Williams Grand Prix Engineering

equipa britânica de Formula 1

A Williams Grand Prix Engineering Limited, competindo como Williams Racing, é uma equipe e construtor de Fórmula 1 fundada por Frank Williams e Patrick Head. A equipe foi formada em 1977, após as duas operações anteriores malsucedidas de Frank Williams: a Frank Williams Racing Cars (1969 a 1975) e Wolf – Williams Racing (1976).

Reino Unido Williams-Mercedes
Nome completo Williams Racing
Sede Grove, Reino Unido
Fundador(es) Frank Williams
Patrick Head
Chefe de equipe James Vowles
Diretor técnico Pat Fry
Site oficial www.williamsf1.com
Campeonato Mundial de Fórmula 1 de 2023
Pilotos 2. Estados Unidos Logan Sargeant[1]
23. Tailândia Alexander Albon[2]
Pilotos de teste Por anunciar
Chassis FW45[3]
Motor Mercedes[4]
Pneus Pirelli
Combustível Petronas Primax
Histórico na Fórmula 1
Estreia GP da Espanha de 1977
Último GP GP da Arábia Saudita de 2024
Grandes Prêmios 829
Campeã de construtores 9 (1980, 1981, 1986, 1987, 1992, 1993, 1994, 1996, 1997)
Campeã de pilotos 7 (1980, 1982, 1987, 1992, 1993, 1996, 1997)
Vitórias 114[5]
Pódios 313[5]
Pole Position 128[5]
Voltas rápidas 133[5]
Pontos 3 620[5]
Posição no último campeonato
(2023)
7º (28 pontos)

A primeira corrida da equipe foi o Grande Prêmio da Espanha de 1977, onde a nova equipe competiu com um chassi da March pilotado pelo belga Patrick Nève. A Williams começou a fabricar seus próprios carros no ano seguinte, e o suíço Clay Regazzoni venceu a primeira corrida da história da equipe no Grande Prêmio da Grã-Bretanha de 1979. No Grande Prêmio da Grã-Bretanha de 1997, o canadense Jacques Villeneuve conquistou a centésima vitória da equipe, tornando a Williams uma das quatro equipes de Fórmula 1, ao lado da Ferrari, da também britânica McLaren e da Mercedes, a vencer cem Grandes Prêmios. Antes do início dos anos de ouro da Ferrari (entre 1999 e 2004), a Williams detinha o recorde de Campeonato de Construtores, ao todo nove — todos conquistados entre 1980 e 1997 —, contra oito da Ferrari e oito da McLaren até a temporada de 1999, quando foi igualada pela escuderia italiana em 2000 quando o recorde foi superado.

A Williams também tinha interesses comerciais além da Fórmula 1. Com sede em Grove, Oxfordshire, Reino Unido, a equipe estabeleceu a Williams Advanced Engineering e a Williams Hybrid Power, que pegam tecnologias originalmente desenvolvidas para a Fórmula 1 e as adaptam para aplicações comerciais. Em abril de 2014, a Williams Hybrid Power foi vendida para a GKN.[6] A Williams Advanced Engineering tinha um centro de tecnologia localizada no Catar até ser fechado em 2014. Em dezembro de 2019, a Williams anunciou a venda de sua participação majoritária na Williams Advanced Engineering para a EMK Capital.[7]

Em 21 de agosto de 2020, a Williams anunciou que havia sido adquirida pela Dorilton Capital, um grupo de investimento privado dos Estados Unidos.[8]

História da equipe editar

Frank Williams já havia possuído sua própria equipe de Fórmula 1, mas somente em 1977, com Patrick Head, formou a equipe Williams Grand Prix Engineering, nome que voltou a ser utilizado a partir no campeonato de 2006, depois dos anos em que foi parceira da BMW. A equipe obteve a primeira vitória num carro próprio, o Williams FW07, com o suíço Clay Regazzoni em 1979 no Grande Prêmio da Grã-Bretanha. O primeiro título mundial de pilotos veio em 1980 com o australiano Alan Jones.

