O sistema APG III um sistema de taxonomia vegetal moderno utilizado na classificação de plantas com flor. Foi publicado em 2009 pelo Angiosperm Phylogeny Group (APG).[1][2][3]

Em Outubro de 2009, membros da Sociedade Linneana de Londres propuseram uma classificação filogenética formal de todas as plantas terrestres, compatível com a classificação presente no sistema APG III.[4]

A classificação é mostrada abaixo, até ao nível das ordens e com famílias não colocadas em ordens. Ordens no mesmo nível são colocadas alfabeticamente. De notar que as ordens podem não conter as mesmas famílias em relação a versões mais antigas do sistema APG (sistema APG e sistema APG II).

Mudanças realizadas

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Os conhecimentos mais recentes da filogenia das angiospérmicas geraram várias mudanças na circunscrição de muitas famílias e na sua classificação, assim como também a adição de algumas novas ordens.

Em particular, obteve-se muito êxito, produto de grande esforço, em situar filogeneticamente as angiospérmicas parasitas, a maioria das quais não estavam colocadas em nenhuma ordem nos sistemas APG.

Hoje em dia já existe evidência sobre a posição taxonómica de nós da árvore filogenética que antes não eram evidentes. Como resultado, no sistema APG III:

  • Foram colocadas em famílias, géneros que não haviam sido alocados a famílias no sistema APG, e também famílias em ordem, reduzindo-se consideravelmente o número de táxons que não estão incluídos em categorias de nível superior, em relação ao que acontecia no APG II. Neste sistema de classificação restam somente 5 táxons (duas pequenas famílias de plantas parasitas e três géneros) que não ficaram alocados na árvore filogenética das angiospermas e portanto não fazem parte de nenhuma ordem no sistema APG III.

No sistema APG II prevê-se uma quantidade de famílias para as quais é permitida duas versões alternativas, uma ampla (ou seja, uma única família grande) e outra estrita (de duas a dez famílias mais pequenas definidas de modo mais estrito). O sistema APG III eliminou essas alternativas devido à sua impopularidade (os utilizadores da classificação preferiam que fossem os autores do APG que decidissem qual alternativa utilizar[5]) e, na maioria dos casos, a circunscrição mais ampla foi retida. Estas incluem as famílias Amaryllidaceae, Asparagaceae e Xanthorrhoeaceae (todas da ordem Asparagales), Passifloraceae (Malpighiales), Primulaceae (Ericales) e outras famílias menores.[5]

Classificação resumida

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Flor de Magnolia watsoni, um membro da ordem Magnoliales , dentro do clado das magnoliídeas.
 
Flor de Lilium henryi , um membro da ordem Liliales, dentro do clado das monocotiledóneas.
 
Flor de Oxalis regnellii, um membro da ordem Oxalidales, dentro do clado das fabídeas.
 
Flores de Lavandula, um representante da ordem Lamiales, dentro do clado das lamiídeas.
 
Flores de Aster, um representante da ordem Asterales, dentro do clado das campanulídeas.

As famílias de angiospermas segundo o sistema APG III

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O sistema APG III ordenou e agrupou as angiospermas em 415 famílias, a maior parte das quais se encontra incluída em alguma das 59 ordens aceitas por este sistema. Tais ordens, por sua vez, distribuem-se em clados. Em seguida é apresentada a listagem das famílias de angiospermas aceitas pelo sistema APG III, ordenadas segundo os clados e as ordens a que que pertencem.[6] Adicionalmente, providencia-se o nome dos clados acima da categoria taxonómica de ordem segundo a nomenclatura filogenética.[7] Em cada caso, destacaram-se as diferenças com o sistema APG II segundo a seguinte simbologia:

* = família com nova colocação (modificada após o sistema APG II);
= nova ordem reconhecida pelo sistema APG;
§ = família com uma nova circunscrição (conteúdo modificado;
º = famílias que representam a circunscrição mais ampla prevista no sistema APG II, a qual se adopta no sistema APG III;
ºº = famílias que representam a circunscrição mais restrita do sistema APG II, a qual se adopta no sistema APG III.

Angiospermae Lindley [P.D. Cantino & M.J. Donoghue][8]

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Magnoliidae Novák ex Takhtajan [W.S. Judd, P.S. Soltis & D.E. Soltis][9]

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O clado das magnoliídeas é um grupo de angiospermas que havia sido nomeada informalmente como «magnoliids» ou «eumagnoliids» (em inglês) em muitas publicações filogenéticas recentes[10][11][12][13][6] e que difere na sua circunscrição em relação à subclasse Magnollidae dos sistemas de classificação de Cronquist e de Takhtajan. As possíveis sinapomorfias deste grupo incluem caracteres fitoquímicos, como a presença dos compostos asarona, galbacina e licarina.[9] As magnoliídeas comprendem quatro ordens:[14]

Monocotyledoneae de Candolle [W.S. Judd, P.S. Soltis, D.E. Soltis & S.W. Graham][15]

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Commelinidae Takhtajan [S.W. Graham & W.S. Judd][16]

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As comelinídeas são um grande clado dentro das monocotiledóneas cujas sinapomorfias incluem as ceras epicuticulares de tipo Strelitzia, o pólen com muito amido, paredes celulares não lignificadas e impregnadas com compostos ácidos fluorescentes à luz ultravioleta (ácidos ferúlicos, diferúlicos e cumáricos), e as folhas com corpos de silício (SiO2),[17][18][19][20][21] também os estomas para- ou tetracíticos, as inflorescências rodeadas de brácteas, e o embrião curto e largo.[22]

