Estação Ferroviária de Miranda do Corvo

estação ferroviária em Portugal

A Estação Ferroviária de Miranda do Corvo é uma interface desactivada do Ramal da Lousã, que servia a localidade de Miranda do Corvo, no Distrito de Coimbra, em Portugal.

Miranda do Corvo
Estação Ferroviária de Miranda do Corvo
dístico da estação, em 2008
Linha(s): Ramal da Lousã (PK 19,203)
Altitude: 110 m (a.n.m)
Coordenadas: 40°5′22.18″N × 8°19′51.19″W

(=+40.08949;−8.33089)

Mapa

(mais mapas: 40° 05′ 22,18″ N, 8° 19′ 51,19″ O; IGeoE)
Município: border link=Miranda do CorvoMiranda do Corvo
Serviços: sem serviços
Inauguração: 16 de dezembro de 1906 (há 117 anos)
Encerramento: 1 de dezembro de 2009 (há 14 anos)
 Nota: Para outras interfaces ferroviárias com nomes semelhantes ou relacionados, veja Estação Ferroviária de Miranda, Estação Ferroviária de Duas Igrejas - Miranda ou Estação Ferroviária de Mato Miranda.

Descrição editar

O edifício de passageiros situava-se do lado norte da via (lado esquerdo do sentido ascendente, a Serpins).[1]

História editar

 Ver artigo principal: Ramal da Lousã § História

Antecedentes editar

Quando se iniciaram os estudos para a futura Linha da Beira Alta, na década de 1860, o engenheiro Pedro Inácio Lopes foi encarregado de planear o traçado para a linha, tendo sugerido que saísse de Coimbra e terminasse na fronteira em Vilar Formoso, passando por Miranda do Corvo, Góis e Arganil.[2] O engenheiro Sousa Brandão sugeriu um traçado semelhante, com a linha a passar também por Miranda do Corvo.[3] Em Miranda do Corvo teria origem uma segunda linha até Gouveia, passando por Arganil e Seia.[4] No entanto, estas propostas não foram aceites, tendo sido escolhido outro percurso para a Linha da Beira Alta.[4]

 
Estação de Miranda do Corvo, nos primeiros anos.

Século XX editar

Em 13 de Abril de 1904, os representantes de várias povoações da região centro reuniram-se em Lisboa, para pedir a construção de vários caminhos de ferro, incluindo a Linha do Mondego, de Coimbra a Lousã por Miranda do Corvo, que nessa altura estava planeada para via estreita.[5] Este lanço entrou ao serviço em 16 de Dezembro de 1906, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, utilizando bitola larga.[6]

Em 1913, a estação de Miranda do Corvo era servida por carreiras de diligências até Espinhal, Penela, Avelar, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera.[7]

Em finais de 1919, foi noticiado que brevemente seria assinado o contrato para a construção de uma linha entre Miranda do Corvo e o Entroncamento.[8] Em 1948, esteve planeada a construção de uma linha transversal entre Tomar e Miranda do Corvo, que iria servir os concelhos de Ferreira do Zêzere, Alvaiázere, Ansião e Figueiró dos Vinhos.[9] Nenhum destes prolongamentos viria a ser construído.[carece de fontes?]

Século XXI editar

Em Fevereiro de 2009, a circulação no Ramal da Lousã foi temporariamente suspensa para a realização de obras, tendo os serviços sido substituídos por autocarros.[10]

O troço entre Serpins e esta estação foi encerrado no dia 1 de Dezembro de 2009, para as obras de construção do Metro Mondego.[11][12] O lanço restante do Ramal da Lousã, desde Miranda do Corvo até ao Apeadeiro de Coimbra-Parque, foi desactivado em 4 de Janeiro do ano seguinte.[13][14] Já em 2007, o projeto apresentado para o Metro Mondego (entretanto nunca construído) preconizava a inclusão de Miranda Corvo (sic) como uma das 14 interfaces do Ramal da Lousã a manter como estação/paragem do novo sistema.[15]

Comboios em Coimbra
(Serviços ferroviários pesados suburbanos e
regionais de passageiros, na região de Coimbra)

        em operação •   extinto em 2010
    ext. anunc. 2020 •     extinto em 2009


 
   