Saudia Airlines (1978-1984) editar

Entre 1979 e 1984, quando os pilotos da equipe conquistavam vitórias comemoravam com uma garrafa de água, porque a equipe inglesa era patrocinada pela Saudia Airlines, uma empresa árabe e que segue as leis islâmicas e que não permitia que os seus patrocinados consumissem bebidas alcoólicas no pódio.[9]

 
O FW14B de Nigel Mansell, usado em 1992. Neste ano Mansell foi campeão de pilotos, e a Williams campeã nos construtores.

Nessa época, a Williams conquistou dois títulos de construtores (1980 e 1981) e dois de pilotos (1980 e 1982), com Alan Jones (1980) e Keke Rosberg (1982).

Canon-Tactel Honda/Judd/Renault (1985-1990) editar

Em 1985 a equipe Williams fechou acordo de patrocínio com a fabricante de câmeras fotográficas japonesa Canon, a empresa de tecidos Tactel e a gigante química britânica ICI, marcando o ingresso do piloto Nigel Mansell e a última temporada de Keke Rosberg. Esse período ficou marcado pela disputa do domínio interno na equipe entre os pilotos Nigel Mansell e Nelson Piquet nas temporadas de 1986, culminando na perda do título para o piloto Alain Prost com a conquista somente do título de construtores, e 1987, com título para Nelson Piquet juntamente com de construtores. Em 1988, a equipe passa a perder o apoio dos motores Honda, fechando um acordo com a fabricante Judd, e Nelson Piquet transfere-se para equipe Team Lotus, sendo que em seu lugar, ingressa o italiano Riccardo Patrese. Comparada a temporada anterior, a equipe perde competitividade devido aos fracos motores Judd terem um péssimo rendimento, ficando em 7º colocação no mundial de construtores.[carece de fontes?]

A partir de 1989, Nigel Mansell transfere-se para equipe Ferrari e em seu lugar ingressa o belga Thierry Boutsen. A temporada se mostra muito mais equilibrada, graças ao apoio da fabricante Renault no fornecimento de propulsores, com uma pole position de Riccardo Patrese no Grande Prêmio da Hungria e o vice-campeonato de construtores. Para 1990 a dupla de pilotos é mantida. Com o crescimento das equipes Benetton e Ferrari a equipe tem uma queda em seu rendimento finalizando a temporada com um 4º lugar no mundial de construtores.[carece de fontes?]

Canon-Camel Renault (1991-1993) editar

A partir de 1991 a equipe Williams fecha contrato de patrocínio com a fabricante de cigarros Camel, marcando também o retorno de Nigel Mansell. A temporada de 1991 se mostra uma evolução comparada a de 1990, visto o pesado investimento em recursos eletrônicos para os seus carros, juntamente com a evolução dos propulsores Renault. A disputa acirrada entre Nigel Mansell e Ayrton Senna marca essa temporada, sendo que um erro, contudo, cometido pelo britânico no Grande Prêmio do Japão lhe privou do título de pilotos consagrando a equipe vice-campeã de pilotos e vice-campeã de construtores. Entretanto, a temporada de 1992 marca o retorno do domínio da equipe com uma larga margem de vitórias de Mansell, com domínio da suspensão ativa e dos motores Renault, garantindo finalmente seu título de campeão de pilotos de forma antecipada, e o vice-campeonato para Riccardo Patrese, além do título de construtores. Em 1993 Nigel Mansell sai da equipe para ingressar na categoria CART e Riccardo Patrese anuncia sua ida para equipe Benetton. Nos respectivos lugares ingressam o francês Alain Prost e o britânico Damon Hill. A temporada é novamente marcada pelo domínio da equipe, havendo contudo uma disputa acirrada entre os pilotos Ayrton Senna e Alain Prost, além da disputa de construtores com as equipes McLaren e Benetton. Alain Prost, contudo, sagra-se tetracampeão, anunciando sua saída definitiva da categoria. A equipe finaliza campeã de pilotos e construtores e encerra o patrocínio com a Canon e a Camel.[carece de fontes?]

