Lúcio Júlio Urso

político

Lúcio Júlio Urso (em latim: Lucius Julius Ursus) foi um senador romano nomeado cônsul sufecto três vezes, a primeira para o nundínio de julho a agosto de 84 com um colega de nome desconhecido, a segunda para março de 98 com o imperador Trajano e a terceira para março de 100 com Sexto Júlio Frontino.[1] Era filho de Júlio Lupo e irmão mais novo de Tibério Júlio Lupo. Seu pai era cunhado do prefeito pretoriano Marco Arrecino Clemente, pai de Arrecina Tértula, a esposa de Tito.

Lúcio Júlio Urso
Cônsul do Império Romano
Consulado 84 d.C.
98 d.C.
100 d.C.

Carreira

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Esta ligação com a família imperial fez com que Urso fosse nomeado para os três maiores postos disponíveis aos equestres: prefeito anonário, o responsável pelo suprimento de cereais de Roma, prefeito pretoriano entre 81 e 83 e finalmente prefeito do Egito entre 83 e 84. Ao retornar a Roma vindo do Egito, Arrecina Tértula convenceu Domiciano a conceder um consulado a Urso, o que ocorreu em 84.[2]

Segundo Dião Cássio, Urso era membro do círculo de amizades mais próximo de Domiciano desde o começo de seu reinado. Quando Domiciano, logo no início de seu reinado, pensava em executar sua esposa, Domícia Longina, por infidelidade, foi Urso que o demoveu da ideia.[3] Mais tarde, depois que Domiciano retornou de sua campanha vitoriosa na Germânia, Urso "não demonstrou alegria suficiente" e quase foi executado por isto.[4] Depois disto, carreira de Urso foi interrompida e ele não assumiu mais nenhum posto importante, apesar de, segundo Brian Jones, ele ter se mantido como um importante membro da corte imperial.[5]

É provável que ele não fosse mais um amigo tão íntimo de Domiciano no final de seu reinado, pois depois que o imperador foi assassinado e da ascensão de Trajano, Urso foi nomeado cônsul sufecto mais duas vezes, em 98 e em 100.

Família

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Ronald Syme afirma que Urso adotou Sérvio Júlio Serviano, cônsul sufecto em 90, e que ele passou a usar o nome Lúcio Júlio Urso Serviano depois disto, continuando sua linhagem. Nenhum outro estudioso se levantou contra esta identificação, que é hoje considerada consensual.[6] Serviano continuou perto do centro do poder da época e casou-se com Paulina, a Jovem, a irmã mais velha de Adriano.

Ver também

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Cônsul do Império Romano
 
Precedido por:
Domiciano IX

com Quinto Petílio Rufo
com Marco Ânio Messala (suf.)
com Caio Físio Sabino (suf.)
com Lúcio Técio Juliano (suf.)
com Terêncio Estrabão Erúcio Homulo (suf.)
com Lúcio Calvêncio Sexto Carmínio Veto (suf.)
com Marco Cornélio Nigrino Curiácio Materno (suf.)

Domiciano X
84

com Caio Ópio Sabino
com Lúcio Júlio Urso (suf.)
com Caio Túlio Capitão Pomponiano Plócio Firmo (suf.)
com Caio Cornélio Galicano (suf.)

Sucedido por:
Domiciano XI

com Tito Aurélio Fulvo II
com Quinto Júlio Cordino Caio Rutílio Gálico II (suf.)
com Lúcio Valério Cátulo Messalino II (suf.)
com Marco Arrecino Clemente II (suf.)
com Lúcio Bébio Honorato (suf.)
com Públio Herênio Polião (suf.)
com Marco Ânio Herênio Polião (suf.)
com Décimo Abúrio Basso (suf.)
com Quinto Júlio Balbo (suf.)
com Caio Sálvio Liberal Nônio Basso (suf.)

Precedido por:
Nerva III

com Lúcio Vergínio Rufo III
com Cneu Árrio Antonino II (suf.)
com Caio Calpúrnio Pisão (suf.)
com Marco Ânio Vero (suf.)
com Lúcio Nerácio Prisco (suf.)
com Lúcio Domício Apolinário (suf.)
com Sexto Hermetídio Campano (suf.)
com Quinto Glício Atílio Agrícola (suf.)
com Lúcio Pompônio Materno (suf.)
com Públio Cornélio Tácito (suf.)
com Marco Ostório Escápula (suf.)

Nerva IV
98

com Trajano II
com Cneu Domício Tulo II (suf.)
com Sexto Júlio Frontino II (suf.)
com Lúcio Júlio Urso II (suf.)
com Tito Vestrício Espurina II (suf.)
com Caio Pompônio Pio (suf.)
com Aulo Vicírio Marcial (suf.)
com Lúcio Mécio Póstumo (suf.)
com Caio Pompônio Rufo Acílio Prisco Célio Esparso (suf.)
com Cneu Pompeu Ferox Liciniano (suf.)
com Quinto Fúlvio Gilão Bício Próculo (suf.)
com Públio Júlio Lupo (suf.)

Sucedido por:
Aulo Cornélio Palma Frontoniano

com Quinto Sósio Senécio
com Públio Sulpício Lucrécio Barba (suf.)
com Senécio Mêmio Áfer (suf.)
com Quinto Fábio Bárbaro Valério Magno Juliano (suf.)
com Aulo Cecílio Faustino (suf.)
com Tibério Júlio Ferox (suf.)

Precedido por:
Aulo Cornélio Palma Frontoniano

com Quinto Sósio Senécio
com Públio Sulpício Lucrécio Barba (suf.)
com Senécio Mêmio Áfer (suf.)
com Quinto Fábio Bárbaro Valério Magno Juliano (suf.)
com Aulo Cecílio Faustino (suf.)
com Tibério Júlio Ferox (suf.)

Trajano III
100

com Sexto Júlio Frontino III
com Lúcio Júlio Urso III (suf.)
com Marco Márcio Mácer (suf.)
com Caio Cílnio Próculo (suf.)
com Lúcio Herênio Saturnino (suf.)
com Pompônio Mamiliano (suf.)
com Quinto Acúcio Nerva (suf.)
com Lúcio Fábio Tusco (suf.)
com Caio Júlio Cornuto Tértulo (suf.)
com Caio Plínio Cecílio Segundo (suf.)
com Lúcio Róscio Eliano Mécio Céler (suf.)
com Tibério Cláudio Sacerdos Juliano (suf.)

Sucedido por:
Trajano IV

com Quinto Articuleio Peto II
com Sexto Ácio Suburano Emiliano (suf.)
com Caio Sertório Broco Quinto Serveu Inocente (suf.)
com Marco Mécio Céler (suf.)
com Lúcio Arrúncio Estela (suf.)
com Lúcio Júlio Marino Cecílio Simplex (suf.)


Referências

  1. Alison E. Cooley, The Cambridge Manual of Latin Epigraphy (Camrbidge: University Press, 2012), p. 466ss
  2. Brian W. Jones, The Emperor Domitian (London: Routlege, 1993), pp. 40f
  3. Dião Cássio, História Romana LXVII.3.1
  4. Dião Cássio, História Romana LXVII.4.2
  5. Jones, Emperor Domitian, p. 42
  6. Olli Salomies, Adoptive and Polyonymous Nomenclature in the Roman Empire (Helsinki: Societas Scientiarum Fennica, 1992), p. 51