Gabriela (1975)

telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede Globo

Gabriela é uma telenovela brasileira produzida pela TV Globo e exibida originalmente de 14 de abril a 24 de outubro de 1975, em 132 capítulos. Substituiu O Rebu e foi substituída por O Grito na faixa das 22 horas,[1] sendo a 21.ª "novela das dez" exibida pela emissora.

Gabriela
Gabriela (1975)
Informação geral
Formato Telenovela
Duração 50 minutos
Criador(es) Walter George Durst
Baseado em Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado
Elenco
País de origem Brasil
Idioma original português
Episódios 132
Produção
Diretor(es) Walter Avancini
Tema de abertura "Modinha para Gabriela", Gal Costa
Composto por Dorival Caymmi
Tema de encerramento "Modinha para Gabriela", Gal Costa
Empresa(s) produtora(s) TV Globo
Exibição
Emissora original TV Globo
Distribuição TV Globo
Formato de exibição 480i (SDTV)
Formato de áudio monaural
Transmissão original 14 de abril – 24 de outubro de 1975
Cronologia
O Rebu
O Grito
Programas relacionados Gabriela, Cravo e Canela (1960)
Gabriela (2012)

A trama é uma adaptação do romance Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado. Adaptada por Walter George Durst, tem direção de Walter Avancini (também na direção geral) e Gonzaga Blota.[1]

Conta com as atuações de Sônia Braga, Armando Bógus, José Wilker, Nívea Maria, Fúlvio Stefanini, Dina Sfat, Elizabeth Savalla, Marcos Paulo, Eloísa Mafalda e Paulo Gracindo nos papéis principais.[1]

Sinopse editar

A novela retratava a vida de Gabriela da Silva (Sônia Braga), simples moça do sertão baiano que fora para Ilhéus para fugir da seca nordestina, com seu tio e mais dois jagunços, sendo que seu tio não resiste e morre no meio do caminho. Moça sofrida, porém muito alegre, seduzia os homens sem querer; a novela mostrava o amor de Gabriela com um estrangeiro chamado Nacib (Armando Bógus) que além de ter sido seu patrão em seu bar, o Vesúvio, não aceitava seu comportamento, ora ingênuo, ora loucamente sensual. Gabriela era uma morena brigona e ousada, que andava descalça e com vestidos extremamente curtos, e muito trabalhadora.

Paralelamente a isto temos a rixa do político e bom moço Mundinho Falcão (José Wilker) e o temido Coronel Ramiro Bastos (Paulo Gracindo). Um é de bem e só quer o melhor para Ilhéus, já o outro prepotente, arrogante e ignorante. O pior de tudo é que sem saber, Mundinho se apaixona por Jerusa (Nívea Maria), neta de seu rival.

Ramiro conseguiu tudo nesta vida, só não conseguiu enfiar juízo na cabeça do filho, Tonico Bastos (Fúlvio Stefanini). É casado com a ciumenta Olga (Ângela Leal), mas ele gosta mesmo é das meninas do Bataclan. Tonico também se vê apaixonado por Gabriela.

O Bataclan é o prostíbulo de luxo da cidade,frequentado por todos os homens, e a dona desse lugar que vive em festa é conhecida como Maria Machadão (Eloísa Mafalda), uma mulher forte e muito divertida.

A atriz Cidinha Milan, que fez o papel de Chiquinha, protagonizou o primeiro nú da televisão brasileira na trama escrita por Walter George Durst.[2]

