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José Agnaldo de Jesus (Macambira, 12 de outubro de 1967), mais conhecido apenas como Agnaldo (quando jogava, normalmente como volante) ou como Agnaldo de Jesus (após parar de jogar), é um ex-futebolista e treinador de futebol brasileiro, notabilizado sobretudo no Remo, em ambas as funções e também em cargos administrativos.[1]

Agnaldo de Jesus
Informações pessoais
Nome completo José Agnaldo de Jesus
Data de nasc. 12 de outubro de 1967 (56 anos)
Local de nasc. Macambira, Brasil
Nacionalidade Brasileira
Apelido Seu Boneco[1]
Informações profissionais
Posição Volante
Clubes de juventude
1981-1986 Santos
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos)
1986-1987
1987
1987
1988
1988
1989
1990-1991
1991-1994
1994
1994
1995-1997
1997
1998
São Bento
VOCEM
Santos
VOCEM
XV de Novembro
Catanduvense
Sport
Remo
Taquaritinga
Operário
Remo
Moto
Paysandu
jogos (golos)
Times/clubes que treinou
1997
2002
2003-2004
2004-2005
2005
2014
2014-2015
2019
Remo (jogador-treinador interino)
Ananindeua
Remo
Paysandu
Ananindeua
Remo (interino)
Vênus
Bragantino

Mesmo não sendo considerado dos mais técnicos futebolistas que o clube teve na década de 1990,[2] foi reconhecido como um volante de liderança, bravura e chegada ao gol,[1] sendo eleito com ampla margem em 2020 como o melhor jogador nesse posição na história remista.[3]

Agnaldo, como jogador, foi um dos ícones de um pentacampeonato paraense seguido dos azulinos junto a uma série de 33 clássicos Re-Pa seguidos sem derrotas.[1] Como técnico, obteve o único título com 100% de aproveitamento do certame na era profissional e também promoveu a estreia de Rony no futebol adulto, ambos também a trabalho do Remo. Em ambas as funções, também foi campeão no próprio rival Paysandu.

Pela semelhança física com o personagem de Lug de Paula no programa televisivo Escolinha do Professor Raimundo, também se tornou conhecido como “Seu Boneco”.[1]

Carreira de jogador editar

Início editar

Nascido no interior de Sergipe, iniciou-se já no Santos, ainda na categoria infantil, em 1981. Chegou a ser integrado à equipe adulta em 1984,[1] mas faria por ela uma única partida, já no ano de 1987.[4] Antes, chegou a integrar entre 1986 e 1987 o São Bento de Sorocaba.[1] Também em 1987, reforçou o VOCEM, de Assis, clube ao qual creditaria o verdadeiro início da carreira, conseguindo um título de acesso nas divisões inferiores do campeonato paulista.[5]

Ao longo do ano de 1987, o Santos, por sua vez, teve para posições de volante jogadores como César Sampaio, Hugo de León e Dema,[6] todos em algum momento premiados com a Bola de Prata da revista Placar.[7] Em sua única partida pelo clube,[4] Agnaldo entrou no decorrer de amistoso contra o Araçatuba (vitória de 1-0 no Adhemar de Barros), em 2 de dezembro, jogo no qual o treinador Geninho utilizou outros volantes na formação encabeçada pelo goleiro Rodolfo Rodríguez.[8] Foi a última partida do Santos naquele ano.[9]

Agnaldo inicialmente seguiu no VOCEM para 1988,[5] ano em que também atuou pelo XV de Novembro, de Jaú.[1] Em 1989, rumou ao Catanduvense, destacando-se na primeira divisão estadual também pelos cinco gols marcados – incluindo um sobre o Corinthians, em partida televisionada nacionalmente. Terminou contratado pelo Sport, vencendo em 1990 a Série B do Brasileirão naquele ano.[5]

Pelo clube do Recife, disputou a Série A de 1991,[5] em elenco que tinha também Paulo Victor, Mirandinha e Sérgio Alves.[10] Naquele mesmo ano, reforçou pela primeira vez o Remo,[5] que naquele primeiro semestre havia chegado às semifinais da Copa do Brasil de 1991.[11]

