Zona da Mata Mineira

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Zona da Mata Mineira | |
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Divisão regional do Brasil | |
Localização | |
Características geográficas | |
Unidade federativa | ![]() |
Área | 35 747,729 km² 2002[1] |
População | 2 033 478 hab. IBGE/2010[2] |
Densidade | 56,88 hab./km² |
Cidade mais populosa |
Juiz de Fora |
Zona da Mata Mineira é uma região geográfica do estado brasileiro de Minas Gerais, na Região Sudeste do país. Abrange uma área de aproximadamente 35,7 mil km²[1] e uma população de mais de 2 milhões de habitantes, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).[2] Situa-se na porção sudeste do estado, próxima à divisa dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.
Segundo a divisão geográfica do IBGE vigente entre 1989 e 2017, a Zona da Mata era considerada uma mesorregião, composta pelas microrregiões de Cataguases, Juiz de Fora, Manhuaçu, Muriaé, Ponte Nova, Ubá e Viçosa.[3] Em 2017, o IBGE extinguiu as mesorregiões e microrregiões, criando um novo quadro regional brasileiro, com novas divisões geográficas denominadas, respectivamente, regiões geográficas intermediárias e imediatas.[4] Segundo a nova divisão, a Zona da Mata corresponde parcialmente à Região Geográfica Intermediária de Juiz de Fora.[5]
Antes da colonização, a Zona da Mata era habitada por índios botocudos e puris, povos tapuias, isto é, não-tupis, os quais falavam línguas do tronco linguístico macro-jê. Embora percorrida por alguns bandeirantes no século XVII, o processo de colonização europeia iniciou-se no século XVIII pelas localidades situadas às margens do Caminho Novo. O povoamento por colonos se deu de forma tímida inicialmente, uma vez que a Coroa Portuguesa proibia a ocupação da região, então chamada de "Sertões do Leste".[necessário esclarecer][6] Com a decadência da produção aurífera, vários exploradores e suas famílias se deslocaram das vilas mineradoras para a Zona da Mata. O povoamento foi fortemente impulsionado ao longo do século XIX pela expansão da lavoura cafeeira.
A Mata Atlântica era originalmente a cobertura vegetal dominante, fato do qual deriva o nome da Zona da Mata. A floresta, entretanto, foi fortemente devastada e atualmente é restrita a exíguas áreas nos pontos mais elevados. O relevo da região é rugoso com altos morros. Na Serra de Caparaó, divisa com o Espírito Santo, situam-se o Pico da Bandeira e o Pico do Cristal. Pelos vales da Serra da Mantiqueira correm os principais afluentes da margem esquerda do Rio Paraíba do Sul, como o Rio Paraibuna, o Rio Pomba e o Rio Muriaé, e, ainda, o Rio Carangola, subafluente do Rio Paraíba do Sul. A porção norte da região é banhada por alguns dos principais formadores e afluentes do Rio Doce, como os rios Piranga, Xopotó, Casca e Manhuaçu.
Na economia da Zona da Mata destacam-se as indústrias, a criação de gado leiteiro e plantações de cana-de-açúcar, café, milho e feijão. A região é servida por importantes rodovias federais, tais como BR-040, BR-116, BR-262, BR-267 e BR-482. A região também é cortada pelas antigas ferrovias Central do Brasil e E.F. Leopoldina.
GeografiaEditar
VegetaçãoEditar
A densa cobertura florestal, em suas condições originais, deu origem ao nome Zona da Mata. O padrão de explorações agropecuárias que se estabeleceu na Zona da Mata no início de sua colonização acarretou contínuas derrubadas das matas, que eram, então, substituídas pelas culturas que viriam a ser as tradicionais da região. A vegetação nativa era a floresta tropical, na verdade, expansão da Mata Atlântica das regiões serranas da vertente leste para o interior.
Hoje as matas reduzem-se a pequenas manchas e capoeiras nas encostas íngremes. A maior parte das terras da região está ocupada por pastagens naturais e artificiais (principalmente braquiárias), que suportam rebanhos bovinos predominantes mestiços - dupla finalidade - leite / corte, distribuídos em fazendas de porte médio e pequeno.
Entre as culturas tradicionais da região, o café foi o mais importante na formação de rendas. A erradicação dos cafezais contribuiu para o esvaziamento da economia regional, ao passo que a liberação da mão de obra dessa atividade, não absorvida pelos outros setores, reduziu as oportunidades de trabalho, criando tensões sociais.
RelevoEditar
O relevo da Zona da Mata é acidentado, dissecado, isto é, caracterizado pelo predomínio de colinas e vales estreitos e algumas serras, constituído por rochas cristalinas antigas, do arqueando: granito, gnaisse, etc.
O ponto culminante da região é o Pico da Bandeira, com 2 891 metros de altitude, situado na Serra do Caparaó junto à divisa com o Espírito Santo. As maiores altitudes da região ocorrem tanto na serra do Caparaó como na serra da Mantiqueira, situada na parte sul e oeste da região. As menores altitudes ocorrem no vale do Paraíba Sul, chegando a valores em torno dos 70 metros na foz do rio Pirapetinga. Em decorrência dessas altitudes, o clima predominante é do tipo tropical, de verões com médias térmicas mensais na casa dos 25o C. Há registros de temperaturas reduzidas em algumas áreas, sobretudo naquelas superiores a 1 000m de altitude. Outra característica importante são os valores anuais da pluviosidade, que são reduzidos a 1 200 a 1 400 mm.
