O Salvador da Pátria
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O Salvador da Pátria | |
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Sassá Mutema (PT) | |
Informação geral | |
Formato | Telenovela |
Gênero | |
Duração | 50 minutos |
Estado | finalizada |
Criador(es) | Lauro César Muniz |
Desenvolvedor(es) | Rede Globo |
País de origem | Brasil |
Idioma original | português |
Produção | |
Diretor(es) | Gonzaga Blota |
Produtor(es) | Denise Saraceni Paulo Ubiratan |
Elenco | |
Tema de abertura | "Amarra o Teu Arado a Uma Estrela", Gilberto Gil |
Tema de encerramento | "Amarra o Teu Arado a Uma Estrela", Gilberto Gil |
Exibição | |
Emissora original | Rede Globo |
Formato de exibição | 480i (SDTV) |
Formato de áudio | mono |
Transmissão original | 9 de janeiro – 12 de agosto de 1989 |
Episódios | 186 |
O Salvador da Pátria é uma telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede Globo de 9 de janeiro a 12 de agosto de 1989, em 186 capítulos.[1] Substituiu Vale Tudo e foi substituída por Tieta, sendo a 40ª "novela das oito" exibida pela emissora.
Escrita por Lauro César Muniz, com a colaboração de Alcides Nogueira e Ana Maria Moretzsohn, teve direção de Gonzaga Blota, José Carlos Pieri, Denise Saraceni e Paulo Ubiratan, com direção de núcleo de Paulo Ubiratan.
Contou com as atuações de Lima Duarte, Maitê Proença, José Wilker, Betty Faria, Francisco Cuoco, Susana Vieira, Lúcia Veríssimo e Luís Gustavo.[1]
EnredoEditar
O deputado federal Severo Toledo Blanco, o homem mais poderoso da região da fictícia Ouro Verde, escolhe o ingênuo boia-fria Sassá Mutema para se casar com sua amante, Marlene, tentando desviar as atenções de seu adultério. O fato chega a Juca Pirama, um radialista inescrupuloso que explora demagogicamente o episódio. Logo, um duplo homicídio vitima Marlene e Juca, e tem em Sassá o principal suspeito.
O matuto chega a ser preso, mas, com o apoio da professora Clotilde, prova sua inocência. Descobre-se que Juca Pirama também era um corrupto. Sassá ganha, então, popularidade e passa a ser alvo das atenções dos políticos locais, que querem manipulá-lo, transformando-o em prefeito da pequena e fictícia cidade de Tangará. Apoiado pelas pessoas influentes, Sassá chega ao poder, mas se rebela e conquista posição política independente. Em toda a sua trajetória, conta com a amizade de Clotilde, por quem se apaixona e com quem acaba vivendo um romance.
Segue uma intriga policial e política envolvendo Gilda, a personalística mulher de Severo, que tudo faz para manter seu casamento; Marina Sintra, rica fazendeira, viúva e opositora política do deputado; e Bárbara Souza Telles, neta de outro homem influente da região, Hermínio Souza Telles, a qual tem um romance com Severo, e que, ao final, descobre-se que comanda uma organização ligada ao narcotráfico.
Também há o aviador João Matos, que, envolvido pelo irmão, Juca Pirama, é injustamente acusado de tráfico de drogas e, para fugir da Polícia Federal, assume a identidade de Miro Ferraz. João/Miro acaba por viver um romance com Marina Sintra, enquanto luta para provar sua inocência e desbancar a quadrilha da qual foi vítima.
Repercussão e repriseEditar
Em maio de 2002, o autor Lauro César Muniz revelou que foi obrigado a alterar o enredo da novela por uma "interferência direta de Brasília na cúpula da Globo". Apesar de em 1989 já o país viver o período da redemocratização, houve uma censura velada à administração da Globo. Naquele ano iriam ocorrer pela primeira vez eleições diretas para presidente do Brasil, depois de 25 anos de ditadura militar, e alguns integrantes do governo federal comparavam o personagem Sassá Mutema, um analfabeto que se envolvia com a política e ganhava projeção nacional, a Luiz Inácio Lula da Silva, candidato petista naquelas eleições, em uma apologia ao regime político de esquerda. Segundo Muniz, em face da pressão que sofreu da emissora, foi obrigado a descaracterizar o aspecto político da trama, que passou a se concentrar em torno de um tema policial, com o personagem principal sendo acusado de assassinato.[2]
A trama alcançou média geral de 62 pontos segundo o IBOPE, ocupando a quarta colocação entre as novelas de maior audiência da história da Globo.
Foi reexibida pelo Vale a Pena Ver de Novo de 27 de abril a 28 de agosto de 1998, substituindo Felicidade e sendo substituída por Quatro por Quatro, em um total de 88 capítulos.
