Infraestrutura de Manaus
A infraestrutura de Manaus se refere ao conjunto de serviços básicos prestados à população do município brasileiro supracitado, capital do estado do Amazonas, tais como saúde, educação, saneamento básico, segurança pública, comunicações e mobilidade urbana.
Estrutura urbana
editarEducação
editarManaus tem uma série de instituições de ensino, incluindo a universidade mais antiga do Brasil.[1] A cidade também possui um número estável de escolas primárias e secundárias. A prefeitura da cidade, através da Secretaria Municipal de Educação, mantém 424 escolas no município.[2] Em 2009, Manaus foi uma das cidades brasileiras com maior número de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) com 93.112 inscritos, perdendo apenas para o Rio de Janeiro (110.979), Salvador (131.468) e São Paulo (234.173).[3] A cidade é um importante centro educacional de nível médio e superior do estado do Amazonas, sendo sede do Instituto Federal do Amazonas (IFAM), que oferece cursos em diferentes níveis: ensino médio e ensino técnico. Concentra, ainda, a maior parte das faculdades públicas e particulares do estado. As principais são:
- Universidade públicas
Há duas universidades públicas presentes na cidade: A Universidade Federal do Amazonas (UFAM), sendo uma instituição de referência no ensino superior, contando com 645 grupos de pesquisa em 65 cursos de graduação.[4] A Universidade Federal do Amazonas é considerada a primeira universidade brasileira, pois originou-se da Escola Universitária Livre de Manáos, criada em 17 de janeiro de 1909.[1] Mesmo com a extinção da Escola, permaneceu a Faculdade de Direito, que deu continuidade ao modelo da atual universidade. O fato foi registrado em 1995 no Guinness Book, o livro dos recordes.[1]
A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) foi a segunda instituição pública de ensino superior a ser criada no Amazonas. É uma instituição estadual, que oferece mais de vinte cursos distribuídos em dezessete cidades amazonenses (Manaus, Parintins, Presidente Figueiredo, Itacoatiara, Carauari, Tabatinga, Tefé, Lábrea, Boca do Acre, Coari, Eirunepé, Humaitá, Manicoré, Manacapuru, Novo Aripuanã, Maués e São Gabriel da Cachoeira).[5] Foi criada pela lei estadual n.º 2.637 de 12 de janeiro de 2001, que proporcionou as fundações educacionais de ensino superior instituídas pelo estado. Há ainda o Instituto Federal do Amazonas, estruturado mediante a integração do Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas e das Escolas Agrotécnicas Federais de Manaus e São Gabriel da Cachoeira, em 2001.[6] Em sua criação, a instituição recebeu o nome de Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET), porém, com a sanção da Lei nº 11.892, o nome foi alterado para Instituto Federal do Amazonas, em 29 de dezembro de 2008.[6] Em Manaus, possui campis nos bairros do Centro e Zumbi dos Palmares, além de outros campis em municípios do Amazonas.[6]
- Universidades privadas
Diversas instituições de ensino superior particulares são sediadas em Manaus ou possuem campus na cidade, entre as quais podemos citar:[7] Universidade Luterana do Brasil;[8] Centro Universitário do Norte; Universidade Paulista;[9] Centro Universitário Nilton Lins;[10] Centro Integrado de Ensino Superior do Amazonas; Escola Superior Batista do Amazonas; Faculdade Metropolitana de Manaus; Faculdade Salesiana Dom Bosco; Instituto de Ensino Superior Fucapi; Instituto de Ensino Superior Materdei; Faculdades La Salle; Faculdades Marta Falcão e Faculdades Objetivo.