Rede hidrográficaEditar
A Zona da Mata situa-se integralmente na Região hidrográfica do Atlântico Sudeste. Os rios da Zona da Mata fazem parte de três importantes bacias hidrográficas dessa região hidrográfica:
- Bacia do rio Paraíba do Sul: A porção sul da Zona da Mata é banhada por rios que integram a bacia do Paraíba do Sul. Os principais são o próprio Paraíba do Sul e seus afluentes como os rios Pomba, Muriaé, Paraibuna, Pirapetinga e subafluentes Carangola, Glória, Novo e Preto.
- Bacia do rio Doce: A porção norte da Zona da Mata é banhada por rios que integram a bacia do rio Doce. Os principais são os rios Carmo e Piranga, formadores do rio Doce, os rios Xopotó e Turvo Limpo, afluentes do Piranga, e os rios Casca e Manhuaçu, afluentes do Doce.
- Bacia do rio Itabapoana: Os rios Preto e São João, formadores do rio Itabapoana, bem como seu afluente Caparaó, banham os municípios da Zona da Mata situados na Serra do Caparaó e adjacências.
TransporteEditar
A Zona da Mata é bem servida de vias de comunicação rodoferroviárias.[7]
As rodovias federais que cortam a região são BR-040, BR-116, BR-120, BR-262, BR-265, BR-267, BR-393, BR-356 e BR 482.
Duas importantes ferrovias servem a região: a Ferrovia do Aço e a Centro Atlântica.
O principal aeroporto da região atualmente é o Aeroporto Regional da Zona da Mata, com vôos regulares para Campinas (SP) e pista com capacidade de operações de jatos comerciais. Os demais aeroportos da região atendem somente aviação geral, privada.
EconomiaEditar
A Zona da Mata tem participação de 7,6% no PIB de Minas Gerais. O setor agrícola, o setor industrial e o setor de serviços da região são responsáveis, respectivamente, por 8,4%, 5,4% e 9% da renda desses setores no estado. Juiz de Fora é o município de maior PIB, respondendo por 37% da riqueza produzida na região. Os municípios de menor representatividade na riqueza regional são Paiva e Pedro Teixeira[8]
O setor de serviços responde por 60,2% do PIB da Zona da Mata. O principal polo regional de serviços é Juiz de Fora, que é o quinto município do estado no setor. Outros municípios que se destacam no setor de serviços são Carangola, Ponte Nova, Viçosa, Ubá, Cataguases, Muriaé, Leopoldina e Além Paraíba.[8]
A indústria representa 19,9% do PIB regional, sendo os principais segmentos a indústria metalúrgica, automobilística, têxtil e moveleira. O principal polo industrial da região é Juiz de Fora, que ocupa a décima posição entre os municípios do estado no setor.[8]
A agropecuária representa 9,1% do PIB da Zona da Mata, sendo Carangola e Manhuaçu os municípios de maior destaque. A atividade também é muito expressiva nos demais municípios como Juiz de Fora, Leopoldina, Lima Duarte, Ervália, Muriaé e Ponte Nova. O principal produto agrícola da região é o café, cultivado principalmente na porção norte da região. Na pecuária, destacam-se a produção de leite e a criação de bovinos, suínos e aves. Como destaque na produção de leite, temos as indústrias Vale do Carangola.[8] Na industria moveleira Ubá se destaca sendo o maior polo moveleiro de Minas Gerais e o segundo maior do Brasil.
TurismoEditar
Ver tambémEditar
- Lista de mesorregiões e microrregiões de Minas Gerais — divisão vigente até 2017
Referências
- ↑ a b Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (11 de outubro de 2002). «Resolução nº 5 de 10 de outubro de 2002». Imprensa Nacional. Diário Oficial da União - Seção 1 (198): 57–60. ISSN 1676-2339. Consultado em 4 de fevereiro de 2019
- ↑ a b Ferreira, Frederico Poley Martins; Ribeiro, Adriana de Miranda; Riani, Juliana Lucena Ruas; Marinho, Karina Rabelo Leite; Camargos, Mirela Castro Santos (16 de outubro de 2012). «População e políticas públicas - tendências e cenários para Minas Gerais» (PDF). Belo Horizonte-MG: Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG): 64. ISSN 1806-3187. Consultado em 4 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 4 de fevereiro de 2019
- ↑ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2016). «Divisão Territorial Brasileira 2016». Consultado em 4 de fevereiro de 2019
- ↑ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2017). «Divisão Regional do Brasil». Consultado em 4 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada em 4 de fevereiro de 2019
- ↑ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2017). «Base de dados por municípios das Regiões Geográficas Imediatas e Intermediárias do Brasil». Consultado em 4 de fevereiro de 2019
- ↑ André Figueiredo Rodrigues. «Os sertões proibidos da Mantiqueira: desbravamento, ocupação da terra e as observações do governador dom Rodrigo José de Meneses». Consultado em 10 de dezembro de 2007
- ↑ «Mapa Multimodal Minas Gerais» (PDF). Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Consultado em 11 de setembro de 2011. Arquivado do original (PDF) em 10 de janeiro de 2013
- ↑ a b c d «PIB dos municípios de Minas Gerais 2008». Fundação João Pinheiro. Consultado em 22 de setembro de 2011. Arquivado do original em 12 de junho de 2010
Ligações externasEditar
- «Zona da Mata no portal "As Minas Gerais"»
- Geografia histórica da ocupação da Zona da Mata Mineira: acerca do mito das "áreas proibidas"
- Cartografia e ocupação do território: a Zona da Mata mineira no século XVIII e primeira metade do XIX[ligação inativa]
- «Regiões geográficas de Minas Gerais» (PDF)
- https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv100600.pdf
- https://web.archive.org/web/20171201043856/http://www.forunsregionais.mg.gov.br/wp-content/uploads/2017/11/MAPA-1-P%C3%81GINA.pdf
- https://www.almg.gov.br/acompanhe/noticias/arquivos/2015/05/28_comissao_participacao_popular_ouve_representantes_do_estado.html