Usuário(a):Jessica Cipriano/Testes

Palácio dos Campos Elísios
Jessica Cipriano/Testes
Nomes anteriores Palacete Elias Chaves
Tipo Palácio
Arquiteto Matheus Häusler
Início da construção 1890
Fim da construção 1899
Proprietário atual Governo do Estado de São Paulo

O Palácio dos Campos Elísios (antigo "Palacete Elias Chaves"), situado na Avenida Rio Branco, zona central de São Paulo, foi projetado pelo arquiteto alemão Matheus Häusler, iniciado em 1890 e finalizado em 1899 para ser a residência do cafeicultor e político Elias Antônio Pacheco e Chaves.[1]

O imóvel dividido em quatro pisos e 4 000 metros quadrados foi inspirado no Castelo de Écouen, na França. Sua construção utilizou inovações tecnológicas trazidas da Europa e a maioria dos materiais que o compõem foram importados: espelhos de Veneza, maçanetas de porcelana de Sévres, terracotas da Itália, fechaduras e dobradiças dos Estados Unidos.

Detalhes da Edificação

O palacete foi denominado "Palácio dos Campos Elísios" em 1915, quando tornou-se a sede do Governo e a residência oficial do governador do Estado de São Paulo. Foi quando os gradis que circundavam o prédio deram lugar a muros altos, que escondem o prédio dos pedestres.

Em 1965, devido a incêndio ocorrido, tanto a sede do governo, como a residência do governador, transferiram-se para o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi. Desde então o palacete passou por restaurações. A restauração da parte externa teve início em março de 2008 e foi concluída em 2010.[2]

O palácio foi tombado no ano de 1977 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT).

História editar

No fim do século XIX, o cafeicultor Elias Antônio Pacheco e Chaves encomendou a construção de um Palacete para ser sua residência na então região dos Campos Elísios, bairro que se tornava, na época, a fronteira da elite paulistana. O nome Campos Elísios faz referência ao bairro parisiense Champs-Élysées. De 1890 a 1899, a construção do Palacete foi projetada pelo mestre de obras e arquiteto Matheus Häusler, que também trabalhou na construção do Viaduto do Chá.[3]

 
Cruazamento Ruas Glete e Avenida Rio Branco

Elias Pacheco Chaves foi um dos homens que mais ostentou o luxo na cidade de São Paulo. Em 1903, o cafeicultor faleceu e deixou o então Palacete que levava seu nome com a viúva e os filhos, que residiram lá até 1911, ano em que foi vendido ao Estado. Assim que foi adquirido pelo Estado, a construção residência de Elias Chaves passou a ser chamado de Palácio dos Campos Elísios.[4] A partir de 1912, o Palácio começou a servir de residência para as figuras políticas do mais alto escalão. O primeiro a morar no local foi o Presidente-Conselheiro Rodrigues Alves. Até o ano de 1924, no governo de Carlos de Campos, todos os governadores do Estado residiram no Palácio. Na Revolução de 1924, os revolucionários ocuparam a residência do governo por cerca de vinte dias. Em 1930, a vitória do movimento desalojou o Júlio Prestes e Heitor Penteado, líderes do governo na época. [5]

Passaram pelo Palácio dos Campos Elísios nomes como Washington Luis, Jânio Quadros e Ademar de Barros. A residência dos líderes políticos foi cenário principal de vários movimentos e momentos que marcaram a história da comunidade paulistana.[6]

Na década de 1960, a mudança da residência dos políticos para o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, resultou no abandono do Palácio dos Campos Elísios que passou a abrigar algumas secretárias estaduais. No mesmo período, o Governo especulava demolir a construção, mas órgãos como o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e o Instituto Histórico e Geográfico Guarujá-Bertioga, solicitaram a preservação do Palácio. No entanto, um incêndio acidental no telhado da construção, em 1967, destruiu grande parte do que era o símbolo da política paulistana. [7]

Depois do incêndio, algumas reformas foram feitas para reconstruir o Palácio que, a partir de então, passou a ter pouca utilidade. Serviu por um tempo para abrigar secretárias do Estado de São Paulo. Na década de 1970, a construção foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT). [8]