Saúde
editarEm 2009, havia um total de 299 estabelecimentos de saúde básica de caráter público em Manaus, sendo 237 municipais, 49 estaduais e 13 federais.[11] No setor privado foram contabilizados 201 estabelecimentos de saúde básica, sendo 196 com fins lucrativos, 5 sem fins lucrativos e 65 em convênio com o SUS. A capital contava com 3.308 leitos[12] e a rede conta com 363 postos de saúde, 310 deambulatórios e 150 estabelecimentos com atendimento odontológico.[13] A Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) divide o município em cinco administrações de saúde pública: Distrito de Saúde Norte, Distrito de Saúde Sul, Distrito de Saúde Oeste, Distrito de Saúde Leste e Distrito de Saúde Fluvial.[14]
Em 2013, 97% das crianças menores de 1 ano de idade estavam com a carteira de vacinação em dia.[15] Do total de crianças menores de dois anos pesadas pelo Programa Saúde da Família em 2013, 0,5% apresentavam desnutrição.[16] O índice de mortalidade infantil era de 14,5 óbitos a cada mil nascidos vivos, em 2017.[17]
Serviços urbanos básicos
editarManaus é conectada ao Sistema Interligado Nacional de energia elétrica através do Linhão de Tucuruí. A distribuição de energia elétrica na cidade é realizada pela empresa Amazonas Energia.[18]
O serviço de iluminação pública na capital amazonense é realizado pela empresa Manaus Luz.[19] A cidade é referência nacional em iluminação a LED, com mais de 161 mil pontos instalados.[20][21] Desde 2013, a prefeitura investe na modernização de iluminação pública, tornando Manaus a primeira capital brasileira com Iluminação 100% LED.[22][23]
A Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), criada em 1995, atua na distribuição e comercialização de gás natural para os mais diversos segmentos. A empresa conta com 182 quilômetros de rede de gás natural, na qual fornece 4 982 981 m³ por dia, cobrindo vários bairros de Manaus.[24]
O abastecimento de água na cidade é realizado pela empresa Águas de Manaus. A companhia tem trabalhado com o objetivo de universalizar o abastecimento de água, além de ampliar o acesso ao esgotamento sanitário, dos atuais 35% para 80%, até 2030.[25]
Segurança pública
editarPor força da Constituição Federal do Brasil, a Polícia Militar do Estado do Amazonass possui a função de proteger os bens, serviços e instalações públicas. Ainda, atendendo o interesse público e no exercício do seu poder de polícia, atua na prevenção e repressão de alguns crimes, especialmente contra bens e serviços públicos, podendo inclusive prender em flagrante delito os infratores e conduzi-los até a presença de um delegado de polícia, de acordo com o disposto na lei processual penal.[26]
Comunicações
editarSegundo dados da ANATEL, em dezembro de 2018 Manaus possuía 153.643 telefones fixos (referentes apenas às concessionárias da Telemar). O índice por área de discagem direta a distância (DDD) da cidade é de 092.[27] A capital amazonense foi a primeira da Região Norte do país a receber a tecnologia 4G, em julho de 2013.[28] A cidade de Manaus possui cobertura 2G, 3G e 4G das operadoras Claro, TIM e Vivo.[29] Desde 2011 a cidade conta com serviços de internet banda larga fixa por fibra ótica da operadora Oi. A rede de fibra ótica interliga Manaus a Santa Helena, na fronteira com a Venezuela.[30] Em 2013, a operadora TIM concluiu a instalação de sua rede de fibra ótica no trecho entre Manaus e Tucuruí.[31]
Manaus recebe sinais de televisão aberta de várias emissoras brasileiras, além de ser sede da Rede Amazônica, sendo afiliada da Rede Globo. Foi fundada em 30 de setembro de 1968, sendo a mais antiga emissora afiliada da Região Norte do Brasil.[32]
A cidade também possui a Rede Calderaro de Comunicação, que veicula a TV A Crítica, a RecordTV Manaus (emissora própria da RecordTV), a Band Amazonas (emissora própria da Rede Bandeirantes), a TV Em Tempo (afiliada do SBT), a Inova TV (afiliada da Rede TV), a TV Cultura do Amazonas (afiliada à TV Cultura e TV Brasil), a TV Diário (afiliada à Record News), a Boas Novas Manaus (emissora própria da Boas Novas), outros canais independentes como Amazon Sat e TV Tiradentes, a Local TV (afiliada a Univesp TV), e várias retransmissoras de TV.[33]
Também há diversas estações de rádio em Manaus, como a Rádio Difusora do Amazonas, BandNews FM Difusora, CBN Amazônia Manaus, Jovem Pan FM Manaus, Mix FM Manaus, Rádio Diário, Rádio Marinha, Rádio Cidade, Tiradentes FM, FM O Dia Manaus, Rádio Boas Novas, entre outras.[34]
Os principais jornais impressos são A Crítica, Diário do Amazonas, Amazonas Em Tempo, Jornal do Commercio, Dez Minutos, Jornal Agora e Maskate. O Jornal do Commercio é um dos mais antigos ainda em circulação no Brasil, por ter sido fundado em 2 de janeiro de 1904.[35]
