Republicanos (partido político)

O Republicanos é um partido político brasileiro. Seu número eleitoral é o 10. Com 498.103 filiados em abril de 2022, é o décimo maior do país e o segundo maior do estado do Amazonas.[11] No Congresso Nacional, possui quarenta e um deputados federais, e um senador da república no Senado.
Republicanos | |
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Número eleitoral | 10 |
Presidente | Marcos Pereira[1] |
Secretário-geral | Evandro Garla[1] |
1º Vice-presidente | Mecias de Jesus[1] |
2º Vice-presidente | Márcio Marinho[1] |
Tesoureiro-geral | Mauro Silva[1] |
Fundação | 16 de dezembro de 2003 (18 anos) |
Registro | 25 de agosto de 2005 (16 anos)[2] |
Sede | Brasília, DF |
Ideologia | Republicanismo Conservadorismo social Democracia cristã[3] Nacionalismo brasileiro[4] Municipalismo Democracia virtual Conservadorismo liberal[5] Social-democracia[6] Liberalismo econômico[7] |
Espectro político | Centro-direita a Direita[8][9] |
Ala jovem | Jovens Republicanos[10] |
Membros (2022) | 498.103 filiados[11] |
Governadores (2022) | 2 / 27 |
Prefeitos (2020) | 212 / 5 568 |
Senadores (2021) | 1 / 81 |
Deputados federais (2022) | 43 / 513 |
Deputados estaduais (2018) | 42 / 1 024 |
Vereadores (2020) | 2 601 / 56 810 |
Cores | Azul Amarelo Verde |
Página oficial | |
republicanos10 | |
Política do Brasil |
Fundado em 2003 por partidários de José Alencar, obteve o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o nome de Partido Municipalista Renovador (PMR) em 25 de agosto de 2005. No ano seguinte, mudou de nome para Partido Republicano Brasileiro (PRB), atendendo a sugestão do então vice-presidente da República José Alencar.[12] Em 2019, o partido muda novamente de nome, passando a se chamar Republicanos, sem o uso de sigla.[13][14][15]
O partido foi da base aliada dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva[16] e Dilma Rousseff, rompendo com a última em 2016 e apoiando seu impeachment.[17][18] Fez parte também do governo de Michel Temer[19] e atualmente faz parte da base governista do presidente Jair Bolsonaro.
O partido está ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, sendo seu presidente Marcos Pereira, um bispo da igreja.[20]
HistóriaEditar
Em 16 de dezembro de 2003, com o apoio de mais de 457.702 eleitores, foi aprovado, por unanimidade e em Convenção Nacional, a criação do Partido Municipalista Renovador (PMR), cuja ata foi registrada no Cartório Marcelo Ribas, em 2 de janeiro de 2004, e obteve seu registro sob o número 00055915.[carece de fontes]
Em 5 de maio de 2005, tendo reunido todos os documentos necessários, o PMR, por seu representante nacional, Vitor Paulo Araújo dos Santos, requereu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mediante petição protocolizada sob o n.° 3956/2005, o registro do partido, o qual originou o Processo de Registro n.° 301. O pedido foi aceito pelo TSE em 25 de agosto de 2005. Em Convenção Nacional, realizada no dia 25 de outubro de 2005, foi aprovado por unanimidade a alteração da sua denominação e respectiva sigla para "Partido Republicano Brasileiro" (PRB). Com petição protocolada no TSE sob o n.º 13 318/2005, requereu a mudança de denominação e sigla, a qual foi deferida em sessão de 11 de março de 2006, nos termos da Resolução/TSE n.º 22 167. No ano seguinte foram eleitos os três primeiros deputados do partido.[carece de fontes]
Em 2006, na primeira eleição disputada para os cargos de deputados, governadores e presidente da República, José Alencar Gomes da Silva foi reeleito vice-presidente do Brasil, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao todo, foram 60 candidatos a deputado estadual, 21 para deputado federal e um candidato ao Senado da República. Com uma votação de 737 423 votos em todo Brasil, foram eleitos 3 deputados estaduais e apenas um único deputado federal.
Nas disputas municipais de 2008, foram eleitos 54 prefeitos e 780 vereadores. Ao todo, o partido recebeu 3 667 400 votos, sendo 1 519 540 na disputa de prefeito e outros 2 147 857 nas eleições para as câmaras municipais.
