Usuário:DAR7/Testes/Demografia do Brasil/Demografia do Paraná

Demografia do Paraná
Densidade Populacional do Paraná.
  0-25 hab/km²
  25-50 hab/km²
  50-100 hab/km²
  100-150 hab/km²
  150-200 hab/km²
  200-300 hab/km²
  300-400 hab/km²
  400-500 hab/km²
  > 500 hab/km²
Ficha técnica
Área 199.314,850 km².[1]
População 11 081 692 hab. (2014).[2]
Densidade 55,6 hab/km² (2014).
Crescimento demográfico 1,4% ao ano (1991-2000).
População urbana 81,4% (2000).
Domicílios 2.664.276 (2000).
Carência habitacional 260.648 (est. 2000).
Acesso à água 90,05%;
Acesso à rede de esgoto 62% (2005).
IDH 0,820 (2005).
Número de Municípios 399.[1]

A demografia do Paraná é um domínio de estudos e conhecimentos sobre as características demográficas do território paranaense. A população do estado do Paraná no censo demográfico de 2010 era de 10 444 526 habitantes, sendo a sexta unidade da federação mais populosa do país, concentrando aproximadamente 5,5% da população brasileira[3] e apresentando uma densidade demográfica de 52,4 habitantes por quilômetro quadrado (a décima segunda maior do Brasil).[4] De acordo com este mesmo censo demográfico, 85,33% dos habitantes viviam na zona urbana e os 14,67% restantes na zona rural.[5] Ao mesmo tempo, 50,87% eram do sexo feminino e 49,13% do sexo masculino, tendo uma razão de sexo de 96,56.[6] Em dez anos, o estado registrou uma taxa de crescimento populacional de 9,27%.[7]

Dos 399 municípios paranaenses, apenas dois tinham população acima dos quinhentos mil: Curitiba, a capital, e Londrina, no norte do estado. Outros dezesseis tinham entre 100 001 e 500 000 (Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu, Colombo, Guarapuava, Paranaguá, Araucária, Toledo, Apucarana, Pinhais, Campo Largo, Arapongas, Almirante Tamandaré, Umuarama, Piraquara e Cambé), quatorze de 50 001 a 100 000, 55 de 20 001 a 50 000, 109 de 10 001 a 20 000, 105 de 5 001 a 10 000, 93 de 2 001 a 5 000 e cinco até dois mil (Esperança Nova, Miraselva, Santa Inês, Nova Aliança do Ivaí e Jardim Olinda).[8] A maior parte da população do estado se concentra na Mesorregião Metropolitana de Curitiba, que corresponde à região leste paranaense, com mais de 30% da população paranaense.[9] Curitiba, sozinha, abrigava 16,8% do total de habitantes,[10] além de possuir a maior densidade demográfica em relação aos demais municípios (4 024,84 hab./km²), enquanto Alto Paraíso, no noroeste, detinha a menor (3,31 hab./km²).[11]

O Índice de Desenvolvimento Humano do Paraná é considerado alto conforme o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Segundo o último Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil, divulgado em 2013, com dados relativos a 2010, o seu valor era de 0,749, estando na quinta colocação a nível nacional e na segunda a nível regional, depois de Santa Catarina. Considerando-se o índice de longevidade, seu valor é de 0,830 (), o valor do índice de de renda é 0,757 () e o de educação é de 0,668 ().[12] O coeficiente de Gini, que mede a desigualdade social, é de 0,47 e a incidência da pobreza de 39,07%.[13] A taxa de fecundidade do Paraná é de 1,86 filhos por mulher, uma das mais baixas do Brasil.[14]

Rede demográfica e distribuição populacional editar

 
Distribuição da População no Estado do Paraná.

A distribuição das grandes cidades do Paraná é de certa forma bem homogênea.[3] No leste a Grande Curitiba engloba diversos municípios,[15] contando com cerca de 3 milhões de habitantes.[3] No norte Londrina e Maringá polarizam outra região fortemente povoada.[3] No oeste o município de Cascavel com quase 300 mil habitantes e Toledo com aproximadamente 120 mil habitantes criam outra zona fortemente povoada,[3] além de Foz do Iguaçu, que juntamente com Ciudad del Este no Paraguai e Puerto Iguazú na Argentina formam uma aglomeração de quase 700 mil habitantes.[3] A região central do Paraná a despeito da baixa densidade populacional ainda sim conta com Guarapuava com cerca de 160 mil habitantes[3] e Ponta Grossa, um pouco mais ao leste, com mais de 350 mil habitantes.[3]