Forças Armadas
editarO Exército Brasileiro, desde 1949, conta com aproximadamente 1000 homens no então Comando de Elementos de Fronteira.[36] Dispõe, hoje, no atual Comando Militar da Amazônia, criado em 1956[37] e desde então sediado em Manaus,[37] de um efetivo aproximado de 22 mil homens que têm como missão principal guarnecer o arco amazônico de fronteiras, com 11.248 quilômetros, acrescidos de 1.670 quilômetros de litoral.[36]
Além das operações militares propriamente ditas, cabe ao Exército, na Amazônia, cooperar no desenvolvimento de núcleos populacionais mais carentes, na faixa de fronteira. Assim é que, em todos os pelotões de fronteira, funcionam normalmente escolas de primeiro grau e subordinadas ao Comando Militar de Tabatinga temos escolas de primeiro e segundo graus.[37]
Transportes
editarEm 2018, Manaus possuía uma frota de mais de 718 205 mil veículos.[38] O congestionamento de veículos na cidade é recorrente, principalmente, mas não restrito, aos horários de pico.[39]
A utilização de bicicletas como meio de transporte na cidade é bastante reduzida.[40] É na zona leste da cidade onde há maior uso da bicicleta por parte dos habitantes.[41] O relevo acidentado e a falta de ciclovias inibem o crescimento do uso do transporte e as ciclovias só são encontradas em pontos estratégicos da cidade.[40] A cidade tem uma razoável rede de ciclovias que, basicamente, interliga os parques e logradouros da cidade.[41] O Parque Ponte dos Bilhares possui a maior rede de ciclovia do município, também sendo a mais frequentada pelos ciclistas.[42] Está em construção uma rede de ciclovias na Praia da Ponta Negra, que será a maior rede do estado.[43] No entanto, alguns críticos apontam que tal sistema é voltado unicamente para o lazer, não havendo um número suficiente de ciclovias para uso laboral, permitindo que trabalhadores e estudantes possam se deslocar de bicicleta e sujeitando-os a riscos por trafegarem nas pistas veiculares ou nas canaletas de ônibus expressos.[44] Há um estudo sendo feito pelo Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) para a construção de ciclovias em pontos estratégicos da cidade.[40]
Portuário
editarO transporte fluvial na cidade é muito comum. A cidade conta com um grande e movimentado porto, que atende vários estados brasileiros e exterior. O Porto de Manaus localiza-se na costa oeste do rio Negro, no Centro de Manaus e atende aos estados do Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia, Acre e áreas do Norte do Mato Grosso.[45] O Porto de Manaus é um dos maiores portos fluviais do Brasil, o maior porto da Amazônia e o terceiro maior porto exportador do país.[45] Desde 3 de dezembro de 2009, o Porto de Manaus está fechado por ordem da Marinha Brasileira, por questões de segurança e estrutura.[46]
Aéreo
editarA cidade de Manaus possui três aeroportos: um grande e moderno aeroporto internacional administrado pela Infraero, um aeroporto militar e um aeroclube.
- Aeroporto Internacional de Manaus — Eduardo Gomes, localizado a 14 km do Centro, possui dois terminais de passageiro com capacidade para receber 13,5 milhões de passageiros por ano. Conta com 8 companhias aéreas - LATAM, Gol, Azul, MAP e Total Linhas Aéreas; American Airlines, Avior Airlines e Copa Airlines — que ligam Manaus a 11 destinos nacionais e a cinco internacionais: Miami, Orlando,[47] Buenos Aires, Caracas e Cidade do Panamá. Cerca de 8 mil passageiros movimentam diariamente o aeroporto.[48]
- Base Aérea de Manaus, também conhecida como Aeroporto de Ponta Pelada,[49] é uma base da Força Aérea Brasileira localizada na Zona Sul de Manaus, que se destaca no cenário nacional por seu desempenho na região amazônica. Tem papel fundamental em defesa aérea, logística e organização de tropas da FAB na Amazônia Ocidental.[50] Também serve como alternativa de pouso, caso o Aeroporto Internacional de Manaus seja fechado.[51]
- Aeroporto de Flores, localizado no bairro de Flores, foi criado no ano de 1940 com o nome de "Aéro Clube do Amazonas" (ACA). Destina-se, sobretudo, a voos particulares e regionais com aeronaves de pequeno porte. Operam no aeródromo várias empresas de táxi aéreo e, principalmente, os paraquedistas.[52][53]
Rodoviário
editarO Terminal Rodoviário de Manaus reúne empresas de ônibus que fazem rotas da capital para cidades da região metropolitana e para as capitais Boa vista e Porto Velho. As principais rodovias são:
- BR-174: liga Manaus a Boa Vista, capital do estado de Roraima.
