Bebê a Bordo

telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede Globo
 Nota: Para outros significados, veja Bebê a Bordo (desambiguação).

Bebê a Bordo é uma telenovela brasileira produzida pela TV Globo e exibida de 13 de junho de 1988 a 11 de fevereiro de 1989, em 209 capítulos,[3] substituindo Sassaricando e sendo substituída por Que Rei Sou Eu?. Foi a 40ª "novela das sete" exibida pela emissora.

Bebê a Bordo
Bebê a Bordo
Informação geral
Formato Telenovela
Gênero comédia romântica
melodrama[2]
Duração 60 minutos
Criador(es) Carlos Lombardi
Elenco
País de origem Brasil
Idioma original português
Episódios 209
Produção
Diretor(es) Roberto Talma
Roteirista(s) Luís Carlos Fusco
Maurício Arruda
Tema de abertura "Amor e Bombas", Eduardo Dussek
Composto por Eduardo Dussek
Tema de encerramento "Amor e Bombas", Eduardo Dussek
Exibição
Emissora original TV Globo
Distribuição TV Globo
Formato de exibição 480i (SDTV)
Transmissão original 13 de junho de 1988 - 11 de fevereiro de 1989
Cronologia
Sassaricando
Que Rei Sou Eu?

Escrita por Carlos Lombardi, com colaboração de Luís Carlos Fusco e Maurício Arruda, contou com a direção de Roberto Talma, Del Rangel, Marcelo de Barreto e Paulo Trevisan e direção geral e de núcleo de Roberto Talma.

Contou com as participações de Isabela Garcia, Tony Ramos, Dina Sfat, Maria Zilda Bethlem, Ary Fontoura, Armando Bógus, José de Abreu e Guilherme Fontes.[1]

Produção editar

O título inicial da novela seria A Filha da Mãe. Mas Boni, o vice-presidente de operações da Rede Globo, não gostou do nome, e mudou para Bebê a Bordo.

Quatro crianças se revezaram para o papel da bebê Heleninha, em diferentes fases de seu crescimento: Adriana Valbon e Roberto (enquanto bebê de colo), e Caroline e Beatriz Bertu (quando Heleninha começa a engatinhar). Mas foi a menina Beatriz Bertu (da última fase) quem encantou a todos: o elenco, a produção da novela e, principalmente, os telespectadores.

Tony Ramos exercitou seu estilo cômico, para compor o personagem Tonico Ladeira, de forma inusitada. Carlos Lombardi havia escrito o perfil do personagem pensando em dar ao ator um papel que ele nunca tinha vivido até então, o de um rapaz muito ansioso. Que seria uma mistura da personalidade do próprio autor com a do diretor da novela, Roberto Talma[4].

Destaque também para os irmãos Rico e Rei, personagens de Guilherme Leme e Guilherme Fontes, respectivamente, que popularizaram o bordão "levar uns coelhos" (que significa transar), e lançaram a moda do lencinho na cabeça. Mas o grande destaque da trama foi Isabela Garcia, com uma representação perfeita de sua personagem, Ana. O sucesso foi tanto, que Isabela estampou a capa da revista Playboy de agosto de 1988, na edição de aniversário de 13 anos da revista no Brasil.

Os sonhos da personagem de Maria Zilda, Ângela, nos quais ela libera sua sensualidade e dá vazão às suas fantasias, verdadeiros filmes, eram dirigidos por Paulo Trevisan, diretor de clipes musicais, que deu um tratamento ágil às histórias criadas pelo inconsciente da personagem.

Bebê a Bordo foi a última novela de Dina Sfat, falecida em 20 de março de 1989, vítima de câncer da mama. Foi também a estreia, em novelas globais, da filha de Dina Sfat, Bel Kutner, sua filha com o ator Paulo José (a atriz estreara em novelas em Corpo Santo, na Rede Manchete).

Destaque para a canção Mordida de Amor, da banda Yahoo, uma versão brasileira da canção Love Bites, da banda Def Leppard. Foi um megahit do ano de 1988, que fechava a última cena da novela, com Heleninha, a então bebê Beatriz Bertu. A música também esteve na trilha sonora da novela Sangue Bom, de 2013.

O ator Tarcísio Filho alega que este foi o seu pior trabalho na televisão: "Quase não tinha texto, e vivia levando torta na cara... era um saco!". Após o término da novela, ele fez uma participação em O Salvador da Pátria e, depois, foi para a Rede Manchete, para participar do elenco da novela Kananga do Japão.[5]

A novela foi gravada nos Estúdios da Cinédia, no Rio de Janeiro.