Pelo censo brasileiro de 2010, feito pelo IBGE, o Paraná tinha uma população total de 10 444 526 moradores, sendo a sexta maior unidade federativa do Brasil em população.[3] A população do Paraná aumentou de 1940 até 1960, e isso vinha dobrando a população todo o decênio, alcançando naquele momento, taxas anuais idênticas a 7%.[16] Nos últimos anos, a subida das taxas de crescimento populacional foi extraordinária, crescendo anualmente por volta de 9,27%.[7] O que provocou esse aumento foi o crescimento da população de idosos, além do aumento da imigração interestadual e estrangeira, da taxa de natalidade, do PIB, do PIB per capita, da geração de empregos e dos índices de IDH, no quesito educação, longevidade e renda.[17] Em 2010, no Paraná, a população em maior número, em quantidade relativa, era encontrada nas microrregiões de Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Toledo, Apucarana, Paranavaí, Paranaguá, Umuarama, Francisco Beltrão, Campo Mourão, Astorga, Cornélio Procópio, Pato Branco, Telêmaco Borba, Cianorte, Ivaiporã, Prudentópolis, Jacarezinho, Goioerê, União da Vitória e Jaguariaíva.[18] Naquele ano, a população em menor número está situada nas microrregiões de Cerro Azul, Floraí, Faxinal, Lapa, São Mateus do Sul, Assaí, Pitanga, Ibaiti, Porecatu, Rio Negro, Capanema, Palmas, Irati e Wenceslau Braz.[18]

Em grande parte das regiões do Paraná, da mesma forma que acontece no Brasil, a população urbana urbana é maior do que a população rural. De acordo com as informações do censo demográfico mais recente (2010), 85,33% era concentrado nas cidades e 14,67% no campo.[5]

Hierarquia urbana e regiões metropolitanas editar

 
Regiões metropolitanas do Paraná

O território do Paraná situa-se dentro da área influenciada pela cidade de São Paulo. A metrópole paulista lidera a economia paranaense através das cidades de Ourinhos, em São Paulo, e Jacarezinho, Maringá, Londrina e Curitiba, no Paraná. Ourinhos e Jacarezinho exercem domínio, em grupo, sobre a parte leste do norte do Paraná; Londrina a parte central da região, e Maringá, o oeste.[19]

Curitiba domina o restante inteiro do estado do Paraná e ainda quase o estado inteiro de Santa Catarina, menos na porção oriental a região de Tubarão e, na parte ocidental, a de Chapecó. A capital age, na área influenciada pelo Paraná, diretamente ou através dos centros intermediários de Ponta Grossa e Pato Branco. A área de influência direta compreende as porções oriental e sul-oriental inteiras do estado. Pato Branco domina a parte sul-ocidental, e Ponta Grossa, as porções central e ocidental inteiras.[19]

A Região Metropolitana de Curitiba, instituída pela lei complementar federal nº 14 de 1973, foi a primeira do Paraná a ser criada, inicialmente com quatorze municípios, até chegar aos 29 atuais, sendo também a mais populosa do estado, com mais de 3,5 milhões de habitantes, e a oitava maior do Brasil.[20] Em 1998, através de lei complementar estadual, foram instituídas as regiões metropolitanas de Londrina[21] e Maringá.[22] A Região Metropolitana de Umuarama, a quarta do estado, foi criada em agosto de 2012[23] e, em janeiro de 2015, foram criadas mais outras quatro: Apucarana, Campo Mourão, Cascavel e Toledo, passando para as oito atuais.[24]

Evolução demográfica editar

Evolução demográfica do estado do Paraná.

Etnias editar

A população paranaense é formada principalmente por caucasianos, pardos, afro-brasileiros e povos indígenas.[25] No Brasil colonial, os espanhóis foram os primeiros colonizadores que começaram a povoar o território paranaense.[26] O Paraná foi colonizado por portugueses e demais imigrantes europeus (italianos, alemães, neerlandeses, franceses, ingleses, poloneses e ucranianos) e asiáticos (japoneses, coreanos e árabes).[25]

Atualmente vivem no estado do Paraná pouco mais de nove mil indígenas, distribuídos em dezenove grupos, que ocupam área de 85 264,030 hectares de extensão. Um total de dezessete áreas já se encontram demarcadas definitivamente pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), órgão do governo brasileiro responsável pela questão, e nelas se encontra a totalidade dos indígenas residentes no estado.[27] Dessas, destaca-se a de maior população, a reserva indígena Rio das Cobras, que abrange os municípios de Nova Laranjeiras e Espigão Alto do Iguaçu.[27]

Conforme pesquisa de autodeclaração do censo de 2010, 70,06% dos paranaenses declararam-se brancos, 25,35% pardos, 3,15% pretos, 1,19% amarelos e 0,25% indígenas, além dos sem declaração (0,00%).[28] 99,73% eram brasileiros (99,52% natos e 0,21% naturalizados) e 0,27% estrangeiros.[29] Entre os brasileiros, 88,50% nasceram no Sul (82,98% no próprio estado) e 11,5% em outras regiões, sendo 7,61% no Sudeste, 1,92% no Nordeste (1,92%), 0,7% no Centro-Oeste e 0,25% no Norte.[30] Muitas pessoas migram de outros estados brasileiros para Paraná em busca de trabalho ou melhores condições de vida. Dentre os estados, São Paulo tinha o maior percentual de residentes (5,29%), seguido por Santa Catarina (2,84%) e Rio Grande do Sul (2,68%).[31]

De acordo com um estudo de 2006, a composição genética do Paraná é a seguinte: 79% de herança europeia, 14% de herança africana e 7% de herança indígena.[32] Um estudo mais recente, de 2013, encontrou 71,0% de contribuição europeia, 17,5% africana e 11,5% ameríndia.[33]

Branco europeu e asiático editar

 
A Biblioteca Pública do Paraná tem a maior quantidade de acervo bibliográfico da região Sul do Brasil.