- BR-319: liga Manaus a Porto Velho, capital do estado de Rondônia.
- AM-010: faz a ligação com os municípios de Rio Preto da Eva e Itacoatiara.
- AM-070: faz a ligação com os municípios de Iranduba e Manacapuru.
A Ponte Jornalista Phelippe Daou cruza o rio Negro e faz parte do projeto de expansão da Região Metropolitana de Manaus. É a ponte mais alta do Brasil com 190 metros de altura em seu mastro central.[54] Ela conecta os municípios de Manaus e Iranduba, fazendo parte da Rodovia Manoel Urbano (AM-070). Seu nome é em homenagem ao empresário e jornalista brasileiro Phelippe Daou (1928–2016), um dos fundadores da Rede Amazônica.
O Rodoanel Metropolitano de Manaus, também conhecido como Rapidão, está sendo construído em torno da cidade. O projeto possui 38 quilômetros de vias rápidas e modernas. O primeiro trecho de 8,7 quilômetros foi entregue em 23 de outubro de 2023. O rodoanel ligará as zonas Norte, Sul, Leste e Oeste da cidade de Manaus.[55]
Urbano
editarO transporte público ainda representa um papel fundamental no dia a dia da metrópole, por possuir uma grande estrutura de linhas de ônibus itinerários e coletivos. Para facilitar o transporte na cidade, a prefeitura permite a atuação de micro-ônibus nas zonas norte e leste.[56] O transporte coletivo de passageiros em vans ou peruas é proibido, sendo que o transporte terceirizado é permitido em alguns bairros da zona leste, no Distrito Industrial, e nos bairros Cidade de Deus e Nova Cidade.[57] O valor integral da passagem do transporte coletivo (ônibus) em Manaus é de R$ 4,50.[58] Cerca de 900 mil pessoas utilizam o transporte coletivo diariamente na cidade,[59] que possui uma frota de 1 620 ônibus, com centenas de linhas regulares exploradas por 10 empresas.[60]
Sistema tronco‐alimentador (BRS)
editarManaus possui, desde 14 de dezembro de 2002, um sistema de transporte tronco-alimentado com integração físico-tarifária em terminais fechados e, a partir de novembro de 2006, começou a Integração Temporal.[61] O sistema tronco-alimentado se caracteriza pela existência de linhas alimentadoras, ligando determinados bairros aos terminais de integração, e linhas troncais, ligando os terminais de integração a área central da cidade. Esse sistema é complementado por linhas interbairros (ligação entre bairros sem passar pelo Centro), diametrais (ligação entre bairros passando no Centro), circulares e convencionais (ligação direta do bairro ao Centro).[62] A integração física se dá pelo encontro de duas linhas nos terminais de integração e a integração tarifária se dá pelo transbordo (troca de ônibus) gratuito (sem pagamento de outra passagem) no interior dos terminais de integração. A cidade conta com 5 terminais de integração e 4 estações de transferência, sendo eles: T1 (Centro); T2 (Cachoeirinha); T3 (Cidade Nova); T4 (Jorge Teixeira); T5 (São José); E1 (São Jorge); E2 (Arena); E3 (Santos Dumont) e E4 (Parque das Nações).[63]
De acordo com o estudo Espacialidade Urbana, feito pelas Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 50% da população manauara utiliza o transporte público, enquanto 30% utilizam o veículo particular e o restante faz uso da bicicleta e da caminhada para locomoção na cidade.[64] Em contrapartida, 81% do espaço viário são ocupados por carros, contra 13% ocupados por ônibus.[65]
Como medidas para solucionar os problemas no transporte municipal, foram executadas a criação de corredores exclusivos para ônibus,[66] o alargamento das avenidas Torquato Tapajós, Max Teixeira e Cosme Ferreira,[67][68] e a construção de viadutos e avenidas, como o Complexo Viário Gilberto Mestrinho, que interliga as zonas Leste, Sul e Centro-Sul,[68] o complexo viário do São José,[69] as avenidas das Torres e das Flores.[70][71] Também estuda-se a implantação de uma linha de metrô na cidade.[72]
Tecidos urbanos