Primeira passagem pelo Remo editar

Seus primeiros Re-Pas foram em triangular internacional amistoso com a equipe surinamesa do Transvaal; em dois clássicos com o Paysandu, em julho, empatou em 0-0 e perdeu de 2-1. Posteriormente, esteve em três dos quatro clássicos válidos pelo Estadual, sem perder: 1-1 pelo primeiro turno, 1-0 na final do primeiro turno e 0-0 pelo segundo turno.[12] Na campanha campeã paraense de 1991, Agnaldo ausentou-se das cinco últimas partidas, mas foi titular na maior parte da trajetória, incluindo participações em triunfos de 3-0 e de 4-0 no clássico com a Tuna Luso.[13]

No primeiro semestre de 1992, Agnaldo contribuiu com três gols na campanha 4ª colocada na Série B do Brasileirão, suficiente ao acesso.[14] No segundo semestre, inicialmente seguia invicto no Re-Pa: duas vitórias de 1-0 e um empate em 0-0 contribuíram para o “Leão” vencer o primeiro turno. O empate foi o 600º clássico, altura em que o Remo possuía 207 vitórias e 194 derrotas. Contudo, na sequência o rival obteve quatro vitórias seguidas por 1-0 e terminou campeão - além de, consequentemente, reduzir para nove jogos a desvantagem no duelo.[15] Naquele momento, Agnaldo chegou a ser bastante criticado, sofrendo inclusive insinuações de que teria "se vendido" ao arquirrival.[16]

Porém, o encontro seguinte, um 0-0 pelo amistoso Torneio Pará-Ceará em janeiro de 1993, daria início ao famoso tabu de 33 partidas de invencibilidade azulina no duelo. Agnaldo esteve presente ali e no clássico seguinte do torneio, partida que estava igualada em 1-1 e acabou oficializada em vitória de 1-0 após o rival abandonar o campo, protestando contra a marcação precisamente do pênalti que resultaria no gol do empate remista. Na sequência, o volante esteve em todos os duelos pelo estadual, que passava a realizar-se no primeiro semestre.[17]

O Remo foi o campeão paraense de 1993 com Agnaldo só ausentando-se de dois dos vinte jogos da equipe treinada por Givanildo Oliveira. O volante deixou gols no 2-2 com o Pinheirense e no 2-0 no Bragantino (primeiro turno), 4-0 no Santa Rosa, 2-0 no Pinheirense, 10-0 no Tiradentes (três jogos seguidos do segundo turno) e do 1-0 no jogo final com o Paysandu.[18] Foi o vice-artilheiro do elenco, com apenas um gol a menos que os sete anotados pelos artilheiros Cacaio e Tarcísio.[19] Ter feito o gol do título (em cabeceio forte, aproveitando lançamento de Cacaio) inclusive serviu-lhe para desabafar publicamente contra as insinuações ventiladas contra sua honestidade um semestre antes.[16]

No segundo semestre de 1993, em elenco que possuía Giovanni, Alex Dias, Biro-Biro e Mauricinho, foi um dos líderes da melhor campanha de uma equipe do Norte do Brasil na primeira divisão do Brasileirão, um oitavo lugar.[20] Ela também incluiu os dois últimos Re-Pas válidos pela Série A.[21] Agnaldo esteve em ambos: vitória de 2-1 e empate em 1-1.[17]

Em 1994, atuou apenas no mês de maio pelo Remo. Na campanha campeã paraense daquele ano, participou somente da vitória de 3-0 sobre o Tiradentes no dia 15, pelo segundo turno.[22] Na segunda quinzena do mês, tomou parte da excursão à Europa, a primeira de uma equipe paraense, disputando em Toulon torneio amistoso contra clubes franceses e uma seleção de Bucareste.[23] Agnaldo não esteve em nenhum dos dez Re-Pas do ano,[24] tendo passado a temporada de 1994 basicamente como jogador do Taquaritinga e do Operário de Campo Grande.[1] O Remo acabaria o ano rebaixado, sem voltar mais à primeira divisão.[21]