A região Sul do Brasil foi a região do país a qual acolheu mais imigrantes vindos da Europa, porque o clima do Sul brasileiro é mais parecido com o de países europeus de onde eram originários os pioneiros que vieram à procura de condições favoráveis de vida.[34] Dos europeus, chegaram ao Paraná, populações dos agrupamentos atlanto-mediterrâneos, germânicos, eslavos e demais agrupamentos menos extensos. Dos atlanto-mediterrâneos, chamados de povos latinos, destacam-se os portugueses, os espanhóis e os italianos.[34]

Os portugueses formam a maior parte dos habitantes do Brasil. Como responsáveis pela colonização, não foram matematicamente limitados ao entrar no país americano. Os brasileiros herdaram dos lusos o idioma oficial com pequenas variações regionais de dialeto, a religião fundada por Jesus Cristo, a cultura do carnaval e da feijoada e os fundamentos da estrutura nacional de governo e de justiça.[34]

Os espanhóis chegaram ao Brasil especialmente em tempos coloniais, na época em que Portugal fazia parte da Espanha. Viviam perto dos grandes centros urbanos brasileiros como São Paulo e Rio de Janeiro. No Paraná, além de estarem concentrados na região de Curitiba,[35] filhos, netos e bisnetos de espanhóis (argentinos e paraguaios) habitam os limites internacionais com o Paraguai e com a Argentina, notadamente na região de Foz do Iguaçu.[34]

 
Portal de Santa Felicidade.

Os italianos vieram em maior quantidade, ao Brasil, desde 1875.[34] Foram para o estado de São Paulo, trazidos pela cafeicultura e pela industrialização.[36] Da mesma forma, são em grande número no Rio Grande do Sul, em que plantam e fabricam o vinho.[37] No Paraná, os italianos se fixaram, especialmente, no litoral (Alexandra e Morretes), no entanto, devido às circunstâncias hostis do local, seus núcleos não se desenvolveram.[38] A maioria deles foi transferida para a periferia de Curitiba, Colombo e sobretudo para Santa Felicidade.[39] Os imigrantes italianos influenciaram as utilizações e hábitos da população paranaense, e isso possivelmente se comprova através do plantio da uva, no setor secundário, por meio de sua culinária e pelo artesanato em peças de vime.[40][34]

Das populações originárias dos países germânicos merecem destaque, no Paraná, os alemães e os neerlandeses.[34]

 
Museu histórico de Witmarsum.

Os alemães constituem um dos principais agrupamentos de imigrantes que vieram ao Brasil. Foram, desde 1824, a Santa Catarina e ao Rio Grande do Sul em que deixaram marcas na paisagem com suas casas típicas. Os primeiros imigrantes alemães vieram para o Paraná em 1829 e se fixaram, especialmente em Rio Negro.[34] Desde 1878, alemães do Volga (alemães-russos) se fixaram nos Campos Gerais, perto de Ponta Grossa e da Lapa.[41][42] Em 1951, alemães transferidos de Santa Catarina ao Paraná, criaram a colônia Witmarsum, no município de Palmeira em que, por meio duma cooperativa, fabricam o leite.[43] Ao mesmo tempo, alemães chamados de "suábios do Danúbio" criaram, no município de Guarapuava, a colônia Entre Rios, em que são dedicados à lavoura.[44] Os alemães estão, do mesmo modo, concentrados em Curitiba, Rolândia, Marechal Cândido Rondon, que promove, a cada ano, a mais conhecida Oktoberfest paranaense[45] e uma grande quantidade de demais lugares do estado.[39][46][47][48]

 
Parque Histórico de Carambeí.

Os neerlandeses, embora fossem em pequeno número, beneficiaram em muito o Paraná.[34] Foram, em 1911, aos Campos de Castro em que difundiram com sucesso a pecuária leiteira e a fabricação de seus derivados.[49] Os mais importantes núcleos de neerlandeses encontram-se em Carambeí, Castrolanda e Arapoti.[50] Da mesma forma, originários de países germânicos, apesar de serem em pequeno número, se fixaram no Paraná: austríacos,[34] suíços,[34] ingleses[34] e estadunidenses.[51]

Os eslavos são populações que têm origem no Leste Europeu.[52] A maior parte dos eslavos que entraram no Brasil, foi localizada no Paraná, em que marcaram especialmente as paisagens agrícolas.[34] Das populações eslavas que vivem no Paraná destacam-se os poloneses e os ucranianos.[52]

 
Casa do Colono Polonês (Bosque do Papa).

Os poloneses constituem o maior agrupamento de imigrantes e seus descendentes que vivem no Paraná.[34] Vieram ao território do estado, na época província, em 1871, espalhando-se pela periferia de Curitiba (Pilarzinho, Abranches, Santa Cândida), Araucária (Tomaz Coelho), São José dos Pinhais, Contenda e Campo Largo.[35] Da mesma forma, foram se espalhando pelo centro sul do estado, constituindo colônias em Mallet, Cruz Machado, São Mateus do Sul, Irati, União da Vitória e diversos demais locais.[35]

 
Memorial Ucraniano, no Parque Tingüi, em Curitiba (PR).