Exibição editar

Foi reexibida pelo Vale a Pena Ver de Novo de 9 de novembro de 1992 a 12 de março de 1993, em 90 capítulos, substituindo Vale Tudo e sendo substituída por Sinhá Moça.

Foi reexibida pelo Canal Viva de 15 de janeiro a 15 de junho de 2018, em 131 capítulos, substituindo a minissérie Grande Sertão: Veredas e sendo substituída por Vale Tudo, às 15h30.[6] Os primeiros 90 capítulos foram exibidos na íntegra. A exibição causou controvérsia a partir do capítulo 91, em 30 de abril, quando o canal começou a compactar os capítulos, numa atitude inédita que irritou seus telespectadores. Por não ter explicação aparente, o jornalista Maurício Stycer, do UOL, afirma em crítica que o Viva usa "lógica de TV aberta" para fazer os cortes: "a trama de Carlos Lombardi estaria provocando fuga de espectadores".[7] Cristina Padiglone, no site Telepadi, sugere que a trama foi rejeitada pela audiência conservadora e fez alusão aos cortes realizados em Celebridade, encurtada em sua exibição no Vale a Pena Ver de Novo por baixa audiência.[8] Após as queixas, o Viva se pronunciou nas redes sociais afirmando que a telenovela será exibida na íntegra a partir de 7 de maio até 15 de julho, na plataforma Viva Play. Na TV, Bebê a Bordo continuará sendo exibida editada.[9] Em outra mudança, a novela substituta também foi alterada, em vez de Baila Comigo (que foi remanejada para as 14h30, em substituição a Sinhá Moça), foi escalada uma reprise de Vale Tudo.[10]

Outras mídias editar

Em 8 de novembro de 2021 Bebê a Bordo passou a ser disponibilizada na íntegra na plataforma de streaming Globoplay.[11]

Enredo editar

Despertar as mais diversas sensações nos que a cercam, dentro da sua completa inocência, parece ser o destino da pequena Heleninha, desde o seu nascimento, que acontece no carro de Tonico Ladeira, quando a quase mamãe Ana pega uma estratégica carona para fugir da polícia. Estava selada a união de Ana e Tonico. De motorista a parteiro, Tonico fica irremediavelmente ligado a Heleninha, ainda mais que Ana desaparece.

Ana acaba por repetir a história de sua mãe Laura, que também a abandonou no nascimento. Mas Laura está disposta a conseguir para si a guarda da pequena Helena, sua neta. Novamente o destino dá uma ajudinha, pois mais tarde Ana decide deixar o neném na porta da casa de Laura, sem saber quem é ela. Enquanto isso, vários personagens masculinos disputam a paternidade da criança, pois Ana não faz a mínima ideia de quem seja o pai de Heleninha, pois Ana ficou grávida em uma festa onde trabalhava de garçonete, quando houve um apagão e todos da festa começaram a praticar sexo sem consentimento. Entre eles, Tonico Ladeira, Zezinho, Antônio Antonucci e os irmãos Rei e Rico.

No outro lado da história, a solteirona Ângela sonha com um homem que não conhece e se assusta quando descobre que ele existe. Ângela é uma mulher tímida e reprimida sexualmente que dedicou sua vida a cuidar dos irmãos mais novos, Zetó e Caco. Eficiente secretária, trabalha com Tonico, e apaixona-se por um locutor de rádio, Tonhão, com quem tem sonhos sensuais.