Rothmans Renault (1994-1997) editar

A equipe trocou o patrocínio da gigante de cigarros Camel e da fabricante de câmeras Canon pela fabricante cigarros inglesa Rothmans. Foi um período de altos e baixos da equipe, em grande parte porque houve a limitação no investimento em tecnologia de eletrônica embarcada, e porque a equipe não se adequou a tempo para a transição do regulamento para 1994. A equipe já não contava com domínio superior frente aos adversários, devido a limitação da eletrônica embarcada, e os investimentos em melhora da aerodinâmica. O primeiro ano ficou marcado pela contratação de Ayrton Senna e sua morte no Grande Prêmio de San Marino. Frank Williams, Patrick Head e Adrian Newey (os dois últimos projetaram o carro) foram processados, mas não foram condenados. Neste ano, a equipe ganhou o campeonato de construtores, mas Damon Hill ficou a um ponto de Michael Schumacher, da Benetton. Nessa mesma temporada, a equipe chamou Nigel Mansell para as últimas três corridas, sendo que o britânico ainda ganhou a última. As temporadas de 1994 e 1995 marcaram um jejum de títulos, com duas temporadas de chances desperdiçadas, com um dos piores desempenhos desde o início da fase de domínio da equipe em 1987 com o título de Nelson Piquet. 1996 foi a temporada de retomada de vitórias da equipe com o título de pilotos para Damon Hill e a entrada de Jacques Villeuneuve para a vaga de segundo piloto, e que em 1997 viria a ser campeão pela Williams.

Winfield Mecachrome/Supertec (1998-1999) editar

A fase mais vitoriosa da Williams acabou em 1997, em grande parte pela perda dos motores Renault, que saíram da Fórmula 1. Nas temporadas de 1998 e 1999 com os motores não oficiais da Renault, Mecachrome e Supertec respectivamente, a Williams conquistou 3° e 5° lugares nos construtores, sem chances de alguma vitória, e teve a participação do piloto Alessandro Zanardi, que não repetiu a mesma performance que fez na Champ Car ano anterior.

Década de 2000 editar

Motores BMW (2000-2005) editar

Em 2000 a equipe muda de fornecedora de motores, que a partir de então passa a ser a BMW. Neste ano a Williams faz uma temporada regular conquistando 36 pontos e o 3° lugar nos construtores.

Para 2001, com o carro mais desenvolvido junto com o BMW, a equipe quebra um jejum de 4 anos sem vitórias na Fórmula 1, com a vitória de Ralf Schumacher no Grande Prêmio de San Marino, faz 80 pontos e repete o 3° lugar da temporada anterior.

Nas temporadas de 2002 e 2003 conquista o vice-campeonato de construtores. Em 2004, Patrick Head faz um projeto revolucionário, mas o carro não se mostra competitivo e frustra as expectativas de título da equipe, que pelo menos encerra a temporada com uma vitória de Juan Pablo Montoya no Grande Prêmio do Brasil, e essa foi a última temporada da dupla Montoya e Ralf pela equipe. Para 2005 Mark Webber e Nick Heidfeld são contratados, fazem uma temporada regular, mas a Williams e a BMW rompem.[carece de fontes?]

Motores Cosworth (2006) editar

Com o rompimento da Williams com a BMW, em 2006 a Cosworth vira a nova fornecedora de Cosworth. A equipe faz uma péssima temporada, conquistando apenas 11 pontos e o 8° lugar no construtores. A dupla de pilotos é Mark Webber e o estreante Nico Rosberg.

