTB |
Não havia - |
||||
Wolfram Metzler PRP |
Não havia - |
||||
Brochado da Rocha PSP |
Não havia - |
||||
João Pereira de Sampaio PSB |
Não havia - |
Resultado da eleição para senador
editarCom informações extraídas do Tribunal Superior Eleitoral que certificou 1.498.540 votos nominais.[6][nota 4]
Candidatos a senador da República |
Candidatos a suplente de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
---|---|---|---|---|---|
Armando Câmara PL |
Mem de Sá PL |
(PSD, UDN, PL) |
|||
Daniel Krieger UDN |
José Salgado Martins UDN |
(PSD, UDN, PL) |
|||
João Goulart PTB |
Brochado da Rocha[nota 5] PTB |
||||
Rui Ramos PTB |
Leocádio Antunes PTB |
||||
Nestor Rodrigues PRP |
Jardelino Ribeiro PRP |
||||
Tasso Corrêa PSP |
Eduardo Steiner PSP |
Deputados federais eleitos
editarSão relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[8][9]
Deputados estaduais eleitos
editarEstavam em jogo as 55 cadeiras da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.[1]
Notas
- ↑ No Distrito Federal não houve eleição para governador, apenas para o Senado Federal.
- ↑ Não houve eleições no Território Federal de Fernando de Noronha.
- ↑ a b Diante da inexistência do vice-governador do estado, o substituto constitucional do titular seria o presidente da Assembleia Legislativa.
- ↑ Conforme dispunha a legislação vigente, a escolha do suplente de senador ocorreu sob eleição direta de forma dissociada dos titulares. Neste caso a ordem foi a mesma dos senadores.
- ↑ Antônio Brochado da Rocha é irmão do candidato a governador, José Diogo Brochado da Rocha.
- ↑ Renunciou ao mandato em prol de Humberto Gobbi após eleger-se prefeito de Porto Alegre em 1955.
- ↑ Renunciou ao mandato em 3 de agosto de 1956 por razões de foro íntimo e em seu lugar foi efetivado Lucídio Ramos.
- ↑ Renunciou ao mandato três dias antes do fim da legislatura para assumir uma cadeira de ministro no Tribunal Federal de Recursos.
- ↑ Faleceu em 29 de dezembro de 1957 e em seu lugar foi efetivado Henrique Pagnoncelli.
Referências
- ↑ a b «Página oficial do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul». Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «Senado Federal do Brasil: senador Armando Câmara». Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ Renunciou o sr. Armando Câmara (online). O Estado de S. Paulo, São Paulo (SP), 28/04/1956. Geral, p. 04. Página visitada em 8 de julho de 2016.
- ↑ «Senado Federal do Brasil: senador Mem de Sá». Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «Senado Federal do Brasil: senador Daniel Krieger». Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ a b c «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «UFRGS»
- ↑ «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 8 de julho de 2016. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013
- ↑ «BRASIL. Presidência da República: Lei nº 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 8 de julho de 2016