Segunda passagem pelo Remo editar

Agnaldo retornou do Mato Grosso do Sul ao Remo em 1995.[1] Na campanha campeã paraense daquele ano, se ausentou de duas das quatorze partidas e fez gols no 5-0 no Pinheirense e então em três jogos seguidos: 2-0 no Pedreira, 4-0 no Sport Belém e 1-0 no Bragantino.[25] Foi o terceiro na artilharia do elenco treinado por Hélio dos Anjos.[26] Além dos dois Re-Pas ocorridos no Estadual (ambos vencidos por 1-0), Agnaldo também esteve em dois amistosos em agosto, válidos pela Taça Yamada (0-0 e vitória de 1-0, com gol dele).[27] Posteriormente, com seis gols, acabou artilheiro azulino da campanha 5ª colocada na segunda divisão do Brasileirão.[28]

O tetracampeonato paraense seguido do Remo veio no estadual de 1996. Ausente de três dos 22 jogos, Agnaldo fez gols no 6-1 no Bragantino, no 1-0 no Paysandu e em 2-0 novamente no Bragantino.[29] Em todos os Re-Pas do ano, só não atuou no primeiro e acabou protagonista naquela vitória estadual de 1-0 não apenas pelo gol: uma falta que ele cometera no adversário Sandro acabou assinalada pela arbitragem como favorável ao Remo e rendido um segundo cartão amarelo ao oponente. O rival já jogava sem outros dois expulsos e, revoltado, iniciou batalha campal antes de retirar-se do gramado. A partida, então empatada em 1-1, foi encerrada aos 39 minutos e o resultado foi alterado para 1-0 pela justiça desportiva. Adiante, o título fez o Remo ultrapassar o Paysandu em número de conquistas estaduais, 35 contra 34.[30]

Agnaldo também esteve nos dois Re-Pas pela Série B de 1996: 3-2 e 1-1.[30] Naquela segunda divisão, o Remo acabou eliminado nos pênaltis pelo Londrina nas quartas-de-final, terminando na 7ª colocação geral.[31] No ano seguinte, a série de invencibilidade no Re-Pa prosseguiu inicialmente em triunfo de 4-2, com Agnaldo em campo, pela seletiva à Copa Norte de 1997. O 32º jogo seguido sem perder do rival veio já pelo estadual, triunfo de 2-1.[32]

Em paralelo, o “Leão” chegou à decisão da Copa Norte, torneio que na época também valeria vaga internacional, na Copa CONMEBOL de 1997. Surpreendentemente, o time terminou derrotado em 4 de maio no Mangueirão pela equipe acriana do Rio Branco,[33] resultado que rendeu a demissão do treinador azulino Fernando Oliveira. Três dias depois, ocorreu Re-Pa para definir o primeiro turno do estadual e, para a ocasião, Agnaldo e o zagueiro Belterra se improvisaram como dupla de jogadores-treinadores.[1]

O rival vencia a partida por 1-0 até os onze minutos finais, quando então Agnaldo anotou o gol que já levava à loucura a torcida azulina. Ele e Belterra já haviam colocado cinco atacantes em campo e o time virou o jogo para 3-1, em gols de Zé Raimundo e Edil Highlander.[1] Além daquele gol, Agnaldo, ausente de cinco dos 24 jogos, marcou no 10-0 no Pinheirense, no 2-1 no Bragantino, no 4-1 novamente no Bragantino, no 1-0 no Santa Rosa, dois gols no 3-1 no Sport Belém, no 3-1 no Tiradentes e 1-0 na Tuna. A própria Tuna, ao ter vencido outro clássico, por 1-0, ocasionou em nova demissão do técnico azulino da ocasião, Cassiá. O compromisso seguinte seria novo Re-Pa e Agnaldo foi novamente jogador-treinador,[34] precisamente no duelo em que o tabu de 33 clássicos foi encerrado, em derrota de 2-0.[32]

Em 2023, quando o tabu completou 30 anos de início e 25 anos de fim, Agnaldo foi convidado a comentar, declarando o seguinte:

Agnaldo permaneceu como jogador-treinador no compromisso seguinte ao fim do tabu, vitória de 3-1 sobre o Tiradantes. Celinho assumiu como técnico e, a despeito do encerramento de invencibilidade em sequência, o Remo, na decisão do segundo turno, tornou a triunfar sobre o rival.[34] Foi o último Re-Pa de Agnaldo como jogador remista.[32] Seus nove gols na campanha o fizeram vice-artilheiro do elenco junto de Ageu Sabiá, ambos abaixo apenas dos doze gols de Edil.[36]

