Usuário(a):Georgea Andrade/Testes
Parque Burle Marx
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Localização | Panamby, em São Paulo, no Brasil |
Tipo | Público |
Área | 138 mil m² |
Inauguração | 1995 |
Administração | Fundação Aron Birmann |
O Parque Burle Marx é um parque localizado no distrito de Vila Andrade, na região Sul da cidade de São Paulo, no Brasil. Diferente do Parque do Ibirapuera, o mais conhecido da capital paulista, o Parque Burle Marx tem uma proposta mais contemplativa e não apenas de lazer e diversão, sendo assim, o espaço não proporciona uma área para andar de bicicleta, skate ou jogar bola. Isso se dá a sua importante função de preservar um trecho do que restou da Mata Atlântica paulista, assim como o Parque do Carmo e o Parque Anhanguera. Foi inaugurado em 1995 depois do arquiteto e paisagista Roberto Burle Marx finalizar seu projeto artístico para incorporar os jardins de uma casa, datada da década de 50 e que nunca chegou a ser concluída, para serem aproveitados pelo futuro parque.
Com uma área aproximada de 138 mil metros quadrados, o parque conta com áreas de trilha (sendo três de diferentes tamanhos e dificuldades), o Bosque das Jabuticabeiras, a Região dos Lagos, um grande gramado central, playground, horta comunitária, estação de compostagem, espaço para piquenique e eventos, e algumas construções importantes para a história e arquitetura nacional, como: a Casas de Taipa e Pilão, utilizada pelo “Ciclo Bandeirista” e o Jardim Burle Marx – que é uma das principais atrações- .
O parque é classificado como um parque municipal público[1], mas que conta com a administração da Fundação Aron Birmann – uma organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que não visa fins lucrativos – que teve o “direito” de gerenciar o parque depois de firmar um convênio com a Prefeitura Municipal de São Paulo. Atualmente, a administração privada da Fundação mantém o parque a partir de recursos provenientes de eventos, venda de produtos, direito de imagem, estacionamento, projetos e doações.
História
O Parque do Burle Marx foi construído no terreno da antiga propriedade rural denominada Chácara Tangará – que contempla todo o bairro do Panamby -, que pertenceu ao empresário ítalo-brasileiro Francisco Matarazzo Pignatari, também conhecido por Baby Pignatari. Na década de 40, Baby Pignatari decidiu construir uma mansão para morar [2]com a princesa austríaca Ira Von Furstemberg, com quem iria se casar. Para esse feito, o empresário contratou o renomado arquiteto Oscar Niemeyer para projetar a casa e o também renomado arquiteto-paisagista Roberto Burle Marx para colocar em prática as ideias parar os jardins da enorme residência.
A ideia de Baby era construir a maior casa de todo o Morumbi, entretanto, o casamento dele com a princesa acabou antes da própria obra e apenas o jardim foi finalizado. O fim do relacionamento fez com que a área ficasse abandonada por muitos anos até que no final dos anos 80 acabou sendo leiloado e vendido para a Lubeca S/A Empreendimentos. Nesse período, a região já estava vivendo o início da expansão imobiliária[3] e a ideia da empresa, que atualmente se chama Panamby Empreendimentos Imobiliários, era construir um hotel e prédios comerciais. Entretanto, a empresa foi barrada de realizar o projeto depois de uma série de conflitos com ambientalistas, que afirmavam que a área se tratava de uma zona de proteção ambiental – já que é um dos poucos lugares em São Paulo que ainda há Mata Atlântica remanescente.
A presença de uma extensa área de mata preservada e os vestígios do trabalho paisagístico de Roberto Burle Marx fizeram com que, após o pedido de entidades e ambientalistas, fosse doado à prefeitura 29% do território da antiga Chácara Tangará para a criação do Parque Burle Marx. Com a implantação do Parque no bairro, apareceu a oportunidade de o Jardim Burle Marx ser restaurado, após quase 40 anos esquecido, e o escritório contratado para tal foi o do próprio arquiteto, este que acompanhou de perto todo o trabalho realizado em 1992. Apesar da sua contribuição, o arquiteto-paisagista não chegou a ver a inauguração do parque realizada em 1995, já que acabou falecendo em junho de 1994.
Assim que o parque foi criado, a Prefeitura do Município de São Paulo resolveu testar uma forma de gerenciamento pioneira no país[4]. Ao invés de investir o dinheiro público para manter a área, ficou decidido que o gerenciamento do parque seria entregue para a iniciativa privada. Dessa forma, ficou combinado, através de um convênio, que a Fundação Aron Birmann se comprometeria com a administração do Parque Burle Marx, sem perder todas as vantagens de um parque público.
O conjunto arquitetônico
editarJardim Burle Marx
editarCom aproximadamente 4 mil metros quadrados, o Jardim Burle Marx, projetado e executado pelo arquiteto Roberto Burle Marx, é formado por um conjunto de 15 palmeiras imperiais, plantadas lado a lado por toda a extensão do jardim; um gramado de aproximadamente 700 metros, conhecido por Gramado Xadrez, devido a utilização de duas espécies de grama (a esmeralda e a Santo Agostinho Variegata) que dão a ideia de que estamos olhando para um tabuleiro de xadrez; a área do pergolado, que fica atrás do Gramado Xadrez; o Espelho d’água e seu conjunto de fontes; dois painéis de concreto esculpidos alto relevo e a área das árvores Pau-Ferro. [5]
O espaço, instalado em 1950 e restaurado em 1991, é considerado como um patrimônio histórico-cultural de grande importância para a cidade de São Paulo, por ser uma obra do mais renomado paisagista brasileiro e também por ser um belo exemplo de valorização e conservação de bens culturais urbanos.
