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Museu Histórico do Instituto Butantan | |
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Entrada do museu junto ao jardim | |
Informações gerais | |
Inauguração | 1981 (42–43 anos) |
Diretor | Adriana Almeida |
Website | http://www.butantan.gov.br |
Área | 280 m² |
Geografia | |
País | Brasil |
Cidade | São Paulo |
O Museu Histórico do Instituto Butantan é um dos museus encontrados no parque do Instituto Butantan em São Paulo. Junto com ele pode-se encontrar, também, o Museu Biológico e o Museu de Microbiologia. Este Museu, que foi criado em 1981, é a reconstrução do local do primeiro laboratório de Vital Brazil, médico e criador do instituto, onde produziu soros contra o surto da peste bubônica. Diante desse fato, seu objetivo é resgatar a história da pesquisa na área de saúde no Brasil, apresentando diversos objetos antigos, como centrifugas, microscópios e fotos das antigas instalações.[1]
Histórico
editarInstituto Butantan
editarEm 1899, a peste bubônica se alastrava pela cidade de Santos. Com a doença se espalhando pela população, começaram as dificuldades de importação de soros e vacinas para seu tratamento e prevenção. Assim, surgiu a necessidade de criar uma instituição para combate de doenças epidêmicas na região de São Paulo.
Com a nova necessidade, Emílio Ribas, diretor do Serviço Sanitário do Estado, tomou as primeiras providências, indicou Vital Brazil Mineiro da Campanha para a direção do novo instituto. Juntou uma equipe formada por Oswaldo Cruz, Adolpho Lutz e Pereira de Queiroz, e, assim, decidiram que a mais nova instituição seria situada na Fazenda Butantan numa antiga cocheira[2] em São Paulo capital por localizar-se cerca de 9 km do centro. A organização do local ficou para Adolpho Lutz, enquanto Vital Brazil começou os trabalhos no laboratório.[3]
Só em 23 de fevereiro de 1901 o presidente Rodrigues Alvez tornou o laboratório independente[2] e virou Instituto Serumtherápico do Estado de São Paulo.[4] Tendo isso em vista, Vital Brazil estabeleceu-se como o diretor do local e Abdon Petit Guimarães Carneiro como seu ajudante. E, embora o estabelecimento não tendo as condições adequadas, a produção de soros se manteve.[5]Todas as instalações já pertencentes a fazenda foram mantidas, e adaptadas para os cientistas, que em 11 de junho de 1901 entregaram ao público os primeiros soros antipestosos.[6][7]
Reconstrução
editarO Instituto Butantan, teve seu 80° aniversário no ano de 1981, e para comemoração de sua trajetória, planejaram a reconstrução do primeiro laboratório utilizado por Vital Brazil e seus colegas, e a transformação do mesmo no Museu Histórico do Instituto Butantan.[8]
Em 1901, ano de criação do instituto, Vital Brazil começou a estruturar um espaço para que pudesse produzir a vacina e os soros contra a peste bubônica, porém as instalações eram precárias mandou construir uma "cocheira-enfermaria" para abrigar os cavalos, um alpendre para a sangria de cavalos imunizados e um pavilhão para acondicionamento e distribuição dos soros.[9] [10]E graças aos registros fotográficos da época e relatos de antigos funcionários, o Instituto Serumterápico do Estado de São Paulo pôde ser restaurado e inaugurado em 1981 como Museu Histórico do Instituto Butantan.
Atualmente o espaço reproduz o ambiente do laboratório original e abriga equipamentos de laboratório antigos, é dirigido por Adriana Almeida [11] e faz parte dos três museus do Instituto Butantan.