Está sendo reprisada pelo Canal Viva desde 12 de abril de 2021, substituindo Sassaricando.[3]
Elenco[4]Editar
Ator | Personagem |
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Lima Duarte | Sassá Mutema (Salvador da Silva) |
Maitê Proença | Professora Clotilde Ribeiro |
Francisco Cuoco | Severo Toledo Blanco |
Betty Faria | Marina Campos Sintra |
José Wilker | João Matos/Miro Ferraz |
Lúcia Veríssimo | Bárbara Souza Telles |
Thales Pan Chacon | Cássio Marins |
Lucinha Lins | Ângela Mendes Matos |
Susana Vieira | Gilda Pompeu de Toledo Blanco |
Narjara Turetta | Rafaela Pompeu de Toledo Blanco |
Mayara Magri | Camila Campos Sintra |
Flávio Migliaccio | Nilo Assunção |
Mário Lago | Joaquim Xavier (Quinzote) |
Cecil Thiré | Mauro Brancatto |
Marcos Paulo | Paulo Silveira |
Gracindo Júnior | Ricardo Ribeiro |
Luís Gustavo | Juca Pirama (José Matos Filho) |
Tássia Camargo | Marlene Machado da Silva |
Tony Vermont | Miguel |
Cláudio Corrêa e Castro | "Barão" de Guaratinguetá (Frederico Martinez) |
Luiz Armando Queiroz | Francisco |
Ângela Leal | Giuliana |
Gilberto Martinho | Fernando Gaspar |
Clementino Kelé | Márcio |
Nádia Lippi | Helena |
Rogério Fróes | Gilberto |
Eduardo Tornaghi | Jeffrey Thomásio |
João Carlos Barroso | Fidélis |
Luthero Luiz | José da Silva (Bodão) |
Ivan Cândido | Zenóbio Reis (Zen) |
Benjamin Cattan | Hermínio Souza Telles |
Tácito Rocha | Gil Eanes |
Antônio Grassi | Delegado Plínio Kohl |
Antonio Calloni | Tomaz Siqueira |
Maurício Mattar | Sérgio Pompeu de Toledo Blanco |
Suzy Rêgo | Alice Campos Sintra |
Marco Miranda | Ciro |
Alexandra Marzo | Sílvia Toledo Blanco |
José Augusto Branco | Padre Alberto Jardim |
Nelson Dantas | Décio de Abreu |
Norma Geraldy | Noêmia |
Eduardo Galvão | Régis de Abreu |
Cláudio Curi | Sidney |
Aldine Müller | Dinah Amaral / Aída |
Waldyr Sant'anna | Neco Carranca (Manuel da Cunha) |
Natália Lage | Regina Mendes Matos |
Valter Santos | Jaime |
Solange Theodoro | Daniela |
Chico Expedito | Waldemar |
Marcela Muniz | Zezé (Maria José) |
Hugo Gross | Brás Vasconcelos (Brasito) |
George Otto | Roberto Amaral |
Luiz Maçãs | Marco Antônio |
Andréa Richa | Cristina |
Alexandre Akerman | Dirceu Barreto |
Cláudio Cavalcanti | Eduardo Correia |
Paulo César Pereio | Sebastião Machado |
MúsicaEditar
NacionalEditar
capa: José Wilker[5]
A faixa "Tá na Terra" chegou a ser utilizada, com letra modificada, durante a campanha eleitoral do então candidato à Presidência da República pela coligação "União Cidade-Campo" e atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado, em alguns programas do Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral. Tal registro pode ser encontrado em alguns vídeos no YouTube.[6]
O Salvador da Pátria - Nacional | |
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Trilha sonora de Vários artistas | |
Lançamento | fevereiro de 1989 |
Duração | 52:11 |
Idioma(s) | português |
Formato(s) | |
Gravadora(s) | Som Livre |
Nº | Título | Compositor(es) | Artista(s) | Duração | |
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1. | "Amarra o Teu Arado a Uma Estrela" | Gilberto Gil | Gilberto Gil | 4:21 | |
2. | "Deus Te Proteja de Mim" | Carlos Colla | Wando | 2:50 | |
3. | "O Tempo Não Pára" | Simone | 3:31 | ||
4. | "Direto no Olhar" |
| Rosana | 3:30 | |
5. | "Além da Razão" | Beth Carvalho | 3:40 | ||
6. | "Ciranda do Sassá" | Cláudio Nucci | Cláudio Nucci | 2:28 | |
7. | "Febre Tropical" |
| Lucinha Lins | 3:03 | |
8. | "Doce Prazer" |
| Walter Montezuma | 2:42 | |
9. | "Jade" | João Bosco | João Bosco | 3:45 | |
10. | "Pra Dizer Adeus" | Wander Taffo | 3:14 | ||
11. | "Lua e Flor" | Oswaldo Montenegro | Oswaldo Montenegro | 3:25 | |
12. | "De Corpo Inteiro" |
| Jane Duboc | 3:03 | |
13. | "Horizontes" | A Cor do Som | 3:40 | ||
14. | "Delicious" | Robertinho de Recife | Yahoo | 2:37 | |
15. | "Bem que se Quis" (E Po' Che Fa') |
| Marisa Monte | 3:13 | |
16. | "Tá na Terra" |
| João Caetano | 3:09 | |
Duração total: |
52:11 |
InternacionalEditar
capa: Maitê Proença[7]
A trilha internacional da novela foi a primeira da história a ser lançada em CD pela Som Livre na época. Vendeu cerca de 1.463.543 cópias, sendo a trilha mais vendida da década de 80, e é a segunda trilha sonora de novela mais vendida até os dias de hoje.