Em 2010, na segunda eleição do partido, foram eleitos 18 deputados estaduais, 8 deputados estaduais e apenas um único senador, o bispo Marcelo Crivella, que antes era filiado ao PL, foi reeleito ao Senado Federal pelo Republicanos.
No dia 9 de maio de 2011, em Convenção Nacional, por unanimidade dos participantes, o advogado Marcos Pereira é eleito como o novo presidente nacional do partido. O partido evoluiu para um novo paradigma político, com ênfase nos princípios republicanos.
Em 2012, saiu das eleições municipais com 78 prefeitos e 1 204 vereadores eleitos. Os números representam um aumento de 54,4% de vereadores (um dos maiores crescimentos proporcionais entre todas as legendas) e 42% de prefeitos.[21]
Em 2014, o partido ampliou o número de deputados federais e estaduais. Elegeu 21 deputados federais e 32 deputados estaduais. O deputado federal Celso Russomanno obteve 1,5 milhão de votos e passou a ser o segundo parlamentar mais votado da história política do País
Numa curva de crescimento, elegeu 106 prefeitos e 1624 vereadores, com uma votação de 4.492.893, incluindo a vitória do senador Marcelo Crivella na disputa a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, derrotando o candidato Marcelo Freixo, do PSOL. Sendo essa a primeira vez na qual o partido conquista a prefeitura da capital carioca e de outros municípios que tiveram 2º turno como foi o caso de Caxias do Sul - RS, que elegeu Daniel Guerra como novo prefeito para a gestão 2017-2020, numa disputa que derrotou o candidato Edson Nespolo do PDT, e mais 21 partidos da coligação.
Em 2016, com a crise política no Brasil, o PRB deixa a base aliada do governo e passa a se tornar um partido independente.[carece de fontes]
No processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, os 21 deputados federais votaram pelo afastamento da presidente por reconhecer que ficou caracterizado crime de responsabilidade com as pedaladas fiscais e a abertura de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional.[carece de fontes]
Nas eleições municipais de 2020, o partido elegeu 211 prefeitos e 2601 vereadores incluindo uma vitoria na capital Vitória onde foi eleito Lorenzo Pazolini como o proximo prefeito da cidade nos proximos 4 anos[22], e a segunda eleição que o partido elege uma prefeitura em uma capital, ficando apenas atrás do Rio de Janeiro onde foi eleito Marcelo Crivella na eleição municipal anterior. Entre os principais destaques atuais no partido figura a candidatura do republicano Celso Russomanno para a disputa da prefeitura da maior cidade do País: São Paulo.[23] Russomanno ficou entre os três candidatos mais votados, conquistando a confiança de mais de 1,3 milhões de eleitores. A então candidatura de Russomanno mexeu com as bases da política paulistana, ao tornar a disputa municipal mais acirrada e terminar com a polarização que existia entre PT e PSDB. Diferente das eleições anteriores, até o momento da apuração ninguém sabia quais partidos iriam para o 2º turno.[24]
No Senado Federal, o Republicanos conta com o senador Mecias de Jesus (RR). Na Câmara dos Deputados, integram a bancada os deputados federais Cléber Verde (MA), Márcio Marinho (BA), Celso Russomanno (SP) — o deputado federal mais votado em 2014 em todo o Brasil, com mais de 1,5 milhão votos, Marcos Pereira (SP) – Presidente Nacional do Partido e Vice Presidente da Câmara, Jhonatan de Jesus (RR) – líder do Partido na Câmara, Rosângela Gomes (RJ), Jorge Braz (RJ), Carlos Gomes (RS), Roberto Alves (SP),Vinicius Carvalho (SP), Maria Rosas (SP), Milton Vieira (SP), Silas Câmara (AM), Alberto Cavalcante Neto (AM), Aline Gurgel (AP), João Roma (BA) e João Campos de Araújo (GO). Atualmente o Republicanos faz parte do escopo de partidos alinhados com o Governo Jair Bolsonaro.