Elenco editar

Ator/Atriz Personagem
Isabela Garcia Ana Bezerra / Sílvia Siqueira Ramos
Tony Ramos Antônio Ladeira (Tonico)
Dina Sfat Laura Petraglia / Bárbara
Maria Zilda Ângela Maria Libertucci
Ary Fontoura Nero Petraglia
Armando Bógus Alcides Lima Coutinho Petraglia (Liminha)
José de Abreu Antônio Barbirotto (Tonhão)
Guilherme Fontes Reinaldo Luís Barbirotto (Rei)
Guilherme Leme Ricardo Antônio Barbirotto (Rico)
Sílvia Buarque Raio de Luar Coutinho Petraglia
Rodolfo Bottino Antônio Antonucci
Inês Galvão Sônia Barbosa Ladeira (Soninha)
Leo Jaime José Roberto (Zezinho)
Márcia Real Valquíria Rêgo Grande
Sebastião Vasconcelos Humberto Barbirotto (Tico)
Nicette Bruno Branca Ladeira
Françoise Forton Glória Ladeira Andrade
Patrícya Travassos Ester Ladeira Amado
Débora Duarte Joana Mendonça (dona Mendonça)
Carla Marins Maria Luísa Rêgo Grande (Sininho)
Paulo Figueiredo Eduardo Augusto Rêgo Grande (Dinho)
Sílvia Bandeira Lourdes Rêgo Grande (Dinha)
Paulo Guarnieri Nicolau Coutinho Petraglia (Nico)
Felipe Pinheiro Ladislau Coutinho Petraglia (Lalau)
Jorge Fernando José Antônio Libertucci (Zetó)
Tarcísio Filho Carlos Antônio Libertucci (Caco)
Deborah Evelyn Fânia Favale
Cláudia Magno Gilda
Ilva Niño Maria Bezerra (Mainha)
João Signorelli Celso Bezerra
Irving São Paulo Duílio (Bad Cat)
Anderson Müller Ítalo (Bad Boy)
Cristina Sano Grega
Fábio Pillar Gilberto Amado (Amado)
Chiquinho Brandão Joaquim Andrade (Joca)
Leina Krespi Vespúcia (Vespa)
Edson Silva Severo
Carla Tausz Elza
Beatriz Bertu Helena (Heleninha)
Adriana Tausz
João Rebello Antônio Barbosa Ladeira Junior (Juninho)
Catarina Dahl Flávia Ladeira Amado (Flavinha)
Bruno Andrade Luís Ladeira Andrade
Lílian Leal Luciana Ladeira Andrade

Participações especiais editar

Ator/Atriz Personagem
Bel Kutner Laura (jovem)
Tereza Rachel Eva Mendonça
Vera Holtz Madalena
Ângela Figueiredo Tânia
Duda Mamberti Téo
Alfredo Murphy detetive
Christiana Guinle funcionária de orfanato
Maria Alice Vergueiro diretora de presídio
Bebel Gilberto Marisol
Paulette Osvaldão
Carlos Eduardo Dolabella Augusto
Marina Miranda candidata a babá de Heleninha na casa de Tonico
Dayse Tenório candidata a babá de Heleninha na casa de Tonico
Ivan Senna maître
Antônio Pedro Dr. Valcourt
Tonico Pereira Válter
Paulo César Grande homem que se interessa por Ângela em um bar
Lug de Paula cobrador de ônibus
Lenine porteiro
Pedro Cardoso Flávio
Rosita Thomaz Lopes Dona Maria Clara
Alexandre Zacchia delegado
Maria Helena Velasco delegada
Evandro Mesquita Raúl e Pancho (cicerones)
Joyce de Oliveira Sra. Perácia Prado Almeida
Emiliano Queiroz Brito
Isaac Bardavid Nascimento
Fábio Sabag Dr. Valcourt pai
Lucy Mafra mulher que Seu Tico conhece num bar
Nica Bonfim esposa do candidato Sandoval, o Legal
Cláudia Mauro Dona Brígida
Marcos Wainberg Leonel
Carlos Takeshi Xangai
Luiz Magnelli Maître do restaurante Terraço Paulistano
Roberto Talma Taxista nos primeiros capítulos

Trilha sonora editar

Nacional editar

Bebê a Bordo Nacional
 
Bebê a Bordo
Trilha sonora de Vários intérpretes
Lançamento 1988
Gênero(s) Vários
Formato(s) Vinil e K7.
Gravadora(s) Som Livre
Cronologia de Vários intérpretes
 
-
Bebê a Bordo Internacional
 
  1. "Mordida de Amor (Love Bites)" - Yahoo (tema de Ângela)
  2. "Adoro" - Leo Jaime (tema de Zezinho)
  3. "Quase Não Dá Pra Ser Feliz" - Dalto (tema de Ana)
  4. "Preciso Dizer Que Te Amo" - Marina (tema de Tonico)
  5. "O Beco" - Os Paralamas do Sucesso (tema geral)
  6. "Rendez Vous" - Carla Daniel (tema de Rei e Raio de Luar)
  7. "As Bruxas" - Beto Saroldi (Instrumental, tema das cenas de ação)
  8. "Amor Bandido" - Joanna (tema de Ester)
  9. "De Igual Pra Igual" - José Augusto (tema de Soninha)
  10. "Me Ame Ou Me Deixe" - Wanderléia (tema de Branca)
  11. "Viver e Reviver" - Gal Costa (tema de Liminha)
  12. "Ronda" - Emílio Santiago (tema de Laura)
  13. "Me Dá Um Alô" - Solange (tema de Glória)
  14. "Amor e Bombas" - Eduardo Dusek (tema de abertura)