Motores Toyota (2007-2009) editar

Em 2007 a Williams fecha acordo para ter os motores Toyota pelo menos até 2009. Com a parceria com a Toyota, a equipe se reergueu do fracasso de 2006, formando uma nova dupla de pilotos com Alexander Wurz substituindo Webber, que foi para a RBR, e mantendo o alemão Nico Rosberg. O ano foi bom, com a equipe fazendo um pódio com Wurz, no acidentado Grande Prêmio do Canadá, e um total de 33 pontos e o quarto lugar no campeonato de construtores, após a desclassificação da McLaren. No último Grande Prêmio do ano, o do Brasil, o japonês Kazuki Nakajima assumiu a vaga de piloto titular deixado por Wurz, que havia anunciado sua aposentadoria no GP anterior.

Após a consistente temporada de 2007, a Williams entra em 2008 apontada como quinta força da categoria, atrás de Ferrari, McLaren, BMW Sauber e Renault. O início foi promissor, com Nico fazendo logo na estreia da temporada um pódio, e Nakajima chegando em sexto. Porém já na segunda etapa a equipe vai muito mal com Nico em 12° e Nakajima em 15°. Nas corridas seguintes a equipe perdeu posições para Renault, Toyota e até para a Toro Rosso e Red Bull Racing no campeonato, e continuou decepcionando ao ter o seu melhor resultado dois sétimos lugares e chegar na maioria das vezes abaixo da décima colocação. No entanto a equipe conquistou um pódio novamente com Nico em 2º e Nakajima em 8º no histórico primeiro Grande Prêmio noturno de Singapura. Ao término da temporada, a equipe ficou na oitava colocação do Campeonato de Construtores com 26 pontos, 17 de Nico e 9 de Nakajima.

Em 2009 manteve os pilotos Rosberg e Nakajima; e como pilotos de testes o alemão Nicolas Hülkenberg também foi mantido, sendo contratado o jovem angolano Ricardo Teixeira. Foi uma temporada consistente e ligeiramente melhor que 2008. Com 34.5 pontos, a equipe terminou em sétimo lugar, embora as boas corridas de Rosberg se contrapunham com as fracas atuações de Nakajima, que não marcou nenhum ponto.

Em 20 de novembro a equipe anunciou a venda de parte minoritária da equipe a uma companhia de investimentos austríaca liderada por Toto Wolff.[10][11]

Década de 2010 editar

Volta aos motores Cosworth (2010-2011) editar

Para a temporada de 2010 a equipe contratou Rubens Barrichello, de 37 anos, para pilotar o novo carro com o motor Cosworth, juntamente com o novato piloto alemão Nico Hülkenberg, de 22 anos, campeão da GP2 em 2009 e até então piloto de testes. Para piloto de testes, o finlandês Valtteri Bottas foi confirmado na equipe em 29 de janeiro de 2010.[12] A equipe terminou o mundial em sexto lugar no campeonato de construtores e Frank Williams chegou a afirmar que a equipe não ficou satisfeita com o desempenho do modelo FW32.[13]

Em 2011 a equipe confirmou Rubens Barrichello[14] e Pastor Maldonado[14] como pilotos titulares e a manutenção de Valtteri Bottas como piloto de teste.[12] A temporada de 2011 foi a pior da história da Williams, a equipe terminou o campeonato atrás de todas as equipes competitivas da categoria, ficando a frente apenas das pequenas Hispania, Virgin e Lotus.

Volta aos motores Renault (2012-2013) editar

Ainda em julho de 2011, a equipe anunciou que voltaria a utilizar motores Renault para a temporada de 2012, reeditando sua parceria bem sucedida com a fabricante francesa nos anos 1990.[15][16]

Em 17 de Janeiro de 2012, o piloto brasileiro Bruno Senna foi anunciado como titular para a temporada 2012, assumindo a vaga de Rubens Barrichello.[17] A equipe obtém melhores resultados no início da temporada e volta a conquistar uma pole position e vitória, com o venezuelano Pastor Maldonado no GP da Espanha.