Os ucranianos são diferentes dos poloneses através do idioma, dos hábitos e de sua história.[34] Povo camponês, que veio da Ucrânia, havia trazido a arquitetura de suas igrejas, sua indumentária e sua coreografia típica.[34] Os ucranianos começaram a imigrar ao Brasil de 1895 até 1897.[35] Hoje constituem núcleos principais em Prudentópolis, Ponta Grossa, União da Vitória, Cruz Machado, Vera Guarani, Rio Azul, Irati, Ivaí, Apucarana, Campo Mourão e Curitiba.[35]

O maior agrupamento de brancos asiáticos que vivem no Brasil integra os povos semitas da Ásia Menor: os israelitas, os árabes, os sírios e libaneses.[34] No Paraná, como acontece no Brasil, vivem nas cidades e são dedicados, por tradição, ao comércio.[35]

Amarelos editar

Das populações originárias da etnia mongoloide, que existem hoje na composição da sociedade brasileira, estão os asiáticos e os indígenas. Os asiáticos abrangem as populações do Extremo Oriente, destacando-se ao agrupamento das populações mongólicas, constituído pelos japoneses, coreanos e chineses.[53]

 
Praça do Japão, que homenageia a imigração japonesa, em Curitiba (PR).

Os japoneses são os asiáticos que mais chegaram ao Brasil. Começaram a entrar no país em 1908, aumentando-se desde 1920 e após a Segunda Guerra Mundial. Foram, em sua maior parte, a São Paulo e ao Paraná.[34] No Paraná, os mais antigos núcleos coloniais japoneses foram criados no litoral, em que não se desenvolveram.[34] Depois dirigiram-se aos planaltos do sertão, especialmente às terras do norte do Paraná, sendo dedicados à agropecuária. Hoje estão fortemente concentrados em Maringá, Londrina, Uraí, Assaí, Cambará, Arapongas, Rolândia, Umuarama, Paranavaí e Curitiba.[35]

Os coreanos vieram para o Paraná desde 1967, sendo instalados, em sua maioria, no núcleo Santa Maria, que situa-se no quilômetro 147 da Rodovia do Café, nos Campos Gerais do Paraná.[34]

Os chineses que encontram-se no Paraná chegaram especialmente de Taiwan. Apesar de serem pouco numerosos, estão mais concentrados nas cidades, sendo o setor primário sua atividade econômica mais importante.[34]

Indígenas, negros e pardos editar

Durante a chegada dos portugueses no Brasil, os futuros colonizadores da época avistaram o indígena como morador nativo.[34] O índio colaborou para o cotidiano do país pelas numerosas heranças na culinária, nos hábitos, na cultura popular e no idioma.[34] Na composição étnica, contribuiu para que os mestiços surgissem, além de ter colaborado com destaques importantes para o passado do Brasil.[34] Os índios constituem quatro grupos importantes tupis-guaranis, gês, tapuias, nuaruaques e caraíbas.[34]

Ficheiro:Reserva Indígena de Mangueirinha.jpg
Sede da Reserva Indígena de Mangueirinha, no sul do estado.

Os indígenas eram distribuídos primitivamente nos seguintes grupos: tupis-guaranis, que situavam-se na costa, no oeste e noroeste; e gês (botocudos e caingangues), distribuindo-se geograficamente sem boa definição. Em 1953, descobriram-se os xetás, os quais se isolaram na serra dos Dourados, no noroeste do estado, habitando na mais verdadeira condição primitiva, dos quais nada mais sobra na região.[34][35]

Os poucos filhos, netos e bisnetos de índios que existem recebem proteção da Fundação Nacional do Índio e moram em postos de São Jerônimo da Serra, Guarapuava, Palmas, Mangueirinha, Apucarana, Laranjeiras do Sul e demais.[34][35]

Na região Sul do Brasil, devido às circunstâncias de seu progresso social e econômico no passado, o negro banto é bem menos numeroso. No Paraná, estão concentrados, em sua maioria, na Lapa, em Ponta Grossa, Castro, Antonina, Paranaguá e Curitiba.[34][35]

Os pardos não são em grande número, sendo que o mais típico é o caboclo do Litoral. Influi os verdadeiros hábitos do lugar como o fandango (coreografia típica) e o barreado (prato típico do estado).[34][35]

Principais cidades editar

No Brasil, qualquer sede de município, ainda que seja uma mera vila ganha a denominação de cidade, considerando-se, por esse motivo, um núcleo urbano. Dos numerosos centros urbanos que existem no Paraná, destacam-se as cidades de:[55]

