Usuário(a):Vitor Brown/Testes
Vitor Brown/Testes | |
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Praça Ramos de Azevedo, com o Theatro Municipal ao fundo | |
Inauguração | 1928 |
Subprefeitura(s) | Sé |
Bairro(s) | Sé |
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A Praça Ramos de Azevedo é um logradouro situado no bairro da República, no Centro do município de São Paulo, no Brasil.
A praça se localiza em frente ao Teatro Municipal de São Paulo, sob o Viaduto do Chá, ao lado do Prédio Alexandre Mackenzie e compõe, com tais espaços, um conhecido cartão-postal da cidade.
Histórico
editarA Praça Ramos de Azevedo teve sua inauguração em 1928. A abertura ocorreu 17 anos após a inauguração do Teatro Municipal de São Paulo.
O desenho da praça
editarA Praça Ramos de Azevedo fica no terreno onde antes estavam terrenos da Chácara do Chá, pertencentes ao Barão de Itapetininga, José Joaquim dos Santos Silva, que realizava na região o cultivo de chá. O espaço começou a ser recortado, até a sua transformação em praça, a partir de 1855, com a abertura da Rua Formosa. No dia 21 de abril de 1863, a desapropriação de outros lotes foi autorizada pela Câmara Municipal de São Paulo, que decidiu reservar o local para a abertura das ruas Coronel Xavier de Toledo, Conselheiro Crispiniano, Barão de Itapetininga e 24 de maio. Estas vias foram oficialmente entregues entre 1875 e 1876. Em 6 de novembro de 1892, foi inaugurado o Viaduto do Chá, o primeiro da cidade de São Paulo, que passa sobre a praça. [1]
A partir de 1895, gestores da prefeitura passaram a discutir a possibilidade de construção de um grande Teatro na capital paulista. O local, então conhecido como “Encosta do Morro do Chá” (que viria a se transformar na Praça Ramos de Azevedo somente em 1928) foi o escolhido. Em 1903, a Prefeitura entrou em acordo com o Governo Estadual, que transferiu para o município o citado terreno.[1]
A construção do Theatro Municipal de São Paulo
editarAs obras para a construção do Theatro Municipal foram iniciadas em 16 de junho de 1903. O trabalho foi projetado pelos arquitetos italianos Domiziano Rossi e Cláudio Rossi (apesar da coincidência, ambos não são irmãos), que prestavam serviços para o escritório do arquiteto brasileiro Francisco de Paula Ramos de Azevedo, conhecido como Ramos de Azevedo. O erguimento foi concluído após 8 anos, em 11 de outubro de 1911, com a inauguração oficial do Theatro Municipal de São Paulo. [2] Antes da chegada do prédio, a região abrigava cortiços, demolidos com a famosa edificação. A partir daí, a praça onde está situado o empreendimento passou a ser conhecida como Esplanada do Theatro. Em frente ao Theatro Municipal, desde 1907, já funcionava o Teatro São José, que acabou sendo demolido em 1924. Além destes, mais duas casas de espetáculos estavam instaladas no lado oeste do Anhangabaú. Para aprimorar as condições de acesso à região, técnicos da prefeitura decidiram realizar obras na região frontal ao Theatro. O projeto escolhido foi o de Joseph Antoine Bouvard, que previa a construção de uma área ajardinada que iria da Rua Líbero Badaró à Conselheiro Crispiniano e incluía a área em torno do Teatro. O nome do espaço só foi alterado para Praça Ramos de Azevedo em 1928, ano da morte do arquiteto, como homenagem ao responsável pelo Theatro Municipal, o principal monumento construído no local.