A temporada de 2013 foi uma das piores da história da equipe, marcando apenas 5 pontos, com o finlandês, Valtteri Bottas sendo responsável por 4 deles no Grande Prêmio dos Estados Unidos ao chegar em 8º lugar. O FW35 se mostrou pouco competitivo, no final da temporada o venezuelano, Pastor Maldonado foi dispensado e rumou para a equipe Lotus F1 Team.

Motores Mercedes (2014-presente) editar

2014 e 2015 - Últimos momentos de brilho

Em 11 de novembro de 2013, o piloto brasileiro Felipe Massa foi anunciado como titular para a temporada de 2014. A Williams passou a utilizar os motores Mercedes, retendo o piloto Valtteri Bottas novamente em seu segundo carro. A troca do regulamento favoreceu a recuperação de muitas equipes e uma delas foi a Williams, que amargou as últimas temporadas com resultados sem expressão passando por uma fase semelhante em que encontrou nas temporadas de 1989 e 1990. Além da nova dupla, foi confirmada a manutenção de Susie Wolff como piloto de desenvolvimento, a contratação do brasileiro Felipe Nasr como piloto reserva, além de um patrocínio master junto com a fábrica de bebidas Martini, conhecida na Fórmula 1 por patrocinar Brabham e Team Lotus na década de 1970.

Desde o início da temporada de 2014 até o seu fim, Massa e Bottas mostraram a evolução do carro de 2014 comparado com o das temporadas passadas, esse saíram muito bem e conquistaram uma pole position (Felipe Massa na Áustria) e nove pódios, sendo seis com Valtteri Bottas (4 terceiros lugares e 2 segundos) e três com Felipe Massa (2 terceiros lugares e 1 segundo) sem contudo conquista de vitórias, a última de Pastor Maldonado em 2012. Com estes resultados, a equipe finalizou o campeonato na 3ª colocação entre os construtores, seu melhor resultado desde 2003, quando foi vice-campeã.

No ano seguinte, em 2015, houve uma repetição dos resultados apresentados no ano anterior com a conquista de quatro pódios; Felipe Massa (2 terceiros lugares na Áustria e na Itália) e Valtteri Bottas (2 terceiros lugares no Canadá e no México). Com estes resultados, a equipe finalizou o campeonato pela segunda vez consecutiva na 3ª colocação entre os construtores.

2016 e 2017 - Altos e baixos

Na temporada de 2016, a Williams não repetiu o mesmo desempenho das duas ultimas temporadas, a equipe conseguiu só um pódio no Grande Prêmio do Canadá com Valtteri Bottas, e geralmente Bottas e Massa finalizaram entre as 4ª e 10ª posições, e com esses resultados, a Williams terminou o campeonato em 5º lugar, com 138 pontos, e viu a equipe Force India avançar na 4ª posição. A temporada de 2017 marca o retorno de Paddy Lowe agora como diretor técnico executivo da Williams, Lowe foi um dos engenheiros ao lado de Patrick Head e Adrian Newey que encabeçaram a sequencia de bom desempenho e conquistas nos anos 90, com dois títulos para Williams (1992 com Nigel Mansell e 1993 com Alain Prost).

A temporada de 2017 por outro lado marcou a saída de Valtteri Bottas e um regresso inesperado de Felipe Massa que havia anunciado a aposentadoria definitiva em 2016. Lance Stroll que seria companheiro de Valtteri Bottas assumiu a vaga do piloto finlandês. Stroll é o primeiro piloto canadense a regressar a equipe de Grove desde a saída de Jacques Villeneuve em 1998. Os resultados nessa temporada continuaram muito semelhantes aos resultados de 2016. Foi o ultimo ano de Felipe Massa que não renovou e se aposentou da categoria novamente.