 
(ã) Lobazes 
   
 Moinhos (ã)
(ã) Miranda do Corvo 
   
 Trémoa (ã)
(ã) Padrão 
   
 Vale de Açor (ã)
(ã) Meiral 
   
 Ceira (ã)
(ã) Lousã-A 
   
 Conraria (ã)
(ã) Lousã 
   
 Carvalhosas (ã)
(ã) Prilhão-Casais 
   
 S. José (Calhabé) (ã)
(ã) Serpins 
 
 
 Coimbra-Parque (ã)
(ã) Coimbra 
 
 
 
 
 
 
       
 
 
 
 
 
   
 
 
 
(ã)(n) Coimbra-B   
(n) Souselas 
       
 
 
 
(f)(n) Pampilhosa 
 
 
 Bencanta (n)
(f) Mala 
   
 Espadaneira (n)
(f) Silvã-Feiteira 
   
 Casais (n)
(f) Enxofães 
   
 Taveiro (n)
(f) Murtede 
   
 V. Pouca Campo (n)
(f) Cordinhã 
   
 Ameal (n)
(f) Cantanhede 
   
 Pereira (n)
(f) Limede-Cadima 
   
 Formoselha
(f) Casal 
   
 Alfarelos (a)(n)
(f) Arazede 
   
 Montemor (a)
(f) Bebedouro 
   
 Marujal (a)
(f) Liceia 
   
 Verride (a)
(f) Santana-Ferreira 
   
 Reveles (a)
(f) Costeira 
   
 Bif. de Lares (a)(o)
(f) Alhadas 
   
 Lares (o)
(f) Carvalhal 
   
 Fontela (o)
(f) Maiorca 
   
 Fontela-A (o)
 
   
 Figueira da Foz (f)(o)

Linhas: a R. Alfarelosf R. Figueira da Foz
ã R. Lousãn L.ª Norteo L.ª Oeste
Fonte principal: Diagrama oficial (2001)

Ver também editar

Referências

  1. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  2. ABRAGÃO, Frederico de Quadros (16 de Outubro de 1956). «No Centenário dos Caminhos de Ferro em Portugal: Algumas notas sobre a sua história» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 69 (1652). p. 472-509. Consultado em 10 de Outubro de 2018 
  3. SOUSA, José Fernando de (16 de Junho de 1940). «Coimbra e os Caminhos de Ferro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 52 (1260). p. 371-373. Consultado em 6 de Novembro de 2016 
  4. a b ABRAGÃO, Frederico de Quadros (16 de Setembro de 1956). «No Centenário dos Caminhos de Ferro em Portugal: Algumas notas sobre a sua história» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 69 (1650). p. 407-424. Consultado em 10 de Outubro de 2018 
  5. «Há 50 anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 67 (1592). 16 de Abril de 1954. p. 78. Consultado em 10 de Outubro de 2018 
  6. TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1682). p. 61-64. Consultado em 5 de Outubro de 2013 
  7. «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 9 de Março de 2018 
  8. «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1232). 16 de Abril de 1939. p. 221-223. Consultado em 6 de Novembro de 2016 
  9. REIS, José Lucas Coelho dos (16 de Julho de 1948). «Problemas Nacionais: Transportes Marítimos e em Caminhos de Ferro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 60 (1454). p. 383-384. Consultado em 10 de Outubro de 2018 
  10. «Obras condicionam circulação de comboios na Linha da Lousã este fim-de-semana». Público. 6 de Fevereiro de 2009. Consultado em 5 de Outubro de 2013 
  11. «Ramal da Lousã: Utentes manifestam-se "revoltados" com encerramento do troço Serpins-Miranda a partir de quarta-feira». Expresso. 1 de Dezembro de 2009. Consultado em 5 de Outubro de 2013. Arquivado do original em 7 de outubro de 2013 
  12. ALEXANDRE, Jorge M. (2 de Dezembro de 2009). «Misto de emoções na despedida do comboio». Trevim. Consultado em 5 de Outubro de 2013. Arquivado do original em 6 de outubro de 2013 
  13. «Ramal da Lousã - Interrupção da circulação». Comboios de Portugal. Consultado em 5 de Outubro de 2013 [ligação inativa] 
  14. «Utentes do ramal da Lousã queixam-se de atrasos nos transportes alternativos». Público. 4 de Janeiro de 2010. Consultado em 5 de Outubro de 2013 
  15. Metro Mondego (2007). «SMM 7». Consultado em 11 de novembro de 2021. Arquivado do original em 4 de outubro de 2007 
 
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Ligações externas editar

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