Provável irmão das eudicotiledóneas

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Eudicotyledoneae M.J. Donoghue, J.A. Doyle & P.D. Cantino[23]

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As eudicotiledóneas conformam um clado que inclui a maioria das plantas antigamente consideradas dentro do grupo parafilético das dicotiledóneas. O termo provem do idioma grego e significa "dicotiledóneas verdadeiras" devido a conter a maioria das plantas que haviam sido chamadas anteriormente dicotiledóneas, e possuem caracteres de dicotiledóneas típicas. O clado caracteriza-se pelo pólen tricolpado, pelas flores cíclicas e a presença diferenciada das partes internas e externas do perianto (ou seja, cálice e corola).

Gunneridae D.E. Soltis, P.S. Soltis & W.S. Judd[24]

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As gunerídeas são um grande grupo de eudicotiledóneas que haviam sido nomeadas informalmente como «núcleo das eudicotiledóneas» ou «eudicotiledóneas nucleares» (em inglés "core eudicots") por quase todos os trabalhos sobre filogenia das angiospérmicas. Compreendem um grupo extremamente amplo e diverso de angiospérmicas, com uma grande variabilidade no hábito, morfologia, química, distribuição geográfica e outros atributos. A sistemática clássica, baseada unicamente em informação morfológica, não foi capaz de reconhecer este grupo. Como tal, a circunscrição das gunerídeas como um clado é baseada numa forte evidencia a partir de dos dados de análises moleculares.[25][26][12] A composição do clado é a seguinte: Gunnerales, Berberidopsidales (incluindo Aextoxicaceae),[27][28]Dilleniaceae, Santalales, Saxifragales, Vitaceae e todos os clados de Asteridae, Caryophyllales e Rosidae. Por outras palavras, o clado é composto por Gunnerales mais a totalidade do clado das pentapétalas.[24]

Rosidae Takhtajan [W.S. Judd, P.D. Cantino, D.E. Soltis & P.S. Soltis][29]
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As rosideas são um grande grupo de eudicotiledóneas que contem aproximadamente 70 000 espécies,[30] mais da quarta parte do total de espécies das angiospermas.[31] Estas ordens, compreendem cerca de 140 famílias.[32] Conjuntamente com as asterídeas, constituem os dois maiores grupos de eudicotiledóneas. As rosídeas compreendem a ordem Vitales e dois grandes clados: as fabídeas e as malvideas.[29]

Fabidae W.S. Judd, D.E. Soltis & P.S. Soltis[33]
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As fabídeas são um clado de eudicotiledóneas que haviam sido nomeadas informalmente como «eurosídeas I»[26][34][12] ou «fabids».[35] Não se descobriram para este clado sinapomorfias que não estejam baseadas em dados moleculares.[33]

Malvidae W.S. Judd, D.E. Soltis & P.S. Soltis[36]
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As malvídeas[37] são un grupo de eudicotiledóneas que haviam sido nomeadas informalmente como «eurosídeas II» em vários trabalhos sobre filogenia das angiospérmicas[28][38][39][40] ou “malvids”.[41] O nome eurosídeas II também havia sido aplicado a um clado mais amplo que incluía as Mirtales.[42][36]

Asteridae Takhtajan [R.G. Olmstead & W.S. Judd][43]
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As asterídeas são um grande grupo de eudicotiledóneas que inclui aproximadamente 80 000 espécies, agrupadas em 13 ordens e mais de 100 famílias[30] e entre a terça à quarta parte do total de espécies das angiospermas.[31][32] Conjuntamente com as rosídeas, constituem os dois maiores grupos de eudicotiledóneas. As plantas pertencentes a este clado caracterizam-se por serem herbáceas, com flores hermafroditas, zigomorfas (de simetria bilateral), polinizadas por insectos, pelos estames dispostos num círculo e as pétalas da corola unidos entre si formando um tubo. O gineceu é formado por dois carpelos soldados. As flores organizam-se com frequência em inflorescências concisas, como as espigas das labiadas e as plantagináceas ou os capítulos das compostas. Quatro das maiores famílias de angiospérmicas pertencem a este clado: as asteráceas, as rubiáceas, as lamiáceas e as apocináceas.[22][43]

Lamiidae Takhtajan [R.G. Olmstead & W.S. Judd][44]
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As lamiídeas[45] são um grupo de eudicotiledóneas que haviam sido nomeadas informalmente como «euasterídeas I».[26][12] O clado, segundo a circunscrição no sistema APG III, compreende quatro ordens e cinco famílias não incluídas em nenhuma ordem.[13][14] A sinapomorfia mais evidente das lamídeas é a presença de vasos do xilema com perforações simples.[46][44]

Campanulidae M.J. Donoghue & P.D. Cantino[47]
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As campanulídeas são um grupo de eudicotiledóneas que haviam sido nomeadas informalmente como «euasterídeas II».[26][12] Alguns atributos são característicos do grupo: as folhas alternas, com margens serradas ou dentadas, as flores epigíneas, com uma fusão tardia das pétalas, filamentos dos estames livres e os frutos indeiscentes.[48][49][47]

Táxones com posição incerta

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Referências

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Ligações externas

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