Em 2020, uma eleição oficial promovida pelo Remo entre torcedores escolheu Agnaldo para o time dos sonhos do clube. Recebeu 65% dos votos para a vaga de volante.[3]

Final editar

Para a disputa da Série B de 1997, Agnaldo reforçou o Moto Club. Curiosamente, na rodada final a equipe maranhense travou confronto direto exatamente contra o Remo para definir no Baenão um dos rebaixados. O volante, famoso pelos gols de cabeça, não deixou de ir ao ataque em escanteios, mas acabou expulso, quando a partida já estava sob o placar de 2-0 para o ex-clube. O “Leão” venceu ao fim por 3-0.[37]

Em 1998, Agnaldo voltou ao futebol paraense, reforçando o Paysandu, que deliberadamente buscava fortalecer-se com antigas figuras destacadas de Remo e Tuna Luso para simultaneamente enfraquecer os rivais.[1] O veterano participou de treze dos vinte jogos de campanha campeã invicta, incluindo um 3-0 no clássico com a Tuna. Seu único gol deu-se em 4-1 no Santa Rosa.[38]

Como bicolor, curiosamente não participou das duas vitórias do “Papão” em Re-Pas de 1998, o 1-0 pela seletiva à Copa Norte daquele ano e o 3-1 no jogo final do estadual; seus três duelos como bicolor contra o Remo, todos também pelo estadual, foram empates - em 1-1 pelo primeiro turno, em 0-0 pelo triangular-final dessa fase e em 1-1 pelo triangular-final do segundo turno.[39]

Após o título, declarando-se cansado do ambiente do futebol, decidiu parar de jogar e dedicar-se inicialmente à profissão de caminhoneiro, bastante difundida em sua família.[40]

Após parar de jogar editar

Em meio a quatro anos como caminhoneiro, chegando a escapar duas vezes de acidentes que renderam perda total de carga e veículo, começou a interessar-se em virar treinador; estagiou no Goiás e no Guarani,[40] em comissões técnicas de Lori Sandri e Hélio dos Anjos, respectivamente; também chegou a acompanhar por 45 dias treinamentos do Deportivo La Coruña, convidado por César Sampaio,[5] outro ex-jogador santista em 1987.[6]

Após trabalhos iniciais de treinador em Serra Negra,[41] Agnaldo de Jesus teve uma primeira oportunidade de um clube profissional dada pelo Ananindeua, em 2002.[40] No campeonato paraense daquele ano, à exceção de um 6-1, seu time conseguiu resultados equilibrados contra o campeão Paysandu, mesmo perdendo também nos outros três encontros – por 2-1, 2-0 e 1-0.[42]

Desavenças no planejamento da temporada 2004 e reclamações por meses de atrasos salariais levaram Givanildo Oliveira a deixar o Remo após a Série B de 2003. Agnaldo foi convidado a substitui-lo interinamente em dezembro de 2003.[43] Acabou efetivado, sem, apesar da idolatria do passado, evitar desconfiança inicial da torcida ao ser julgado como ainda inexperiente.[40] Em um primeiro momento, em janeiro de 2004, o Remo chegou a ser derrotado em amistoso contra o combinado de São João de Pirabas, o Bacuri, ainda que apenas dez dias depois conseguisse vencer o Re-Pa na estreia do campeonato paraense daquele ano.[44][45]

As dúvidas dos torcedores chegaram a ser reforçadas após eliminação precoce na Copa do Brasil de 2004 para o Palmas,[1] mas as críticas foram superadas com campanha histórica no estadual de 2004: ali, o “Leão” tornou-se o primeiro campeão com 100% de aproveitamento na era profissional do certame. Após a estreia com 1-0 sobre o arquirrival, os dirigidos por Agnaldo venceram por 3-0 o Carajás, por 2-1 o Castanhal, por 2-1 o clássico com a Tuna Luso, por 4-1 o Águia de Marabá, por 2-1 o Bragantino, por 1-0 o Ananindeua, por 5-0 o Bragantino, por 5-2 o Castanhal, por 2-0 o Ananindeua, por 2-1 o Carajás, por 4-1 a Tuna, por 2-1 o Águia e, por fim, por 2-0 um novo Re-Pa.[46]