editarManaus é uma cidade de fortes contrastes econômicos e sociais, apresentando grande disparidade entre ricos e pobres. Enquanto muitos bairros ostentam um Índice de Desenvolvimento Humano correspondente ao de países nórdicos (Adrianópolis, Nossa Senhora das Graças, Ponta Negra, Tarumã: 0,930;[73] Chapada e Dom Pedro I: 0,922;[74] Parque Dez de Novembro (0,855);[75] Praça 14 de Janeiro (0,822),[76] em outros) observam-se níveis bem inferiores à média municipal, como é o caso do Novo Israel (0,632)[77] ou Jorge Teixeira (0,604).[78]
Em 2010, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Manaus era considerado alto pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), cujo valor, de 0,737. Considerando apenas a longevidade o índice é de 0,826, o índice de renda é de 0,738 e o de educação de 0,658.[79]
Segundo o Ministério das Cidades, o município apresentava até 2006 um déficit de aproximadamente 68.483 unidades habitacionais.[80]
Urbanistas e estudiosos das questões urbanas em Manaus apontam a região entre os rios Solimões e Negro, além do igarapé do Mindu, como a área urbana na qual historicamente a prefeitura atuou com maior rigor e com maior planejamento, assim como a área que mais recebeu investimentos, sendo também esta a região onde se encontra a maioria dos bairros com melhores indicadores sociais da cidade.[81] Esta região tem perdido população e apresentado uma densidade demográfica cada vez menor, apesar de ser região da cidade com maior índice de infraestrutura e equipamentos sociais.[80] Exceção feita às regiões de Adrianópolis, Cidade Nova, Tarumã e Flores que sofreram um impressionante acréscimo de população.
Ocupações irregulares de terras tem se tornado um problema recorrente em Manaus últimos anos, que também servem de abrigos para o crime organizado. A observação foi feita pelo juiz de Direito Adalberto Carim Antonio, titular da Vara Especializada do Meio Ambiente e de Questões Agrárias da Comarca de Manaus (Vemaqa).[82] Entretanto, mesmo dentro da área delimitada por esses rios há algumas regiões de exclusão social, como a favela da Ceasa, no bairro Mauazinho. Por outro lado, há também alguns núcleos de alta renda, que estão localizados fora da área delimitada por esses rios.[80]
As regiões Centro-Sul, Norte e Leste são as regiões mais abrangidas pela reurbanização da cidade.[83] A prefeitura mantém a desapropriação de moradias situadas à beira do igarapé do Mindu.[84] Foi implantado um Corredor Ecológico no local, o que fez da cidade a única no Brasil a possuir tal área ecológica.[85]
Além da dualidade centro-periferia que explicita em parte a desigualdade social na cidade, também notam-se pontos em que o contraste é visível e grupos de perfis de renda diversos convivem, como é o caso de bairros como Cidade Nova, Aleixo e São José, que apresenta conjuntos de habitação de alta renda localizados próximos a regiões de favela.[81]
Mas outros especialistas lembram que a área da Avenida Torquato Tapajós era pouco habitada, devido ao terreno encharcado e insalubre daquela região próximo ao fim da área urbana. A população construía suas moradias no bairro situado mais acima, a Santa Etelvina. O Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) firmaram um termo com o objetivo de viabilizar projetos de infraestrutura para Manaus, sobretudo para o programa de revitalização do Centro de Manaus.[86]
Devido à crescente degradação do centro da cidade, alguns projetos de reurbanização têm sido sugeridos. Bairros situados fora do centro expandido como Japiim, que anos atrás abrigavam uma população pobre e operária, e nos quais há poucos anos havia falta de infraestrutura, sofreram uma grande mudança econômica.[87] Hoje tais bairros dispõem de equipamentos comerciais e de algum investimento infraestrutural. Outros estudiosos creditam ao grande crescimento econômico ocorrido na década de 1970 (apelidado de "milagre econômico") e com a chegada de milhares de migrantes, nordestinos e paulistas em grande parte, à procura de melhores condições de vida a causa dos problemas de segregação.[80]
Ver também
editarReferências
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