Partido Socialista Brasileiro (1985)

Foram assinalados vários problemas nesta página ou se(c)ção: |
Partido Socialista Brasileiro | |
---|---|
Número eleitoral | 40 |
Presidente | Carlos Siqueira |
Fundação | 2 de julho de 1985 (35 anos) |
Registro | 1 de julho de 1988 (32 anos)[1] |
Sede | Brasília, DF |
Ideologia | Socialismo democrático Social-democracia Socialismo cristão[2][3] |
Espectro político | Centro-esquerda a Esquerda |
Think tank | Fundação João Mangabeira |
Ala jovem | Juventude Socialista Brasileira (JSB) |
Membros (2021) | 644 726 filiados[4] |
Afiliação internacional | |
Governadores (2021)[6] | 2 / 27 |
Prefeitos (2020)[7] | 252 / 5 568 |
Senadores (2021)[8] | 1 / 81 |
Deputados federais (2021)[9] | 31 / 513 |
Deputados estaduais (2018)[10] | 63 / 1 024 |
Vereadores (2020)[11] | 3 637 / 56 810 |
Cores | Vermelho Branco |
Página oficial | |
www | |
Política do Brasil |
O Partido Socialista Brasileiro (PSB) é um partido político brasileiro fundado em 1985 que segue a ideologia socialista democrática. Foi criado por um grupo político que reivindicou a legenda e sigla do antigo PSB. O partido utiliza como símbolo uma pomba da paz e suas cores são vermelho, amarelo e branco.
Obteve registro definitivo junto ao Tribunal Superior Eleitoral em 1º de julho de 1988 com o código eleitoral 40.[12] Externamente, é membro da Aliança Progressista. No dia 13 de agosto de 2014 morreu vítima de acidente aéreo, o então presidente do PSB e candidato a presidência da República, Eduardo Campos. Em janeiro de 2021, era o nono maior do país, com 644.726 filiados.[13]
Nas eleições municipais de 2020, o partido elegeu 2 prefeitos nas capitais, entre eles JHC em Maceió e João Campos em Recife.
HistóriaEditar
No início de 1985, com a redemocratização, foi fundado um novo Partido Socialista Brasileiro, resgatando o mesmo programa e manifesto apresentados em 1947, por João Mangabeira.
Entre os signatários do partido, estavam os juristas Evandro Lins e Silva, Evaristo de Morais Filho e o escritor Rubem Braga. Para presidir a primeira comissão provisória foi escolhido o linguista Antônio Houaiss, que no ano seguinte deixou a presidência do partido para o senador Jamil Haddad. A secretaria-geral ficou com Roberto Amaral (ex-PCBR).
O novo PSB nasceu buscando conquistar espaços em um eleitorado de esquerda já integrado a outros partidos (como o PT e o PDT). Em 1986, apesar da intensa mobilização, o PSB elegeu apenas uma deputada para a Constituinte. Mas, dois anos depois, rompido com Brizola, o prefeito do Rio de Janeiro, Saturnino Braga, deixou o PDT para retornar ao PSB, sua antiga agremiação. Em 1988, Arthur Virgílio Neto é eleito prefeito de Manaus pela legenda. Mais tarde, trocaria o PSB pelo PSDB.
Em 1989, o PSB coligou-se ao PT e ao PCdoB para formar a "Frente Brasil Popular", que lançou a primeira candidatura de Luís Inácio Lula da Silva à presidência. O PSB indicou, então, a vaga para vice, com o senador gaúcho José Paulo Bisol (ex-PMDB e PSDB).
Era ArraesEditar
No início de 1990, após desligar-se do PMDB, o governador de Pernambuco, Miguel Arraes, anunciou sua adesão ao PSB. Candidato a deputado federal no mesmo ano, Arraes foi o mais votado do país e levou consigo mais 4 parlamentares.
Em 1992, elegeu prefeitos nas seguintes capitais: São Luís (com Conceição Andrade), Natal (Aldo Tinôco) e Maceió (com Ronaldo Lessa). Além de ganhar em outras cidades.