As 14 vitórias em 14 jogos, além dos 37 gols marcados e dez sofridos, também propiciaram as duas artilharias do certame - lideradas por Gian e Júnior Ferrim.[1] O título também foi histórico por reigualar a dupla Re-Pa em títulos estaduais, ambos estabelecidos com quarenta conquistas paraenses cada um após o certame de 2004.[47] Na época, o treinador declarou que:

Contudo, o time não foi bem na Série B de 2004 e terminou rebaixado, no fim de setembro. Venceu somente cinco vezes, empatou doze e foi derrotado em oito.[48] Agnaldo deixou o cargo após a 8ª rodada, sob derrota de 5-2 em 8 de junho para o Ituano, já não trabalhando na seguinte. Àquela altura, o clube ainda era 14º de 24 times.[49]

Ainda em 2004, no fim de dezembro, Agnaldo de Jesus foi anunciado como novo treinador do Paysandu.[50] A contratação se dera ainda sob a credencial do desempenho histórico do título estadual de 2004, visando também provocativamente desempatar em favor do "Papão" o número de títulos estaduais para 2005, precisamente o ano do centenário remista.[47]

Agnaldo terminou por de fato integrar a campanha campeã paraense de 2005 com os bicolores, mas trabalhou somente nas três primeiras partidas: começou vencendo por 4-1 o Pedreira, mas derrotas para os modestos São Raimundo (2-1) e Castanhal (1-0), ainda que ambas fora de Belém, acarretaram na sua saída. Roberto Cavalo o substituiu pelo restante do torneio e Agnaldo voltaria ao Ananindeua ainda no primeiro turno; perdeu duas vezes de 2-0 nos reencontros contra o campeão.[51]

Em 2014, voltou a ser técnico interino do Remo, em Re-Pas válidos pelas semifinais da Copa Verde daquele ano, após derrota em clássico válido pelo estadual ocasionar na saída de Charles Guerreiro como treinador azulino. Com Agnaldo, o “Leão” perdeu de 1-0 e empatou em 0-0, sem evitar a eliminação, em 23 de março.[52] Seguiu interinamente no cargo para jogo de três dias depois, pelo estadual de 2014. O Remo apenas empatou em 1-1 com o São Francisco, mas a partida com o tempo acabaria notabilizada por ter rendido a estreia de Rony no futebol profissional. Agnaldo o conhecera nas categorias de base e o colocou no segundo tempo, sob derrota parcial de 1-0 em pleno Mangueirão, e o próprio estreante terminou convertendo o gol do empate.[53][54] Quatro dias depois, haveria novo Re-Pa, pelo estadual, e Roberto Fernandes já havia assumido como novo treinador remista. O clube, adiante, terminaria campeão.[52]

Em 2023, Rony tornou-se o primeiro paraense chamado em sete anos à seleção brasileira, antecedido por Paulo Henrique Ganso,[55] um ano após estabelecer-se como o jogador paraense mais vezes campeão após a aposentadoria de Giovanni.[56] A respeito de Rony, Agnaldo já havia comentado em 2020:

No restante de 2014, Agnaldo permaneceu como auxiliar técnico, até aceitar em outubro proposta de treinar o Vênus.[58] Como treinador, também trabalhou no Bragantino, com o qual foi terceiro colocado no campeonato paraense de 2019.[5] Chegou a candidatar-se pelo PROS a vereador na eleição municipal de Belém em 2020, como "Agnaldo Seu Boneco", conseguindo vaga de suplente na câmara legislativa.[59]

Sua ligação com o Remo tornou a ser reforçada em 2022, ao assumir cargo de coordenador técnico.[60] Em 2023, foi premiado no Pará com prêmio de Personalidade Esportiva do Ano, em reconhecimento a projeto social que, com discrição, auxiliava pessoas de renda baixa na obtenção de consultas e exames médicos.[61]

Títulos editar

Como jogador editar

Como treinador editar

Referências

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