Após o ajardinamento da encosta do Morro do Chá, depois denominada Praça Ramos de Azevedo, o local, com alamedas curvas e tratamento paisagístico requintado, constituiu-se numa espécie de antessala para o Theatro, em uma ambientação que valorizava um dos mais importante espaços artísticos da cidade. [2]
Arquitetura e características arquitetônicas
editarEm 1922, a comunidade italiana residente em São Paulo inaugurou na praça, em frente ao Theatro Municipal, um conjunto de esculturas, em homenagem ao compositor brasileiro de óperas, Carlos Gomes. A entrega das peças fazia parte das comemorações do centenário da Independência do Brasil. O “Monumento a Carlos Gomes”, como ficou conhecido, de autoria do escultor italiano Luigi Brizzolara, foi colocado na fonte que já existia no local, desde a inauguração do Theatro Municipal, em 1911. As 12 obras, feitas em mármore, bronze e granito e executadas na Itália, pela oficina Camiani e Guastini Fonderia Artística in Bronzo, representam a música, a poesia, além de alguns dos principais personagens das canções do artista.[1]
No alto, em bronze, por exemplo, estão alegorias à Música e à Poesia, esculpidas em mármore Carrara. Abaixo, pode ser observado um grupo escultórico denominado “Glória” e formado pela figura feminina da República, sobre uma esfera com a inscrição “Ordem e Progresso”, conduzida por um grupo de três cavalos alados. Há ainda a escultura Condor, que retrata uma figura masculina inclinada sobre o corrimão da escada que dá acesso ao Vale do Anhangabaú e é inspirada no personagem principal da ópera de mesmo nome. Segundo a tradição, dá sorte tocar no dedo médio da mão esquerda da escultura, por esse motivo há um desgaste mais acentuado nessa área.[3]
Em 1957, o conjunto passou a ser conhecido também como Fonte dos Desejos.
Significado Histórico e Cultural
editarA praça, embora não mais tenha a ambiência original, como parte do grande parque que um dia o Vale do Anhangabaú foi, ainda forma com este um espaço livre e amplo e ainda constitui a esplanada do Theatro Municipal. Por outro lado, é favorecida por uma moldura excepcional formada pelo expressivo conjunto arquitetônico que o envolve: além do teatro, o Viaduto do Chá, os prédios do antigo Mappin, o Alexandre Mackenzie, o antigo Hotel Esplanada e, seu vizinho, o CBI-Esplanada. [4]
"A praça ainda mantém sua função de esplanada do Theatro Municipal, uma vez que sua composição paisagística se dá em consonância com as linhas arquitetônicas do edifício: ambos constituem um conjunto urbanístico indissociável que se estende suave e sinuosamente rumo ao Parque Anhangabaú. A Praça foi tombada como patrimônio histórico pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo - CONPRESP, em 1986, no uso de suas atribuições legais e nos termos da Lei 10.032/85, com as alterações introduzidas pela Lei 10.236/86.[5] A decisão foi tomada a partir do significado paisagístico e ambiental assumido pelo Vale do Anhangabaú ao longo da história da cidade de São Paulo e considerando-se o valor histórico-arquitetônico, ambiental e afetivo de diversos imóveis localizados na área do Vale do Anhangabaú e vizinhanças. A Praça Ramos de Azevedo é classificada como “bem de excepcional interesse histórico, arquitetônico ou paisagístico” . O tombamento determina sua preservação integral, a preservação de suas características externas e de alguns elementos internos e a preservação de suas características externas.[3]
Estado Atual
editarOs monumentos da Praça Ramos de Azevedo estão pichados e sofrem com a deterioração. Muitas das esculturas foram danificadas por vândalos, que espalharam tintas nas peças, e com isso, perderam as texturas originais. O local, que fica a poucos metros da sede da prefeitura de São Paulo, sofre com o abandono. O grupo de obras em homenagem a Carlos Gomes é usado como abrigo por moradores de rua e transeuntes que circulam pela região reclamam do forte cheiro de urina. Usuários de drogas rodeiam a praça e consomem entorpecentes no local. Os postes de iluminação e as placas de sinalização da praça também foram alvo de atos de vandalismo. Além das pichações, as estruturas possuem adesivos colados e outras marcas de depredação.[6]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c «SP Turis - Praça Ramos de Azevedo». Monumentos. 28 de março de 2014
- ↑ a b «Guia de Bens Culturais da Cidade de São Paulo». files.numec.prp.usp.br. 2 de dezembro de 2012. Consultado em 16 de novembro de 2016
- ↑ a b «Resolução nº 37/92 - CONPRESP» (PDF)
- ↑ «Praça Ramos de Azevedo - lugares - Estadao.com.br - Acervo». Estadão - Acervo
- ↑ «Resolução nº 37/92 - COMPRESP» (PDF)
- ↑ Paulo, Metro Jornal São (25 de outubro de 2016). «Sujeira, pichação e insegurança cercam a praça Ramos em São Paulo». Metro Jornal