  • Curitiba: termo da língua tupi-guarani que quer dizer "grande quantidade de pinheiros". A cidade nasceu no século XVII, do arraial chamado Vilinha, que localiza-se na beira do rio Atuba. Elevou-se à categoria de vila em 1693. Depois que a província do Paraná foi instalada, começou, no ano de 1854, a ser sua sede de governo, parlamento e justiça. A cidade de Curitiba localiza-se a uma altitude de 908 metros, no planalto do mesmo nome e muito perto do rio Iguaçu. Ela foi chamada de "Cidade Sorriso" pelo poeta Hermes Fontes. Tem a primeira universidade brasileira, pelo que do mesmo modo denomina-se de "Cidade Universitária". Curitiba destaca-se, por legislação da União, dentre os 27 municípios do Brasil os quais têm aglomerações urbanas.
  • Londrina: cidade mais importante do Paraná setentrional e a terceira cidade mais populosa da região Sul do Brasil, perde somente para Porto Alegre e Curitiba. Criada em 1934, possuía, na cafeicultura, o motivo principal de seu enorme progresso e projeta-se, numa pequena quantidade de tempo, na história do Brasil e da humanidade como principal centro de agricultura e comércio. Londrina influi todo o norte do Paraná com a denominação promocional de "Capital do Norte do Paraná", e isso passa além dos limites interestaduais do Paraná, entrando em Mato Grosso do Sul e no sul do estado de São Paulo. A Universidade Estadual de Londrina, uma das principais do Paraná, fornece uma grande variedade de cursos com níveis de educação que consideram-se os mais confiáveis do Brasil.
  • Ponta Grossa: está localizada no Planalto dos Campos Gerais, sendo por isso denominada de "Princesa dos Campos". Além de ter um parque industrial progressista, Ponta Grossa constitui principal centro de rodovias e ferrovias da região Sul do Brasil. A cidade, da mesma forma denominada de "Capital Cívica do Paraná", tem a Universidade Estadual de Ponta Grossa, instituição de ensino superior em que ensina-se uma grande quantidade de cursos de bons níveis.
  • Maringá: a cidade, criada em 1947, tem longas avenidas e lindas praças que impressionam os turistas, especialmente por suas áreas verdes. A denominada "Cidade Canção" é desenvolvida da mesma forma que Londrina, possuindo a sua principal instituição de ensino superior: Universidade Estadual de Maringá. As cidades de Londrina e Maringá estão localizadas na rodovia-avenida constituída pelas doze cidades formadoras da metrópole linear, chamada de Metrópole Norte do Paraná (METRONOR).
  • Cascavel: cidade e relevante polo de indústrias do oeste do Paraná. Cascavel, a "Capital do Oeste", está localizada no caminho de turismo de Foz do Iguaçu, constituindo parada obrigatória para indivíduos que vão à metrópole regional vizinha. A cidade, modernamente desenvolvida, está incluída dentre as mais lindas do estado.
  • Guarapuava: conhecida como "Peróla do Oeste", localiza-se a uma altitude de 1 120 metros e muito próxima da escarpa da serra da Esperança. É originária da época em que colonizado pelos portugueses no momento da instalação, na região, do Fortim Atalaia.
  • Foz do Iguaçu: está localizada na margem oeste do rio Paraná, um pouco ao sul da barragem da usina hidrelétrica de Itaipu. Considera-se a "Capital do Turismo", sendo internacionalmente conhecida porque as Cataratas do Iguaçu são fortemente lindas.
  • São José dos Pinhais: pertence à Grande Curitiba. De acordo com Romário Martins, a cidade surgiu como um centro de mineração de ouro, em torno de 1700.
  • Paranaguá: a cidade está localizada na baía de igual denominação, margeada pelo rio Itiberê. Elevou-se à categoria de vila em 1648 e foi desenvolvida no mais histórico estilo colonial português. O porto de Paranaguá, um dos mais importantes do Brasil, destaca-se econômica e turisticamente como o principal porto do estado.
  • Apucarana: pela sua localização geográfica, possui importante destaque nos caminhos de rodovias e ferrovias as quais fazem a ligação entre o norte e o sul do sul. Pela sua posição regional num planalto de relativa altitude, é chamada de "Cidade Alta".
  • Umuarama: criada em 1955, considera-se um das cidades mais populosas e ricas do Paraná. Fica na região norte-ocidental, sendo chamada de "Capital da Amizade".
  • Paranavaí: considera-se principal centro de agricultura e pecuária do estado. Paranavaí começou a surgir como povoado em 1928, mas, apenas desde 1944, chegou a entrar no impulso de grande desenvolvimento econômico.
  • Campo Mourão: cidade mais importante do centro-oeste paranaense. Localiza-se no principal entroncamento de rodovias, possibilitando simples acessibilidade a qualquer canto do estado. Campo Mourão é responsável pela polarização dos anseios da sociedade, da política e da economia dos municípios adjacentes.
  • Toledo: localizada no oeste do Paraná, merece destaque porque a agricultura, a criação de porcos e de aves são as atividades econômicas mais dinâmicas da região. Sua habitual "Festa do Porco no Rolete" constitui um atrativo para públicos das mais diversas regiões, fazendo do evento uma enorme atração para o seu turismo.
  • Cambé: cidade situada no norte do Paraná. Possui boa parte de sua organização espacial urbana que tem ligação com a cidade de Londrina, da qual encontra-se a uma distância de 10 quilômetros.
  • Arapongas: chamada pela denominação promocional de "Cidade dos Passarinhos", começou a se desenvolver por causa da cafeicultura, da mesma forma que ocorreu com a maior parte das cidades do norte do Paraná.
  • Campo Largo: a "Capital da Louça" está localizada a 23 km de Curitiba, pertencendo à sua área metropolitana.
  • Araucária: a cidade nasceu do diminuto povoado de Tindiqüera, criado no século XVII. Hoje é um principal centro de indústria da Grande Curitiba.
  • Telêmaco Borba: localiza-se na microrregião de igual denominação e na margem ocidental do rio Tibaji. Desenvolveu-se devido à indústria papeleira, construída em Harmonia, situada do lado contrário do rio.
  • Pato Branco: cidade com o maior PIB do sudoeste. É bastante desenvolvida, porque sua lavoura e sua criação de porcos geram grande desenvolvimento econômico.
  • União da Vitória: às margens do rio Iguaçu, é a mais importante cidade do sul paranaense. Conhecida como a "Rainha da Fronteira" é separada por uma ferrovia da cidade gêmea de Porto União, fazendo parte de Santa Catarina.
  • Francisco Beltrão: possui o segundo maior PIB e a maior população do sudoeste do Paraná, encontra-se em rápida industrialização. Influi em muitos municípios da região.
  • Marechal Cândido Rondon: Fica na região extremo ocidental. Seus moradores mais antigos apareceram depois que a madeira foi explorada na região desde os anos 1940.
  • Cornélio Procópio: a cidade mais populosa do Norte Velho surgiu no decorrer da ferrovia São Paulo-Paraná. Sua economia se baseia nos setores secundário e terciário.
  • Assis Chateaubriand: é uma das maiores cidades em população do oeste paranaense. Sendo uma cidade principal da região, destaca-se economicamente pela agricultura.
  • Castro: a cidade localiza-se na margem sul do rio Iapó. Surgiu de uma histórico pousada de tropeiros, situado no decorrer do antigo caminho Sorocaba-Viamão.
  • Ivaiporã: situa-se no centro-norte paranaense e bem perto do rio Ivaí. Surgiu porque trabalhavam os pioneiros os quais creram que seus solos eram férteis.
  • Jacarezinho: a "Pérola do Norte" situa-se bem perto do rio Paranapanema, no Norte Velho, a primeira região que o café desbravou.
  • Irati: núcleo colonial e de agricultura é chamada de "Pérola do Sul".
  • Rolândia: cidade do norte, merece destaque por ser rapidamente desenvolvida. Sua economia se baseia, em parte, no setor primário.
  • Rio Negro: localiza-se no lado paranaense do rio Negro, pelo qual é separada da cidade de Mafra, no estado de Santa Catarina.
  • Bandeirantes: cidade do Norte Velho, Sua economia se baseia no setor terciário e possui uma grande Escola Superior de Agricultura.
  • Santo Antônio da Platina: denominada de "Princesa do Norte", localiza-se bem perto de Jacarezinho. Tem longas avenidas com muitas árvores.
  • Palmas: a cidade fica em plena região dos Campos de Palmas, no sul do estado. Possui 1 160 metros de altitude, e isso lhe confere um clima não muito quente nem muito frio no verão e bastante gelado no inverno, quando a neve cai frequentemente.
  • Cianorte: uma das cidades mais populosas do noroeste do Paraná. É bastante industrialmente desenvolvida. A maior parte de suas indústrias confecciona roupas. Por esse motivo, é chamada pela denominação promocional de "Capital do Vestuário".