OrganizaçãoEditar
Presidentes nacionaisEditar
José Alencar é considerado o "Presidente de Honra" do partido.[25] Essa lista mostrará os presidentes titulares eleitos para o cargo, e não os interinos.[26]
Foto | Nome | Mandato | Observações | |
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Início | Fim | |||
Vitor dos Santos | 16 de dezembro de 2003 | 5 de maio de 2011 |
| |
Marcos Pereira | 9 de maio de 2011 | Incumbente |
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MovimentosEditar
O Republicanos mantém alas de jovens, mulheres e idosos. Estas alas são chamadas de "movimentos" e são coordenadas por seus respectivos secretários (nacional, estadual e municipal).[28][29]
Movimento | Secretário(a) nacional |
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Mulheres Republicanas | Rosângela Gomes |
Jovens Republicanos | Renato Junqueira |
Idosos Republicanos | Ossesio Silva |
Senado Federal do BrasilEditar
Senadores atuais (1) | ||
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UF | Senador(a) e Legislaturas |
Imagem |
Roraima | Mecias de Jesus 56ª e 57ª |
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Observações: Nomes marcados com o símbolo * foram eleitos em 2018 por outros partidos. |
Câmara dos Deputados do BrasilEditar
Deputados federais atuais (-) | |||
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UF | Deputado(a) | UF | Deputado(a) |
AG | Nivaldo Albuquerque*² | ||
AP | Aline Gurgel | ||
AM | Silas Câmara⁶ | ||
BA | Alex Santana | ||
MA | Gil Cutrim | ||
MT | Leonardo Albuquerque |
Desempenho eleitoralEditar
Legislatura | Bancada | % | ± |
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53ª (2007–2011) | 1 / 513 |
0,19 | 1 |
54ª (2011–2015) | 8 / 513 |
1,55 | 7 |
55ª (2015–2019) | 21 / 513 |
4,09 | 13 |
56ª (2019–2023) | 30 / 513 |
5,84 | 9 |
Os números das bancadas representam o início de cada legislatura, desconsiderando, por exemplo, parlamentares que tenham mudado de partido posteriormente.
Eleições estaduaisEditar
Participação e desempenho do PRB nas eleições estaduais de 2018[31] | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Candidatos majoritários eleitos (10 governadores e 15 senadores).
Em negrito estão os candidatos filiados ao PRB durante a eleição.
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Eleições presidenciaisEditar
Ano | Imagem | Candidato(a) a Presidente | Candidato(a) a Vice-Presidente | Coligação | Votos | Posição |
---|---|---|---|---|---|---|
2006 | Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) |
José Alencar
(PRB) |
A Força do Povo | 58.295.042 (60,83%) | 1ª | |
2010 | Dilma Rousseff
(PT) |
Michel Temer
(PMDB) |
Para o Brasil Seguir Mudando | 55.752.529 (56.05%) | 1ª | |
2014 | Dilma Rousseff
(PT) |
Michel Temer
(PMDB) |
Com a Força do Povo | 54.501.118 (51,64%) | 1ª | |
2018 | Geraldo Alckmin
(PSDB) |
Ana Amélia
(PP) |
Para Unir o Brasil | 5 096 349 (4,76%) | 4ª |
ControvérsiasEditar
Interferência política junto à Igreja UniversalEditar
Oficialmente, a Igreja Universal do Reino de Deus nega misturar política e religião, mas ao reportar sobre o aumento de políticos eleitos em 2020 ligados a mesma, o Congresso em Foco entrevistou especialistas que apontaram a influência política que a igreja tem no Brasil ao se associar com o Republicanos. Lívia Reis, pesquisadora do Instituto de Estudos da Religião (Iser) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) disse que "a Universal inaugurou este tipo de política, lá na década de 1980, já na redemocratização… Eles [os candidatos] utilizam tanto a estrutura institucional quanto a estrutura partidária do Republicanos… Esta estratégia de candidaturas da Universal passa necessariamente pelo Republicanos." A cientista política Flávia Babireski, pesquisadora do Laboratório de Partidos e Sistemas Partidários da Universidade Federal do Paraná (LAPeS/UFPR) disse que "A Universal é muito centralizada, uma instituição só no Brasil inteiro – então tem uma estrutura hierárquica muito coordenada, muito bem pensada… Então fazer essa coordenação política paralela é muito fácil. Saber quem é o candidato oficial da Igreja, a Universal sabe."[33]