2018 à 2020 - Anos consecutivos na lanterna do grid

Em 2018, houve grande especulação pelo retorno do piloto Robert Kubica que havia se aposentado precocemente dos carros de Fórmula 1 devido ao grave acidente de rally em 2011. Porém a equipe de Grove ousou na escolha, renovando com o canadense Lance Stroll, e pensando na nova geração de pilotos, acertou com o russo Sergey Sirotkin, de 22 anos, que trouxe uma contribuição adicional em investimentos financeiros para equipe, cujo propósito era ajudar no desenvolvimento do carro de 2018.[18] Porém, o carro FW41 se mostrou muito frágil e pouco competitivo, tendo raríssimas chances de pontuar. Com o carro inútil, a Williams afundou de vez no grid e passou a ocupar o fundão durante maior parte da temporada. Desta forma, a equipe terminou na 10º e última colocação do campeonato de construtores. Depois de 9 títulos mundiais, a Williams chegou ao fundo do poço.

Em 27 de fevereiro de 2018, a Martini anunciou que deixaria a Williams e a Fórmula 1 no final da temporada de 2018.[19] Em 12 de outubro de 2018, a equipe anunciou que o então campeão da Fórmula 2, George Russell, se juntaria à equipe na temporada de 2019.[20] Em 22 de novembro de 2018, foi anunciado que o piloto reserva Robert Kubica seria promovido para o outro assento, marcando seu retorno à Fórmula 1 depois de oito anos longe da categoria devido a lesão.[21][22]

Para a temporada de 2019, a equipe firmou uma parceria com a empresa polonesa de petróleo PKN Orlen e um contrato de patrocínio de vários anos com a empresa de telecomunicações ROKiT.[23][24] Porém, o desempenho não mudou e o carro FW42 se mostrou ainda pior do que o do ano anterior, e ficou pronto com atraso ainda na pré-temporada. Desta forma, a equipe sofreu para marcar um suado ponto durante o ano inteiro, vindo pelas mãos de Robert Kubica na 10ª etapa do campeonato, no GP da Alemanha. Assim a equipe terminou novamente na lanterna do campeonato de construtores.

Em 19 de setembro de 2019, a Williams anunciou que Kubica havia decidido deixar a equipe no final da temporada de 2019; ele se juntaria à Alfa Romeo como piloto reserva na temporada de 2020.[25][26] O vice-campeão do Campeonato de Fórmula 2 de 2019, Nicholas Latifi, foi promovido de seu papel de piloto reserva para substituir Kubica na temporada de 2020.[27]

Em maio de 2020, após a publicação de perdas significativas em 2019 devido ao fraco desempenho da equipe no campeonato e consequente declínio em prêmios em dinheiro e renda de patrocínio, a Williams anunciou o término imediato de seu contrato de patrocínio com a ROKiT.[28]

Após sua diretoria anunciar no final de maio que estava considerando uma venda parcial ou total da equipe como forma de aliviar a pressão financeira,[29] a Williams confirmou em 21 de agosto de 2020, a venda da equipe para a Dorilton Capital, um grupo de investimento privado dos Estados Unidos, por 152 milhões de euros.[30][31] O montante inclui também o pagamento da dívida da empresa, que continuou operando como Williams e manteve sua base no Reino Unido.[32][33]

Apesar de ter sido oferecida a chance de permanecer como chefe da equipe Williams, Claire Williams anunciou, em 3 de setembro de 2020, sua saída da equipe após o Grande Prêmio da Itália.[34][35] Em 8 de setembro, a equipe anunciou Simon Roberts como seu novo chefe de equipe interino.[36] Em 17 de dezembro, a Williams oficializa Roberts como seu chefe de equipe e anuncia Jost Capito como seu novo diretor executivo.[37]

Apesar das mudanças na equipe, a temporada de 2020 da Williams foi marcada por falta de competitividade e problemas mecânicos. O carro FW43 se mostrou mais do mesmo, pouco competitivo e muito frágil, não dando sossego a dupla Nicholas Latifi e George Russell. Pela primeira vez na história, a equipe terminou um mundial de pilotos sem marcar um pontinho sequer, ficando atrás até da Haas nos construtores. Seu melhor resultado no ano foi o 11º lugar de Russell no GP da Toscana. A Williams novamente amargou pelo terceiro ano consecutivo na lanterna entre os construtores.