Demais cidades principais do Paraná são: Astorga, Andirá, Antonina, Capanema, Colombo, Cruzeiro do Oeste, Corbélia, Cambará, Coronel Vivida, Clevelândia, Dois Vizinhos, Goioerê, Guaíra, Ibiporã, Iporã, Loanda, Laranjeiras do Sul, Lapa, Mandaguari, Medianeira, Matelândia, Nova Esperança, Porecatu, Palotina, Quedas do Iguaçu, Realeza, Sarandi, São Mateus do Sul e Ubiratã.[55]

Origem dos municípios editar

No Paraná, foram muitos os motivos que originaram povoados, vilas e cidades, dentre os quais possivelmente são citados:[56]

  • Mineração: Paranaguá, Morretes, Curitiba, São José dos Pinhais, Bocaiúva do Sul e Tibagi;
  • Sesmarias: Antonina e Araucária;
  • Pousada de tropeiros: Rio Negro, Lapa, Campo Largo, Palmeira, Ponta Grossa, Castro e Piraí do Sul;
  • Núcleos coloniais: Colombo, Cerro Azul, Rolândia, Uraí, Cândido de Abreu, Cruz Machado, Prudentópolis e Contenda;
  • Núcleos militares: Foz do Iguaçu, Jataizinho, Chopinzinho e Guarapuava;
  • Colonização pioneira: Tomazina, Santo Antônio da Platina, Siqueira Campos e Pato Branco;
  • Extrativismo vegetal: São Mateus do Sul, União da Vitória e Toledo;
  • Patrimônios imobiliários: Londrina, Maringá, Arapongas, Apucarana, Mandaguari, Umuarama, Cianorte, Cruzeiro do Oeste, Nova Esperança e Loanda;
  • Fazendas: Jacarezinho, Ribeirão Claro, Joaquim Távora, Bela Vista do Paraíso, Assaí e Goioerê;
  • Estações ferroviárias: Ibaiti, Bandeirantes, Cornélio Procópio, Irati, Rebouças e Paulo Frontin.
  • Balneários: Matinhos e Guaratuba.