Elenco editar

Ator Personagem
Sônia Braga Gabriela da Silva
Armando Bogus Nacib Achcar Saad
Paulo Gracindo Coronel Ramiro Bastos
José Wilker Raimundo Mendes Falcão (Dr Mundinho)
Nívea Maria Jerusa Bastos
Elizabeth Savalla Malvina Tavares
Gilberto Martinho Melk Tavares
Fúlvio Stefanini Antônio Ramiro Bastos ((Dr tunico ))
Ângela Leal Olga Bastos
Eloísa Mafalda Maria Machadão
Jayme Barcellos Dr. Ezequiel Prado
Marco Nanini Professor Josué
Ary Fontoura Doutor Pelópidas Clóvis Costa
Francisco Dantas Coronel Jesuíno Mendonça
Ana Ariel Idalina Tavares
Hemílcio Fróes Alfredo Bastos
Luiz Orioni João Fulgêncio
Paulo Gonçalves Dr. Maurício Caíres
Rafael de Carvalho Coronel Coriolano Ribeiro
Mário Gomes Berto Leal
Castro Gonzaga Coronel Amâncio leal
Sônia Oiticica Sílvia Bastos
Ana Maria Magalhães Glória Ribeiro
Thelma Reston Arminda
Jorge Cherques Padre Basílio
Cidinha Milan Chiquinha
Tonico Pereira Chico Moleza
Cosme dos Santos Tuísca
Sérgio de Oliveira Capitão
Icléa Magalhães Pretinha

Participações especiais editar

Ator Personagem
Maria Fernanda Dona Sinhazinha Guedes Mendonça
João Paulo Adour Dr. Osmundo Pimentel
Dina Sfat Risoleta Prado (Zarolha)
Rubens de Falco João Pimentel
Hugo Carvana Dr. Argileu Palmeira
Milton Gonçalves Filó
Stênio Garcia Felismino
Marcos Paulo Rômulo Vieira
Monah Delacy Deusolina Leal (Dadá)
Paulo César Pereio Príncipe Sandra
Neila Tavares Anabela Pinto
Roberto Bonfim Chico Chicão
Natália do Vale Aurora
Pedro Paulo Rangel Juca Viana
Germano Filho Seu Silva
Ilva Niño Filomena
Maria Lúcia Dahl Jandaia
Clementino Kelé Negro Fagundes
Marilena Cury Zobaida Saad
Isaac Bardavid Juiz do julgamento de Jesuíno
Wilson Grey
Alciro Cunha Fazendeiro Aristóteles Pires
Blanche Paes Leme Dona Crisalina
Lybia Esmeralda Dona Jorgina
Maria Angélica Neusona

Reprises editar

Foi reprisada pela primeira vez entre 29 de janeiro e 4 de maio de 1979, às 22h, substituindo Sinal de Alerta.[1]

Foi reprisada pela segunda vez em 18 de março de 1980 num compacto de 90 minutos no "Festival 15 Anos".

Foi reprisada pela terceira vez entre 15 de junho a 02 de julho de 1982, às 22h15, em um compacto de 12 capítulos.[1]

Foi reprisada pela quarta vez no Vale a Pena Ver de Novo entre 24 de outubro de 1988 a 24 de fevereiro de 1989,[1] substituindo Ti Ti Ti e sendo substituída por A Gata Comeu, em 90 capítulos. Foi a única novela das 22 horas da Globo que ganhou uma reprise na sessão.

Impacto em Portugal editar

Foi a primeira telenovela exibida em Portugal na RTP 1, começou a ser transmitida em 16 de maio de 1977 e foi um enorme sucesso em todo o país.[3] Em 1977, o número de aparelhos televisivos era baixo em Portugal (150 televisores por mil habitantes), o que fazia com que as habitantes das aldeias, vilas pequenas e bairros populares a deslocarem-se de propósito a cafés, às associações de bairro e de moradores ou sedes de outras associações cooperativas, para poderem assistir à telenovela. Isto prova o sucesso desta telenovela brasileira, apesar de nessa época não haver shares de audiência (também só existiam dois canais e a RTP 2 tinha pouca cobertura nacional). A sua popularidade atingiu todos os estratos sociais.[4]

Esse sucesso também se refletiu em novos modos de comportamento e de relacionamento social, esta novela mostrou algo que nunca havia sido visto na televisão portuguesa (apenas três anos após a queda da ditadura do Estado Novo) e influenciou a moda, incluindo os penteados, a escolha dos nomes de bebês e da linguagem usada (palavras como bacano tornaram-se populares). Essa influência continuaria com outras novelas oriundas do Brasil.[5] O êxito foi tal que as reuniões na Assembleia da República eram adiadas para uma hora posterior à exibição da novela.[6] Gabriela foi um sucesso estrondoso na televisão portuguesa, abrindo horizontes para a produção de uma série de novelas portuguesas,[7] sendo a primeira Vila Faia em 1982.