Situando-se entre Brizola e Lula, Arraes buscou no PSB a afirmação de sua liderança em nível nacional, consolidada em 1993, quando foi eleito presidente do partido, e no ano seguinte, quando assegurou o apoio do partido à candidatura de Lula (rompendo com o governo Itamar Franco e retirando seu ministro da Saúde, Jamil Haddad). No auge de sua popularidade, Arraes obteve 54% dos votos para o governo de Pernambuco (coligação PSB-PT-PPS-PDT) e foi eleito já no primeiro turno.
Além de Arraes, o PSB também conquistou em 1994 o governo do Amapá, com João Capiberibe, e uma vaga para o Senado no Pará, com Ademir Andrade.
O crescimento eleitoral do PSB intensificou as adesões nos anos seguintes. Em 1995, filiou-se o senador Antônio Carlos Valadares, de Sergipe, e em 1997 a ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina (rompida com o PT). No entanto, o partido vetou a entrada de Ciro Gomes (ex-PSDB), o que facilitou uma nova aliança nacional com o PT, apoiando novamente Lula para a presidência em 1998.
No entanto, além da derrota de Lula, Miguel Arraes não teve sucesso em sua campanha pela reeleição em Pernambuco, sendo derrotado pelo PMDB de Jarbas Vasconcelos. A perda foi compensada, em parte, pela eleição de Ronaldo Lessa como governador de Alagoas e pela volta de Saturnino Braga ao Senado, representando o estado do Rio de Janeiro.
Triênio de GarotinhoEditar
Em 2000, o PSB aceitou a filiação do governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, recém-saído do PDT após entrar em choque com Leonel Brizola. Alguns setores do partido, porém, temiam que que acontecesse o mesmo que aconteceu nos anos 1950, durante a aproximação com o janismo.
A adesão do governador fluminense acarretou a desfiliação do senador Saturnino Braga e do prefeito de Belo Horizonte, Célio de Castro. Ambos seguiram em direção ao PT.
Em 2002, Garotinho foi lançado candidato a presidente pelo PSB, com apoio dos pequenos PGT e PTC. Com uma plataforma populista e assistencialista, Garotinho obteve 15 milhões de votos (17,9%) em sua candidatura presidencial, ficando em terceiro lugar na disputa. Também mostrou sua força no próprio estado, ao eleger sua esposa, Rosinha Matheus como governadora.
O partido também foi favorecido nacionalmente, elevando sua bancada para 22 parlamentares, e conquistando, além do Rio de Janeiro, os governos estaduais de Alagoas (Ronaldo Lessa, reeleito), Espírito Santo (Paulo Hartung) e Rio Grande do Norte (Wilma de Faria). No segundo turno da eleição presidencial, o PSB apoiou Lula, o que permitiu ao partido participar do governo, com a pasta da Ciência e Tecnologia (com Roberto Amaral).
O inevitável choque entre Garotinho (com sua pretensão de candidatar-se novamente em 2006) e o presidente Lula ampliou o crescente atrito entre o ex-governador e o partido, que só foi resolvido em agosto de 2003, quando a Direção Nacional do PSB realizou um recadastramento e a ficha de Garotinho não foi aceita pelo partido e significou a saída da governadora Rosinha Garotinho, sua esposa e doze deputados federais.
Retorno do grupo de ArraesEditar
A saída de Garotinho permitiu ao grupo político fiel a Miguel Arraes reassumir o prestígio perdido em 1998. No governo, Roberto Amaral foi substituído pelo deputado Eduardo Campos, neto e herdeiro político de Arraes (que morreria em agosto de 2014).
Fiel aliado ao governo Lula, o PSB ampliou suas filiações (chegando a 29 deputados federais) e também compensou a perda de dois governadores (Paulo Hartung, para o PMDB; e Ronaldo Lessa, para o PDT), ambos em choque com Arraes, com a filiação do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes (ex-PPS) e da senadora Patrícia Saboya.