2021-presente - Desempenho razoável

Em 2021, a temporada da Williams foi levemente melhor do que os anos anteriores, conseguindo pontuar vários GP's de forma consecutivas, até brigando por pódios. Apesar das limitações, o carro FW43B se mostrou muito competitivo durante a maior parte da temporada, conseguindo um inesperado pódio de Russell no chuvoso GP da Bélgica, quando terminou em segundo lugar, atrás do vencedor, Max Verstappen da Red Bull Racing. Somando alguns pontos do Latifi e do Russell, o time terminou a frente das duas piores do grid na temporada (Alfa Romeo e Haas) nos construtores, na oitava posição na tabela.

Todavia, apesar do bom desempenho, George Russell deixou a Williams ao fim da temporada de 2021, para se juntar a Mercedes de Lewis Hamilton. Em seu lugar, entrou o Alexander Albon, que retornou a F1 depois de uma passagem sem muito brilho pela Red Bull em 2020.

Pilotos editar

Pela equipe Williams passaram vários pilotos famosos na Fórmula 1, como Alain Prost, Nigel Mansell, Nelson Piquet, Keke Rosberg, Ayrton Senna e Damon Hill. O último a conquistar um título de pilotos pela equipe foi o canadense Jacques Villeneuve em 1997.

Em 1983, Ayrton Senna testou um carro da Williams, mas Frank Williams não pôde contratá-lo, porque já tinha um acordo firmado com os pilotos que atuaram na última temporada (Jacques Laffite e Keke Rosberg em 1983) para 1984.[38]

Galeria editar

Campeões Mundiais editar

Campeonatos Pilotos Temporadas
1   Alan Jones 1980
  Keke Rosberg 1982
  Nelson Piquet 1987
  Nigel Mansell 1992
  Alain Prost 1993
  Damon Hill 1996
  Jacques Villeneuve 1997