Acervo
editarO museu conta com um pequeno acervo, resultado de diversas pesquisas e buscas pelo próprio instituto. Incluem-se materiais de laboratório, como tubos de ensaio, microscópios óticos, micrótomo, ovoscópio, ampolas de soros, embalagens de soros e vacinas e béqueres; móveis antigos, como escrivaninhas e bancadas; pertences importantes de escritório, como calculadora, maquina de escrever, uma prensa e balanças precisas; materias utilizados na produção dos soros, como tubos de sangria, centrífuga, dois quimógrafos, microscópio eletrônico e destilador; antigos soros e remédios produzidos pelo instituto, que vão do período de 1908 até os anos 2000; e também, algumas peças de antigas exposições ali sediadas, como a ampliação de um cranio de cobra. [12][13]
Além disso, parte do acervo conta com objetos transferidos do Instituto Butantan e com objetos de antigas exposições que foram feitas no Museu Biológico. Parte deles são materiais de laboratórios de pesquisas, da própria produção de soros e vacinas e, também, de escritórios. Alguns deles são incompletos, faltando peças.[13]
Destilador
editarO destilador encontrado no museu tem aproximadamente 1,70 metros de altura, e foi utilizado no inicio da produção dos soros e vacinas pelo Instituto Butantan. Este foi utilizado durante muitos anos para filtração da água que seria utilizada na própria produção dos soros, que tinha a necessidade de ser extremamente pura, para que não prejudicasse a ninguém.[13]
Tubos de Sangria
editarOs tubos de sangria expostos eram uma importante etapa na produção dos soros pelo Instituto. O processo de produção do soro começava com a retirada do veneno produzido pela cobra, e a aplicação do mesmo em um cavalo, o qual ficava na antiga cocheira do museu, para criar anticorpos que serviriam para a produção de soros para humanos. Para a retirada dos anticorpos produzidos, os cientistas promoviam a sangria do cavalo, e este sangue ia para os chamados tubos de sangria, para que pudessem ser centrifugados, separando o sangue dos anticorpos e este depois ser transformado em soros, através de inúmeros processos físicos e químicos.[14]
Equipamentos de Laboratório
editarOs equipamentos de laboratório que fazem parte do museu foram todos utilizados por Vital Brazil no início do Instituto para a produção de soros e vacinas. Dentre os itens encontrados, há diferentes bal anças, para a medição precisa de materiais utilizados; o enorme e antigo microscópio eletrônico, com aproximadamente 1,60 de altura, teve grande importância para o laboratório, comprado em 1952 pelo Instituto e utilizado por 30 anos, promoveu uma melhor precisão nos organismos analisados;[15] e também uma antiga máquina de escrever e calculadora.[13]
Arquitetura
editarA arquitetura do local se constitui pela reconstrução da original cocheira, adaptada para ser um laboratório, através de relatos feitos por funcionários e as poucas fotos da época. Portanto, ela possui uma estrutura simples, e é dividida em duas salas:[16] a primeira, no início da sala, apresenta objetos nas localidades das antigas baias dos cavalos - que eram usados para fazer a sangria-, mais para o centro da sala as baias foram retiradas e, assim, outros objetos assumiram o espaço sobre o piso e em armários. Sua estrutura toda é constituída por tijolos e, além disso, o piso é o mesmo do original de uma cocheira de cavalos, contendo duas valas no centro por onde líquidos e dejetos escorriam para fora do ambiente; a segunda sala era utilizada como laboratório e escritório, tendo isso em vista, o local é um pouco menos simples, apresentando um chão plano e de cimento queimado.[13]
Tendo isso em vista, a instalação em sua totalidade é simples e situa-se ao lado da Praça Vital Brazil ou Praça Fragmentos e Sentimentos e reproduz a antiga construção condizendo com a história daquela Instituição, apesar de terem considerado algumas falhas.[13]
Jardim
editarO jardim situado ao lado do museu era conhecido de Praça Vital Brazil, com bancos, bebedouro, e diferentes vegetações, tem seu principal diferencial no mosaico de 98 m² apresentado, com uma temática correspondente ao Instituto.[17]
A artista gaúcha Cláudia Sperb, no período de 2008 e 2009, coordenou um grupo de 174 voluntários (entre eles, crianças e leigos) na montagem desse mosaico [18], em que foram usados pedaços de cerâmica em 22 cores [19]. Seguindo a temática do museu, fizeram figuras de serpentes, aranhas, lagartos, entre outros animais no chão e nas paredes da praça.[18]
No final, a obra foi inaugurada no aniversário de 107 anos de fundação do Instituto Butantan[19] e passou a se chamar Praça Fragmentos e Sentimentos. Ela resultou em 3 toneladas de mosaicos que homenagearam os ofídios estudados desde o laboratório inicial na localização do museu.[18]
Curiosidades
editarExiste apenas uma fotografia que foi descoberta como o local do laboratório.[13]
A entrada original era pela chamada "segunda sala", que seria o laboratório, porém, atualmente a entrada está sendo feita pela antiga cocheira, já que é voltada para a rua.[13]
Galeria
editar-
Vista da entrada do Museu Histórico do Instituto Butantan.