Incêndio editar

No dia 17 de Outubro de 1967 um incêndio atingiu o Palácio que ainda abrigava o então governador Abreu Sodré e a família. O fogo no telhado destruiu grande parte da construção. A então primeira-dama, Maria Sodré ficou responsável por salvar algumas obras de arte que decoravam o Palácio. Depois do incidente, houve algumas reformas para reconstrução de parte da construção destruída. [7]

Arquitetura editar

 
Detalhes da arquitetura externa

Projeto do arquiteto alemão Matheus Häusler, a construção de 4.000 metros quadrados foi inspirada na arquitetura do Castelo d'Écouen, na França e decorada pelo italiano Cláudio Rossi. Dividido em quatro andares, o edifício era composto por um porão, térreo, o primeiro andar e por fim, um sótão.[9] O Palácio foi construído sob uma nova arquitetura de paredes, feitas de tijolos. Madeira também foi um material bastante usado nos telhados e nas escadas no interior do Palácio. Grande parte dos materiais para a obra foram importados de regiões da Europa como Itália e França e também dos Estados Unidos. Cristais de Veneza, porcelana de Sèvres e ferragens em bronze dos Estados Unidos são alguns dos materiais importados. Foram usadas também, marcenaria e serralheria brasileiras. [10]

Significado Histórico e Cultural editar

O Palácio dos Campos Elísios foi protagonista de momentos importantes para história paulistana e brasileira como a Revolução de 1924 e a de 1932, passou pelo inconstante período político da Era Vargas e Estado Novo, além de acomodar de 1912 até a década de 1960, as figuras políticas mais importantes da cidade de São Paulo.[11] Em 1970, foi dado início aos pedidos e processo de tombamento da construção, que havia acabado de ter parte destruída por um incêndio. Em janeiro de 1970, uma carta da Secretária de Cultura, Esportes e Turismo solicitava ao Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT) o tombamento do Palácio dos Campos Elísios.[12]

 
Palácio em reforma

Tombamento editar

Na ocasião, um acordo com a Secretária Executiva deveria ser estabelecido, uma vez que havia uma comissão estudando o destino do Palácio que estava em processo de restauração. O CONDEPHAAT intermediou cartas com Secretários Executivos nas quais o órgão alegava ser desnecessário aguardar até o término dos estudos já que era concreto que o Palácio ficaria por abrigar algumas secretárias. Em 1973, em negociação com o CONDEPHAAT, o Conselho Deliberativo decidiu por aguardar os resultados dos estudos feitos pelo Grupo Executivo de Cultura (GEOCEC). Em 06 de dezembro de 1976, foi concluído que o Palácio seria legalmente tombado como monumento histórico e arquitetônico. O Conselho Deliberativo decidiu, em ata, nos termos do consenso do Colegiado, pelo tombamento do Palácio dos Campos Elísios como tombamento que foi concluído no começo de 1977. [13]

Situação Atual editar

 
Detalhes da Fachada atual da construção

No ano de 2004, o Governo do estado de São Paulo anunciou um projeto que restauraria o Palácio para que se tornasse um Centro Cultural contendo parte da história da cidade. No entanto, o projeto foi adiado por falta de verbas. [14]

Em 2008, o governador José Serra anunciou que retomaria o projeto de restauração do Palácio dos Campos Elísios, com a ideia de fazer uma extensão do Palácio dos Bandeirantes, mas mais uma vez nada foi concluído. A fachada foi reconstruída nesse período com um valor de custo avaliado em cerca de 3,65 milhões de reais. [14]

Desde 2013 a construção passa por reformas com custos de 14,5 milhões, que durariam de 18 a 20 meses. Mas até a metade de 2016 a reforma ainda não havia sido concluída e também não havia previsão. O Palácio dos Campos Elísios continua fechado, em processo de restauração. [15]

Ver também editar

Referências


Campos Elísios Categoria:Construções de São Paulo (cidade) Categoria:Arquitetura eclética no Brasil Categoria:Patrimônio histórico de São Paulo