No que diz respeito aos locais, ou seja, aos sítios urbanos em que as cidades são desenvolvidas, as áreas urbanas dos municípios não são muito diferentes. A maior parte está localizada nos planaltos (Curitiba, Ponta Grossa, Apucarana, Londrina, Maringá, Guarapuava, Cascavel, etc.). Certas delas situam-se às margens dos rios (Rio Negro, União da Vitória, São Mateus do Sul, Porto Amazonas, Castro, Tibagi, Jataizinho, Foz do Iguaçu, Guaíra, Porto Rico, Adrianópolis e Tomazina). No decorrer do litoral estão localizadas certas cidades banhadas pelo mar (Paranaguá, Antonina, Guaraqueçaba, Pontal do Paraná, Matinhos e Guaratuba).[56]

Estudos genéticos e sobrenomes editar

Há um grande número das pesquisas genéticas feitas no Paraná, verificando a avaliação dos antepassados da população negra e branca do estado e o grau de miscigenações de etnias. Para a população descrita como "eurodescendente",a porcentagem de antepassados europeus é bastante variável de pesquisa a pesquisa, indo a partir de um máximo de 94% de antepassados europeus a um mínimo de 75%. Para a população descrita como "afrodescendente", a porcentagem de antepassados africanos oscila entre um máximo de 72% e um mínimo de 39%.[57]

Para a população branca do Paraná, pesquisas genéticas distintos atingiram as seguintes percentagens de antepassados:[57]

  • 79% europeia, 14% africana e 7% indígena.[57]
  • 94% europeia, 3% africana e 3% indígena.[57]
  • 85% europeia, 10% africana e 5% indígena.[57]
  • 75% europeia, 17% africana e 8% indígena.[57]

Para a população afrodescendente do Paraná, as seguintes respostas:

  • 51% africana, 49% europeia e 0% indígena.[57]
  • 42% africana, 49% europeia e 9% indígena.[57]
  • 46% africana, 51% europeia e 3% indígena.[57]
  • 61% africana, 29% europeia e 10% indígena.[57]
  • 39% africana, 50% europeia e 21% indígena.[57]

Fazendo uma distinção com base na cor de pele entre o grupo "afrodescendente":[57]

  • 42% africana, 44% europeia e 14% indígena (para mulatos claros e médios)[57]
  • 72% africana, 15% europeia e 6% indígena (para mulatos escuros e negros)[57]

Quaisquer das pesquisas apresentam que os antepassados europeus predominam na população do Paraná, até mesmo com elevados índices europeus para a população descrita como "afrodescendente".[57] Quaisquer das pesquisas igualmente percebem que tanto brancos como negros possuem antepassados europeus e africanos, sendo os antepassados indígenas muito menos predominantes do que as demais duas.[57]

De acordo com a coleção Genealogia Paranaense, em seis volumes, publicada por Francisco Negrão, os sobrenomes mais comuns da população paranaense são os seguintes:[58][59][60][61][62][63] Rodrigues Seixas, Rodrigues França, Gabriel de Lara, Moraes Cordeiro Mateus Leme, Teixeira de Azevedo, Xavier Pinto, Teixeira Coelho, Pereira Braga e Oliveira Cardoso, Correa Bittencourt, Cardoso de Lima, Taques, Oliveira Vianna, Góes de Siqueira, Alves, Marques da Cunha, Azevedo da Silveira, Macedo, Laynes, Morocine Borba, Martins Lopes, Brandão de Proença, Simas, Souza Pinto, Rodrigues Vianna, Gonçalves Marques, Silva Pereira, Santos, Nascimento de Farias, Lopes Maravalhas, Pereira, Mendonça, Pereira Branco, Freitas Saldanha, Álvares de Araujo, Soares da Costa, Xavier da Silva, Falcão Bastos, Moreira Rocha, Gonçalves dos Santos, Pletz, Müller, Kalkman e Bley.[58][59][60][61][63][62]

Religião editar

 
Catedral de Maringá, o segundo monumento mais alto da América do Sul.