Internacional editar

Bebê a Bordo Internacional
 
Bebê a Bordo
Trilha sonora de Vários intérpretes
Lançamento 1988
Gênero(s) Vários
Formato(s) Vinil e K7.
Gravadora(s) Som Livre
Cronologia de Vários intérpretes
 
-
Bebê a Bordo Trilha Complementar
 
  1. "I Don't Want to Go On with You Like That" - Elton John (tema de Rico)
  2. "Build" - Housemartins (tema de Ana)
  3. "1, 2, 3" - Gloria Estefan & Miami Sound Machine
  4. "I Wonder Who She's Seeing Now" - The Temptations
  5. "Le Bal Masqué" - La Compagnie Créole
  6. "So Long" - Eddy Benedict (tema de Sininho)
  7. "Downtown Life" - Daryl Hall & John Oates (tema de Rei)
  8. "I Don't Want to Live Without You" - Foreigner (tema de Tonico e Ângela)
  9. "I'm No Rebel" - View from the Hill (tema de Raio de Luar)
  10. "No Pain No Gain" - Betty Wright (tema de Glória)
  11. "Strangelove" - Depeche Mode (tema geral)
  12. "Qu'est-ce Que Tu Fais?" - Formule II (tema da lambateria)
  13. "Never Tear Us Apart" - INXS (tema de Rei e Raio de Luar)
  14. "Electrica Salsa" - Off (Sven Väth) (tema de Ângela e Antônio)

Complementar: Lambateria Tropical editar

Bebê a Bordo Trilha Complementar
 
Bebê a Bordo
Trilha sonora de Vários intérpretes
Lançamento 1988
Gênero(s) Vários
Formato(s) Vinil e K7.
Gravadora(s) Som Livre
Cronologia de Vários intérpretes
 
-
 
  1. "Odé e Adão" - Luiz Caldas
  2. "Kirica na Bussanha" - Gerônimo
  3. "Uma História de Ifá (Elejibô)" - Margareth Menezes
  4. "Lá Vai o Trio" - Banda Tomalira
  5. "Te Amo (The Return Of Leroy Pt. 1)" - Ademar e Furta Cor
  6. "Bagdá" - Banda Mel
  7. "Vai Lá, Mané" - Chiclete com Banana
  8. "Jeito de Corpo" - Cheiro de Amor
  9. "Caramba" - Missinho
  10. "Isso é Bom (Cuisse La)" - Avatar
  11. "Vem Ver (Yo Vouai Ou) - Fogo Baiano
  12. "Rala Coxa" - Djalma Oliveira
  13. "Shaulin Nagô" - Sarajane
  14. "Libertem Mandela" - Banda Reflexu's
  15. "Bunda Lê Lê" - Os Paralamas do Sucesso

Referências

  1. a b «Bebê a Bordo». Teledramaturgia. Consultado em 28 de janeiro de 2018 
  2. Bebê a Bordo seção "Bastidores"
  3. «Bebê a Bordo». Memória Globo. Globo.com. Consultado em 28 de janeiro de 2018 
  4. «"O Tony é o maior piadista de todos os atores", diz José de Abreu». UOL. 10 de julho de 2014. Consultado em 3 de novembro de 2017 
  5. «Tarcísio Filho dá o tom certo». Folha de S.Paulo. 4 de setembro de 1994. Consultado em 3 de novembro de 2017 
  6. Patrícia Kogut (26 de setembro de 2017). «Novela de Carlos Lombardi, 'Bebê a bordo' será exibida no Viva». O Globo. Consultado em 27 de setembro de 2017 
  7. Maurício Stycer (1.º de maio de 2018). «Canal Viva usa lógica da TV aberta para cortar e encurtar "Bebê a Bordo"». UOL. Consultado em 2 de maio de 2018 
  8. Cristina Padiglone (30 de abril de 2018). «Em decisão inédita, Viva retalha reprise de 'Bebê a Bordo', rejeitada por audiência conservadora». Telepadi. Consultado em 3 de maio de 2018 
  9. «Após queixas, Viva diz que irá exibir capítulos de "Bebê a Bordo" editados». UOL. 2 de maio de 2018. Consultado em 3 de maio de 2018 
  10. «Viva suspende Brega e Chique e encurta Bebê a Bordo para encaixar Vale Tudo» 
  11. «'Bebê a bordo' entra no Globoplay; relembre história de ação e relações afetivas». G1. Consultado em 8 de novembro de 2021 

Ligações externas editar