Casa de Taipa e Pilão
editarA Casa de Taipa e Pilão é outro atrativo histórico do parque. Datada do século XIX, a casa foi construída através de um processo de edificação milenar trazida pelos portugueses durante a colonização. A casa tem uma grande importância histórica cultural por retratar uma fase da história nacional conhecida por “Ciclo Bandeirista” e também por ter sido habitada durante um período pelo próprio Baby Pignatari.[6]
Significado histórico e cultural
editarProcesso de Tombamento
editarO parque Burle Marx teve seu tombamento concretizado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da cidade de São Paulo (CONPRESP) no dia 16 de dezembro de 1992[7]. Apesar da área denominada Chácara Tangará ter aproximadamente 715 000 metros quadrados, ficou acertado pela resolução número 48/92 que ficariam tombadas apenas as áreas do jardim projetado por Roberto Burle Marx e duas manchas de mata nativa da Mata Atlântica paulista que se encontram em melhor estado de conservação.[8]
A ideia de tombar o parque veio à tona depois do terreno conhecido por Chácara Tangará ser comprado pela Lubeca S/A Empreendimentos. A ideia da empresa era urbanizar a área, conhecida por ser muito arborizada, construindo prédios comerciais e um hotel. Não demorou muito para que o projeto fosse criticado por ambientalistas e entidades de preservação, criando uma série de conflitos e dificultando o andamento da construção. Depois de muita negociação com a prefeitura, o plano da empresa foi deixado de lado e iniciado o posicionamento do CONDEPHAT para tombar o bem histórico-cultural.
Estado atual
Preservação
editarAtualmente o parque está bem conservado e chegou a ser eleito por um estudo realizado pelo Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), em 2009, como o melhor parque da cidade, deixando em segundo lugar o Parque do Ibirapuera e o Parque da Juventude. O sindicato utilizou para avaliação as condições de manutenção e conservação de cada parque considerando 8 itens: vegetação, acessibilidade, playgrounds, quadras esportivas e pistas esportivas, equipamentos de ginástica, banheiros e bebedouros.[9]
Fauna e Flora
editarCom uma área de aproximadamente 138 mil metros quadrados, é possível encontrar no Parque Burle Marx uma rica biodiversidade descendente do trabalho de preservação da Mata Atlântica paulista. Dessa forma, o parque é um recanto para mais de 90 espécie de animais silvestres, como: o gambá-de-orelha-preta, o lagarto teiú, o martim-pescador-grande e o pavão-do-mato (também conhecido como pavó), que está na lista dos animais que estão em risco de extinção.[10] Além da área da mata, a flora do parque se compõe por áreas ajardinadas, que vão desde o plantio de palmeiras imperiais até abacateiros e pau-brasil, e pelo reflorestamento de eucaliptos.
Atividades
editarAtualmente o parque conta com alguns projetos e iniciativas para atrair o público, o mais conhecido é a Feira Orgânica no Parque, que funciona todos os sábados das 7h às 13h. A feira, inaugurada em outubro de 2011, foi a primeira da cidade a vender apenas produtos orgânicos. Além da feira, o parque, recentemente, abriu espaço para que a última moda quando o assunto é comida de rua: os Food Trucks. Os carrinhos de comida ficam no parque todos os sábados e domingos, inclusive feriados, das 10h às 18 horas. Além disso, estão disponíveis atividades gratuitas que vão desde aulas de Tai Chi Chuan e Yam Yoga até Crossfit e Técnicas de Aquarela.[11]
Localização e Funcionamento
O Parque Burle Marx localiza-se no bairro do Panamby, Zona Sul da cidade de São Paulo, Brasil. O parque tem apenas duas entradas, uma principal – localizada na Av. Dona Helena Pereira de Moraes, destinada a pedestres - e outra próxima a saída da Marginal Pinheiros para o Panamby, esta é conectada com o estacionamento do local.
Ambas as entradas ficam abertas todos os dias das 7h da manhã até as 7h da noite e a entrada para o parque é gratuita. O estacionamento do espaço é conveniado e sai em um valor de R$12,00 de segunda à sexta e R$14,00 aos sábados, domingos e feriados. O dinheiro arrecadado no estacionamento é 100% revertido para a manutenção do parque.
Galeria
editarReferências
- ↑ «PARQUE BURLE MARX». Cartilha sobre o Parque Burle Marx
- ↑ JARETA, GABRIEL (24 de janeiro de 2016). «Parque Burle Marques, na Vila Andrade, surgiu de um romance malsucedido». Folha de São Paulo
- ↑ «Histórico do Parque». Site Oficial Parque Burle Marx
- ↑ «Histórico do Parque». Site Oficial Parque Burle Marx
- ↑ «Jardim Burle Marx». Site Oficial Parque Burle Marx
- ↑ Pimenta, Caio. «Casa de Taipa e Pilão». Parque Burle Marx. Cidade de São Paulo
- ↑ «Processo de Tombamento da Chácara Tangará» (PDF). Resolução no. 48/92. Prefeitura do Município de São Paulo
- ↑ «Bem Tombado - Chácara Tangará». Bem Tombado - Chácara Tangará. Secretaria da Cultura
- ↑ Albuquerque, Flávia (22 de janeiro de 2009). «Parque Burle Marx é considerado o melhor da cidade de São Paulo». Estudo aponta parque Burle Marx como o melhor da cidade de São Paulo. EBC
- ↑ «Listagem de Fauna do Parque Burle Marx» (PDF). Listagem de Fauna do Parque Burle Marx. Site Oficial Parque Burle Marx
- ↑ «Atividades no Parque Burle Marx». Atividades Gratuitas. Site Oficial Parque Burle Marx