De acordo com o censo demográfico de 2010, a população do Paraná é formada por católicos apostólicos romanos (69,596%); protestantes ou evangélicos (22,176%); espíritas (1,042%); Testemunhas de Jeová (0,576%); mórmons (0,205%); católicos apostólicos brasileiros (0,19%); budistas (0,146%); novos religiosos orientais (0,096%), dentre os quais os messiânicos (0,054%); islâmicos (0,083%); católicos ortodoxos (0,069%); umbandistas (0,067%); judaístas (0,039%); espiritualistas (0,025%); tradições esotéricas (0,024%); tradições indígenas (0,019%); candomblecistas (0,018%) e hinduístas (0,002%). Outros 4,644% não tinham religião, incluindo-se aí os ateus (0,322%) e agnósticos (0,065%); 0,537% seguiam outras religiosidades cristãs; 0,35% não tinham religião determinada; 0,07% não souberam, 0,012% praticavam outras religiosidades; 0,007% outras religiões orientais e 0,005% não declararam.[64]

De acordo com a divisão da Igreja Católica no Brasil, o Paraná pertence à Regional Sul II e seu território é dividido em quatro províncias eclesiásticas, formadas pelas arquidioceses de Cascavel, Curitiba, Londrina e Maringá, e mais quatorze dioceses sufragâneas destas.[65]

O Paraná igualmente tem os mais variados credos protestantes ou reformados, sendo a Igreja Universal do Reino de Deus, a congregação cristã, a igreja batista e a Assembleia de Deus as maiores denominações. Como mencionado, 22,176% da população paranaense se declararam evangélicos, sendo que 13,3% pertenciam às igrejas de origem pentecostal, 4,832% a evangélicas não determinadas e 4,03% às evangélicas de missão (4,26%).[64]

Segurança pública e criminalidade editar

As mais importantes unidades das Forças Armadas no Paraná são: no Exército Brasileiro, o Paraná faz parte do Comando Militar do Sul (junto com o estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina), sediado em Porto Alegre, pertencendo à 5ª Região Militar e 5ª Divisão de Exército (com o estado de Santa Catarina);[66] merecem destaque no estado o 13º Batalhão de Infantaria Blindado (Ponta Grossa)[67] e o 20º Batalhão de Infantaria Blindado (Curitiba);[68] na Marinha do Brasil, o Paraná pertence ao 5º Distrito Naval, sediado em Rio Grande;[69] e na Força Aérea Brasileira, o Paraná faz parte do Cindacta II, sediado em Curitiba, que se encarrega do radar na região Sul, no Mato Grosso do Sul inteiro e sul e oeste de São Paulo.[70]

Segundo a Constituição Federal de 1988 e a Constituição Estadual de 1989, há quatro órgãos reguladores da segurança pública no estado do Paraná: Polícia Militar do Paraná, o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná, a Polícia Civil do Estado do Paraná e a Polícia Científiica.[71][72]

Desde o final de 2014, o estado do Paraná utiliza tornozeleiras eletrônicas para fiscalização do cumprimento de pena por parte de presos do regime semiaberto.[73] O uso desta tecnologia era estudado deste 2007, quando um modelo tornozeleira desenvolvido por uma empresa privada junto ao Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento, órgão subordinado ao governo estadual, foi apresentada ao então governador, Roberto Requião.[74] Além de monitorar presos em regime semiaberto do estado, o governo do Paraná fornece parte de suas tornozeleiras para uso da polícia federal,[75] mesmo que os monitorados tenham residência em outro estado, como é o caso do ex-diretor da Petrobrás preso durante a Operação Lava Jato, Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro.[76]

Críticas severas tem sido feitas à falta de efetivos tanto da polícia civil quanto da polícia militar e se mostrado uma preocupação dos paranaenses, os efetivos são os mesmos da década de 80 para quase o dobro de população.[77][78][79]

 
Mapa da violência no Paraná.

De acordo com dados do "Mapa da Violência 2012", publicado pelo Instituto Sangari e pelo Ministério da Justiça, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes, que era de 10,8 em 1980, subiu para 35,1 em 2009 (ficando acima da média nacional, que era de 27,0). Entre 2000 e 2009, o número de homicídios subiu de 1766 para 3 588. Em geral, o Paraná subiu sete posições no ranking nacional dos estados e Distrito Federal por taxa de homicídios, passando da décima-sexta posição em 2000 para a nona em 2010. Curitiba e região metropolitana possuíam taxas doze vezes maiores que a do estado (47,0), enquanto que, no interior, o mesmo era um pouco menor que a média estadual (24,8).[80]

Em 2000, 168 municípios não registravam nenhum caso de homicídios do estado, número caindo para 130 em 2010. Considerando-se todos os municípios com mais de cem mil habitantes, que em 2000 eram 60, passaram, em 2010, para 101 do total do mesmo. Entre os municípios acima de 50 000 e abaixo de 100 000 habitantes, destacam-se Pinhais e Piraquara, que apresentaram forte crescimento nos níveis de violência. Ao mesmo tempo, a região metropolitana da capital registrou um forte aumento de 126,7% nas taxas de homicídios, enquanto no interior do estado registrou uma queda de 24,8%.[80][81]

Conforme o "Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros 2008", também publicado pelo Instituto Sangari, os municípios paranaenses que apresentavam as maiores taxas de homicídios por grupo de cem mil habitantes eram Foz do Iguaçu (98,7), Guaíra (94,7), Tunas do Paraná (90,1) e Rio Bonito do Iguaçu (80,1).[82]

Ver também editar

Notas

Referências

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Ligações externas editar