Vitórias por principais pilotos editar

Mansell: 28

Hill: 21

Alan Jones: 12

J. Villeneuve: 11

Piquet: 7

Prost: 7

R. Schumacher: 6

Keke Rosberg: 5

Patrese: 4

Montoya: 4

Clay Regazzoni: 1

Notas e referências

Notas

Referências

  1. «Logan Sargeant to drive for Williams Racing in 2023». Williams Racing. 21 de novembro de 2022. Consultado em 23 de novembro de 2022 
  2. «Alex Albon returns to F1 race seat with Williams in 2022 alongside Nicholas Latifi». Formula 1 (em inglês). 8 de setembro de 2021. Consultado em 8 de setembro de 2021 
  3. A Beginner's Guide to Formula 1 in 2023. williamsf1.com. 26 de janeiro de 2023. Consultado em 27 de janeiro de 2023 
  4. «Williams renova contrato com a Mercedes para fornecimento de motores até a temporada 2025». Globo Esporte. 13 de setembro de 2019. Consultado em 1 de maio de 2020 
  5. a b c d e «Williams». STATS F1. Consultado em 26 de novembro de 2018 
  6. «GKN anuncia aquisição da Williams Hybrid Power Limited». automotivebusiness.com.br. 9 de abril de 2014. Consultado em 21 de agosto de 2020 
  7. «Williams vende participação majoritária da Williams Advanced Engineering». F1 Mania. 24 de dezembro de 2019. Consultado em 21 de agosto de 2020 
  8. «Williams anuncia venda da equipe de F1 para grupo de investimento norte-americano». motorsport.uol.com.br. 21 de agosto de 2020. Consultado em 21 de agosto de 2020 
  9. «A ORIGEM DA CERIMÓNIA DO CHAMPANHE». Consultado em 10 de dezembro de 2019. Arquivado do original em 3 de março de 2009 
  10. Williams vende parte da equipe a companhia de investimentos austríaca Globoesporte.com
  11. Williams vende parte das ações[ligação inativa] Hoje em Dia
  12. a b «Williams anuncia contratação de Bottas para piloto de teste». 29 de janeiro de 2010 
  13. Ano não agrada Williams, 6ª: "Carro não era bom" Arquivado em 6 de dezembro de 2010, no Wayback Machine. Tazio
  14. a b [1][ligação inativa]
  15. «Renault fornecerá motores para a Williams em 2012 e 2013». iG Esporte. Consultado em 7 de agosto de 2011 
  16. «Renault fornecerá motores para a Williams em 2012 e 2013». TotalRace. Consultado em 7 de agosto de 2011. Arquivado do original em 6 de julho de 2011 
  17. «Bruno Senna assina contrato com a Williams e fica no lugar de Rubinho». Globoesporte.com 
  18. Berto, Victor (11 de fevereiro de 2018). «Apoio financeiro de Sirotkin será destinado para desenvolver carro da Williams». F1 Mania 
  19. Barretto, Lawrence (27 de fevereiro de 2018). «Martini and Williams to end sponsorship deal». Motorsport.com. Motorsport Network. Consultado em 27 de fevereiro de 2018 
  20. Gavinelli, Gabriel (12 de outubro de 2018). «Williams assina com George Russell para a temporada 2019 da F1». F1 Mania. Consultado em 12 de outubro de 2018 
  21. Collantine, Keith (12 de outubro de 2018). «Russell handed F1 debut in place of Stroll at Williams for 2019». RaceFans. Consultado em 12 de outubro de 2018 
  22. «Robert Kubica: Polish driver to make F1 comeback with Williams in 2019». BBC Sport (em inglês). 22 de novembro de 2018. Consultado em 22 de novembro de 2018 
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  24. «ROKiT Enters Formula One as Title Partner of Williams Racing». Williams Racing. 11 de fevereiro de 2019. Consultado em 11 de fevereiro de 2019 
  25. «Robert Kubica Decides To Leave ROKiT Williams Racing at End of 2019 Season». williamsf1.com. 19 de setembro de 2019. Consultado em 19 de setembro de 2019 
  26. «Kubica assina como terceiro piloto da Alfa Romeo e time muda de nome; entenda». motorsport.uol.com.br. 1 de janeiro de 2020. Consultado em 2 de janeiro de 2020 
  27. «Williams confirma Nicholas Latifi como titular em 2020; grid da Fórmula 1 está fechado, veja!». Globo Esporte.com. 28 de novembro de 2019. Consultado em 3 de dezembro de 2019 
  28. «Williams could sell F1 team as board announces GBP13m loss in 2019 and split from title sponsor». formula1.com. Formula One World Championship Limited. 29 de maio de 2020. Consultado em 29 de maio de 2020 
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  31. «Williams Racing is acquired by Dorilton Capital». www.williamsf1.com (em inglês). Consultado em 21 de agosto de 2020 
  32. Murad Ahmed, Samuel Agini (21 de agosto de 2020). «Williams F1 team sold to US investors to secure financial future». Financial Times. Consultado em 21 de agosto de 2020 
  33. «Williams F1 team bought by investment firm Dorilton Capital». BBC News. 21 de agosto de 2020. Consultado em 24 de agosto de 2020 
  34. «F1: Claire Williams confirma saída como chefe de equipe após GP da Itália». motorsport.uol.com.br. 3 de setembro de 2020. Consultado em 3 de setembro de 2020 
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  36. «F1: Após saída de Claire, Williams anuncia novo chefe de equipe». motorsport.uol.com.br. 8 de setembro de 2020. Consultado em 8 de setembro de 2020 
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  38. «Senna tinha pressa. Acumulava recordes, inimigos, mulheres e dinheiro em alta velocidade.». Revista Veja. Consultado em 4 de janeiro de 2012 
  39. «Williams Grand Prix Engineering» (em inglês). ChicaneF1.com 

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