Referências
- ↑ a b c d e «Executiva Nacional». Republicanos. Consultado em 8 de março de 2021
- ↑ «Partidos políticos registrados». Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Consultado em 7 de novembro de 2015
- ↑ «Russomanno, o católico - Opinião». Estadão
- ↑ «Fazendo Media». Web archive. 24 de fevereiro de 2008
- ↑ «Downloads». Republicanos10
- ↑ «Downloads». Republicanos10
- ↑ «Manifesto e programa». Republicanos 10
- ↑ «O que significa esquerda, direita e centro na política? - Política». Estadão
- ↑ «Direita cresce e engole o centro no Congresso mais fragmentado da história». Congresso em foco. 1 de fevereiro de 2019
- ↑ https://republicanos10.org.br/tag/juventude/
|url=
missing title (ajuda). - ↑ a b «Estatísticas do eleitorado – Eleitores filiados». TSE. Consultado em 20 de maio de 2022
- ↑ «PMR muda nome para PRB». PRB 10 - Partido Republicano Brasileiro. 25 de outubro de 2005. Consultado em 16 de agosto de 2019
- ↑ «PRB passa a se chamar "Republicanos"». Congresso em Foco. 16 de agosto de 2019. Consultado em 25 de outubro de 2019
- ↑ «TSE autoriza mudança do PRB para Republicanos». Poder360. 15 de agosto de 2019. Consultado em 16 de agosto de 2019
- ↑ «PRB passa a se chamar Republicanos». PRB 10 - Partido Republicano Brasileiro. 7 de maio de 2019. Consultado em 16 de agosto de 2019
- ↑ «Caçula entre os partidos, PRB aproxima Lula dos evangélicos - 20/08/2006». Folha de S. Paulo. Consultado em 11 de março de 2021
- ↑ «Presidente do PRB anuncia que bancada votará pelo impeachment». Processo de Impeachment de Dilma. 12 de abril de 2016. Consultado em 11 de março de 2021
|obra=
e|website=
redundantes (ajuda) - ↑ «PRB rompe com Dilma e é primeiro partido a deixar base do governo». R7. 16 de março de 2016. Consultado em 11 de março de 2021
- ↑ «Marcos Pereira diz que PRB continuará apoiando reformas». Exame. 3 de janeiro de 2018. Consultado em 11 de março de 2021
- ↑ «Flávio e Carlos Bolsonaro se filiam a partido ligado à Igreja Universal». noticias.uol.com.br. Consultado em 17 de maio de 2020
- ↑ «Nosso sotaque é nordestino». Partido Republicano Brasileiro. 25 de outubro de 2012
- ↑ «Delegado Pazolini (Republicanos) é eleito prefeito de Vitória». G1. Consultado em 2 de dezembro de 2020
- ↑ «Russomanno mexeu com as bases da política paulistana». Partido Republicano Brasileiro. 25 de outubro de 2012
- ↑ «Com três candidatos empatados, São Paulo deve ter a eleição mais acirrada em 27 anos». Eleições 2012. UOL
- ↑ «José Alencar». Republicanos10. 28 de fevereiro de 2014. Consultado em 11 de março de 2021
- ↑ «Executiva Nacional». Republicanos10. Consultado em 11 de março de 2021
- ↑ «Vitor Paulo renuncia à presidência do PRB». ND+. 5 de maio de 2011. Consultado em 11 de março de 2021
- ↑ «Movimentos republicanos têm nova nomenclatura». Republicanos10. 15 de agosto de 2019. Consultado em 11 de março de 2021
- ↑ «Movimentos». Republicanos10. Consultado em 11 de março de 2021
- ↑ Bancada na Eleição Portal da Câmara dos Deputados. Acedido em 8 de março de 2021.
- ↑ «Repositório de Dados Eleitorais». TSE. Consultado em 11 de março de 2021
- ↑ a b O Povo (8 de agosto de 2018). «Aliança de Camilo vem com mais de 600 candidatos a deputados estaduais e federais no Ceará». Consultado em 8 de março de 2021
- ↑ Mendes, Guilherme (6 de dezembro de 2020). «Republicanos cresce nas eleições de 2020 e aumenta poder da Universal». Congresso em Foco. UOL. Consultado em 10 de dezembro de 2020. Cópia arquivada em 10 de dezembro de 2020