O sucesso foi tal que quando dois atores brasileiros chegaram a Portugal Elizabeth Savalla que interpretava a rebelde Malvina que se revoltava contra as prepotências do seu pai, um coronel e Fúlvio Stefanini que interpretava a personagem Tonico Bastos centenas de pessoas estiveram presentes no aeroporto de Lisboa para os ver (uma delas seria o então primeiro-ministro português da época, Mário Soares) e o evento até mereceu primeira página do jornal Diário de Notícias.[8] A transmissão teve lugar até 16 de novembro desse ano, sendo substituída por outra telenovela brasileira, O Casarão.

Trilha sonora editar

Nacional editar

  1. "Coração Ateu" - Maria Bethânia
  2. "Guitarra Baiana" - Moraes Moreira
  3. "Alegre Menina" - Djavan
  4. "Quero Ver Subir, Quero Ver Descer" - Wálter Queiróz
  5. "Horas" - Quarteto Em Cy
  6. "São Jorge dos Ilhéus" - Alceu Valença
  7. "Modinha Para Gabriela" - Gal Costa
  8. "Filho da Bahia" - Fafá de Belém
  9. "Caravana" - Geraldo Azevedo
  10. "Porto" - MPB4
  11. "Retirada" - Elomar
  12. "Doces Olheiras" - João Bosco
  13. "Adeus" - Walker

Complementar: Uma Noite no Bataclan editar

  1. "A Volta do Boêmio" - Nelson Gonçalves
  2. "Malagueña" - Los Índios
  3. "Vingança" - Linda Batista
  4. "Siboney" - Orquestra Serenata Tropical
  5. "Bigorrilho" - Jorge Veiga
  6. "Mano a Mano" - Carlos Lombardi
  7. "O Meu Boi Morreu" - Cravo & Canela
  8. "Bar da Noite" - Nora Ney
  9. "Historia de Un Amor" - Pepe Avila y Los Bronces
  10. "Castigo" - Roberto Luna
  11. "Mambo Jambo" - Perez Prado
  12. "Tortura de Amor" - Waldick Soriano
  13. "Perfume de Gardênia" - Bienvenido Granda
  14. "Jura" - Altamiro Carrilho

Referências

  1. a b c d e f Nilson Xavier. «Gabriela (1975)». Teledramaturgia. Consultado em 16 de dezembro de 2015 
  2. Morre em São Paulo a atriz Cidinha Milan Museu da TV
  3. Tocha, Cátia (3 de setembro de 2014). «A chegada do Brasil a Portugal através de "Gabriela"». UALmedia. Consultado em 15 de agosto de 2015 
  4. Tocha, Cátia (3 de setembro de 2014). «A chegada do Brasil a Portugal através de "Gabriela"». UALmedia. Consultado em 16 de agosto de 2015 
  5. «"Gabriela, Cravo e Canela", a primeira telenovela a passar em Portugal». sapo.notícias. 10 de agosto de 2012. Consultado em 24 de agosto de 2016 
  6. Meira, Miguel (20 de dezembro de 2015). «Gabriela». Ardinas 24. Consultado em 24 de agosto de 2016 
  7. Meira, Miguel. «Gabriela». Ardinas 24. Consultado em 24 de agosto de 2016 
  8. Cunha, Isabel Ferin. «A revolução da Gabriela: o ano de 1977 em Portugal». Scielo. Consultado em 24 de agosto de 2016 

Ligações externas editar

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