O Salvador da Pátria - Internacional | |
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Trilha sonora de Vários artistas | |
Lançamento | maio de 1989 |
Duração | 53:59 |
Idioma(s) | inglês |
Formato(s) | |
Gravadora(s) | Som Livre |
Nº | Título | Compositor(es) | Artista(s) | Duração | |
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1. | "Hold Me in Your Arms" | Rick Astley | Rick Astley | 4:33 | |
2. | "Two Hearts" |
| Phil Collins | 3:22 | |
3. | "One Moment in Time" | Whitney Houston | 4:43 | ||
4. | "I'll Be There for You" | Bon Jovi | 4:56 | ||
5. | "Girl You Know It's True" |
| Milli Vanilli | 3:08 | |
6. | "Inside a Dream" |
| Jane Wiedlin | 3:31 | |
7. | "Closer Wish" |
| Sarah & Leon Bishop | 2:37 | |
8. | "Domino Dancing" | Pet Shop Boys | 5:04 | ||
9. | "Baby, I Love Your Way/Freebird Medley" (Free Baby) | Will to Power | 4:05 | ||
10. | "Lost in Your Eyes" | Deborah Gibson | Debbie Gibson | 3:31 | |
11. | "Dear God" | Midge Ure | Midge Ure | 4:56 | |
12. | "Nice and Slow" | K. Gibson | George McCrae | 3:18 | |
13. | "Just Like the Phoenix" |
| Cathy Fischer | 2:44 | |
14. | "I Believe in You" | Michael Sweet | Stryper | 3:31 | |
Duração total: |
53:59 |
Repercussão no exteriorEditar
Esta seção não cita fontes confiáveis e independentes. |
Exibição polêmica em PortugalEditar
A telenovela foi exibida em Portugal com o nome de Sassá Mutema, porque o título original da telenovela era associado a António de Oliveira Salazar, o chefe do regime autoritário do Estado Novo Português, que acabara em 1974. Quando começou a ser exibida, um homem chamado Arménio Pedrosa, da cidade do Porto, apresentou uma grave queixa à Alta Autoridade para a Comunicação Social (A.A.C.S.), contra a exibição desta telenovela na RTP1, devido à telenovela apresentar "uma história disparatada e imoral que excede bastante a devassidão normal contida nos programas vindos do Brasil" e que a mesma apresenta "exemplos de uma sociedade corrompida e indisciplinada que invadiu a nossa televisão, os quais tentam degradar a família portuguesa". A RTP respondeu a esta carta, dizendo que a telenovela aborda assuntos de grande interesse internacional, como o analfabetismo e a necessidade de o abolir, mesmo na idade adulta. Em Portugal, na época existia uma rígida proibição da exibição de programas com conteúdo erótico, e caso um filme desse fosse exibido, aparecia um aviso relacionado ao conteúdo, algo que acontece até hoje ao redor do mundo. No fim, a A.A.C.S. decidiu que a novela não se incluía na lista dos programas proibidos na televisão, mas que pode-se dizer que "não é programa muito próprio para crianças", pelo que antes da telenovela, exibia-se desenhos animados e os tradicionais avisos para as crianças se deitarem, e que a queixa não tem fundamento. O sucesso da novela foi notório de tal maneira que o grande público desconhece o nome original da novela, apesar da sua reexibição feita em 1995, na SIC. A novela ficou também marcada por ser exibida durante a campanha eleitoral para as eleições presidenciais portuguesas de 1991, onde saiu vencedor Mário Soares.
Referências
- ↑ a b c «O Salvador da Pátria». Teledramaturgia. Consultado em 16 de dezembro de 2015
- ↑ «Autor diz que "Brasília interferiu em novela" da Globo». Folha de S.Paulo. 17 de maio de 2002
- ↑ NewsPrime (16 de março de 2021). «Viva confirma exibição de O Salvador da Pátria; saiba quando estreia». TV História. Consultado em 16 de março de 2021
- ↑ Memória Globo
- ↑ «O Salvador da Pátria - Nacional». Teledramaturgia. Consultado em 16 de dezembro de 2015
- ↑ «Ronaldo Caiado 1989». YouTube. 28 de outubro de 2007. Consultado em 5 de setembro de 2020
- ↑ «O Salvador da Pátria - Internacional». Teledramaturgia. Consultado em 16 de dezembro de 2015
Ligações externasEditar
- «O Salvador da Pátria» (em inglês). no IMDb