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Vista da saida do Museu Histórico do Instituto Butantan.
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Vista da entrada da segunda sala do Museu Histórico do Instituto Butantan.
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Quimógrafo, parte do acervo do Museu Histórico do Instituto Butantan.
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Parede de tijolos, parte do acervo do Museu Histórico do Instituto Butantan.
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Escrivaninha e telefone, partes do acervo do Museu Histórico do Instituto Butantan.
Referências
editar- ↑ «Museu Histórico do Instituto Butantan | Da Redação | VEJA SÃO PAULO». VEJA SÃO PAULO. 21 de outubro de 2013
- ↑ a b Sápiras, Agnes (2007). «Aprendizagem em Museus: uma análise das visitas escolares no Museu Biológico do Instituto Butantan» (PDF). Universidade de São Paulo. Consultado em 31 de maio de 2017
- ↑ Cláudio, Bertolli Filho,. «Cultura institucional e história: o Instituto Butantan». Cadernos de História da Ciência. 1 (1). ISSN 1809-7634
- ↑ Nelson, Ibañez,; Hui, Wen, Fan; G, Fernandes, Suzana C. «Instituto Butantan: história institucional. Desenho metodológico para uma periodização preliminar». Cadernos de História da Ciência. 1 (1). ISSN 1809-7634
- ↑ Dias, Carlos Eduardo Sampaio Burgos. «As relações Brasil-França na criação do Instituto Butantan». Saúde Portal de Revistas. Consultado em 31 de maio de 2017
- ↑ Machado, Jesus Carlos. «1981. Ano do 80.° aniversário do Instituto Butantan»
- ↑ Oliveira, Jandira Lopes de. «CRONOLOGIA DO INSTITUTO BUTANTAN (1888-1981) - PRIMEIRA PARTE: 1888- 1945» (PDF)
- ↑ Canter, Henrique Moisés. «Museu Histórico origem e memória»
- ↑ Gaspar, Alberto. «Museus e Centros de Ciências - Conceituação e Proposta de um Referencial Teórico» (PDF)
- ↑ «Instituto Serumterápico do Estado de São Paulo». Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil. Consultado em 12 de junho de 2017
- ↑ «Exposição no Instituto Butantan proporciona um passeio muito maior que só cobras». Metro Jornal
- ↑ Instituto Butantan | Conhecendo Museus | TV Brasil | Educação, consultado em 7 de junho de 2017
- ↑ a b c d e f g h Mortara, Adriana (Setembro de 2014). «Ação educativa do Museu Histórico do Instituto Butantan: reflexões sobre os últimos três anos». Museologia & Interdisciplinaridade. Consultado em 12 de junho de 2017
- ↑ SCALAMANDRE, Patricia S. B. «Avaliação bioquímica clínica de equinos soroprodutores da Fazenda São Joaquim do Instituto Butantan, submetidos a alimentação com concentrado comercial ou hiperproteico.»
- ↑ Instituto Butantan | Conhecendo Museus | TV Brasil | Educação, consultado em 7 de junho de 2017
- ↑ Cláudio, Bertolli Filho,. «Cultura institucional e história: o Instituto Butantan». Cadernos de História da Ciência. 1 (1). ISSN 1809-7634
- ↑ «Folha de S.Paulo - Butantan faz 107 anos e comemora com mosaico e R$ 32 mi em investimentos - 23/02/2008». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 7 de junho de 2017
- ↑ a b c «A casa das serpentes que expelem flores». Verde Perto Lugares. 4 de dezembro de 2012. Consultado em 11 de junho de 2017
- ↑ a b «Não é só de cobras que vive o Butantan - Guia da Semana». Guia da Semana (em inglês)