Em 2006, o PSB anunciou apoio informal (sem coligação) à reeleição de Lula à presidência.
Em 2010, numa grande estratégia política que se provou vantajosa ao partido, a candidatura de Ciro Gomes foi deixada de lado em apoio a então ministra Dilma Rousseff. Em troca, o PT abriu mão da cabeça de chapa em diversos estados do Norte, do Nordeste e do Espírito Santo para apoiar os socialistas. O resultado foi que se tornou o segundo partido em número de governos estaduais, atrás apenas do PSDB. Em 2012, buscou um certo distanciamento de seus aliados tradicionais nas capitais, principalmente do PT, o que o ajudou a atingir o maior número de capitais e um aumento expressivo no número de prefeituras (de 310 em 2008 para 434 no primeiro turno de 2012). A candidatura do ex-presidente da sigla, Eduardo Campos, à Presidência da República nas eleições de 2014 foi anunciada pelo PSB em 14 de abril de 2014.[14]
Em 13 de agosto de 2014, o candidato a presidência Eduardo Campos morreu em um acidente aéreo com um avião particular de campanha, na cidade de Santos, litoral de São Paulo.[15]
Em 2014 também, o PSB negocia processo de fusão (ou incorporação) com o Partido Popular Socialista (PPS), com possibilidades de participação do Partido Humanista da Solidariedade (PHS) e do Partido Ecológico Nacional (PEN), dentre outros.[16][17]
Participação e desempenho eleitoraisEditar
Bancada na 56.ª Legislatura do Congresso NacionalEditar
Atualmente, o PSB tem 1 senadora:
|
Atualmente, o PSB tem 31 deputados federais:
|
|
|
|
Deputados | AC | AL | AM | AP | BA | CE | DF | ES | GO | MA | MG | MS | MT | PA | PB | PE | PI | PR | RJ | RN | RO | RR | RS | SC | SE | SP | TO |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
29 | 1 | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 0 | 1 | 0 | 0 | 2 | 1 | 2 | 0 | 1 | 5 | 2 | 2 | 1 | 1 | 0 | 1 | 2 | 0 | 1 | 3 | 0 |
Fonte: Portal da Câmara dos Deputados - Conheça os Deputados - Selecione "Partido..." e "UF...", e clique no segundo botão "Pesquisar".
Parlamentares federais eleitos por legislaturaEditar
Legislatura | Eleitos | % | AC | AL | AM | AP | BA | CE | DF | ES | GO | MA | MG | MS | MT | PA | PB | PE | PI | PR | RJ | RN | RO | RR | RS | SC | SE | SP | TO | Diferença |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
34 | 6,63 | 0 | 1 | 0 | 0 | 0 | 4 | 0 | 2 | 0 | 1 | 1 | 0 | 1 | 0 | 0 | 5 | 1 | 1 | 3 | 1 | 1 | 0 | 3 | 0 | 1 | 7 | 1 | +7 | |
27 | 5,26 | 0 | 1 | 1 | 1 | 1 | 2 | 1 | 0 | 0 | 2 | 1 | 0 | 1 | 0 | 2 | 3 | 0 | 0 | 1 | 2 | 1 | 1 | 1 | 0 | 1 | 4 | 0 | +5 | |
22 | 4,29 | 0 | 2 | 0 | 1 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0 | 1 | 1 | 0 | 0 | 0 | 0 | 4 | 0 | 0 | 6 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0 | 5 | 0 | +4 | |
18 | 3,51 | 0 | 1 | 0 | 1 | 0 | 1 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 8 | 0 | 0 | 2 | 0 | 0 | 0 | 1 | 0 | 1 | 2 | 0 |
Fonte: Portal da Câmara dos Deputados - Bancada na Eleição.
Participação em eleições presidenciaisEditar
Ano | Imagem | Candidato(a) a Presidente | Candidato a Vice-Presidente | Coligação | Votos | % | Colocação |
---|---|---|---|---|---|---|---|
1989 | Luiz Inácio Lula da Silva (PT) |
José Paulo Bisol (PSB) |
Frente Brasil Popular (PT, PSB e PCdoB) |
31.076.364 | 44,23 | 2º | |
1994 | Luiz Inácio Lula da Silva (PT) |
Aloizio Mercadante (PT) |
Frente Brasil Popular pela Cidadania (PT, PSB, PCdoB, PPS, PV e PSTU) |
17.122.127 | 27,04 | 2º | |
1998 | Luiz Inácio Lula da Silva (PT) |
Leonel Brizola (PDT) |
União do Povo Muda Brasil (PT, PDT, PSB, PCdoB e PCB) |
21.475.218 | 31,71 | 2º | |
2002 | Anthony Garotinho (PSB) |
José Antonio Figueiredo (PSB) |
Brasil Esperança (PSB, PGT e PTC) |
15.180.097 | 17,86 | 3º | |
2010 | Dilma Rousseff (PT) |
Michel Temer (PMDB) |
Para o Brasil seguir Mudando (PT, PMDB, PR, PSB, PDT, PCdoB, PSC, PRB, PTC e PTN) |
55.752.529 | 56,05 | 1º | |
2014 | Marina Silva[nota 1] (PSB) |
Beto Albuquerque (PSB) |
Unidos pelo Brasil (PSB, PHS, PRP, PPS, PPL e PSL) |
22.176.619 | 21,32 | 3º |
Ver tambémEditar
Notas e referências
Notas
- ↑ Substituta de Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo.
Referências
- ↑ Tribunal Superior Eleitoral (TSE). «TSE - Partidos políticos registrados no TSE». Consultado em 7 de novembro de 2015
- ↑ Hecker, Alexandre (1998). Socialismo Sociável: História da esquerda democrática em São Paulo (1945-1965). [S.l.]: Editora Unesp. ISBN 8571392137
- ↑ Anjos, Hebert (2017). Socialismo e Liberdade: Uma história do PSB (1945-1965). [S.l.]: Paco Editoral. ISBN 9788546207800
- ↑ Tribunal Superior Eleitoral (TSE). «TSE - Filiados». Consultado em 9 de fevereiro de 2020
- ↑ «Participants»
- ↑ «Governadores 2014». UOL
- ↑ «Resultados da eleição municipal de 2012». Google Política e Eleições. Consultado em 25 de junho de 2013. Arquivado do original em 31 de julho de 2013
- ↑ «Senadores em Exercício por Partido». Senado Federal
- ↑ «Bancada da Eleição de 2018 para Deputado Federal (Titulares)». Câmara dos Deputados. Consultado em 3 de fevereiro de 2015
- ↑ «Deputados Estaduais Eleitos no País em 2018». G1
- ↑ «Vereadores Eleitos no País em 2012». G1
- ↑ Tribunal Superior Eleitoral: Partidos políticos registrados no TSE Arquivado em 17 de julho de 2007, no Wayback Machine., acessado em 25 de julho de 2007
- ↑ «Estatísticas do eleitorado – Eleitores filiados». www.tse.jus.br. Consultado em 9 de fevereiro de 2020
- ↑ [1]
- ↑ G1 (13 de Agosto de 2014). «Eduardo Campos morre». Globo. Consultado em 13 de Agosto de 2014
- ↑ Rodrigo Martins (19 de outubro de 2014). «"A ideia é puxar o PSDB para a esquerda", diz presidente do PSB». Carta Capital. Consultado em 20 de Outubro de 2014
- ↑ João Domingos, Agência Estado (14 de outubro de 2014). «Com derrota de Marina, PSB e PPS retomam projeto de fusão». Política Livre. Consultado em 20 de Outubro de 2014
BibliografiaEditar
- Alexandre Hecker (1998). Socialismo sociável: história da esquerda democrática em São Paulo (PDF). [S.l.]: Unesp